sábado, 13 de setembro de 2014

2 Samuel 15

Algum tempo depois, Absalão adquiriu uma carruagem, cavalos e uma escolta de cinqüenta homens. Ele se levantava cedo e ficava junto ao caminho que levava à porta da cidade. Sempre que alguém trazia uma causa para ser decidida pelo rei, Absalão o chamava e perguntava de que cidade vinha. A pessoa respondia que era de uma das tribos de Israel, e Absalão dizia: "A sua causa é válida e legítima, mas não há nenhum representante do rei para ouvi-lo". E Absalão acrescentava: "Quem me dera ser designado juiz desta terra! Todos os que tivessem uma causa ou uma questão legal viriam a mim, e eu lhe faria justiça". E sempre que alguém se aproximava dele para prostrar-se em sinal de respeito, Absalão estendia a mão, abraçava-o e beijava-o. Absalão agia assim com todos os israelitas que vinham pedir que o rei lhes fizesse justiça. Assim ele foi conquistando a lealdade dos homens de Israel. Ao final de quatro anos, Absalão disse ao rei: "Deixa-me ir a Hebrom para cumprir um voto que fiz ao Senhor. Quando o teu servo estava em Gesur, na Síria, fez este voto: Se o Senhor me permitir voltar a Jerusalém, prestarei culto a ele em Hebrom". "Vá em paz! ", disse o rei. E ele foi para Hebrom. Absalão enviou secretamente mensageiros a todas as tribos de Israel, dizendo: "Assim que vocês ouvirem o som das trombetas, digam: Absalão é rei em Hebrom". Absalão levou duzentos homens de Jerusalém. Eles tinham sido convidados e nada sabiam nem suspeitavam do que estava acontecendo. Depois de oferecer sacrifícios, Absalão mandou chamar da cidade de Gilo Aitofel, que era de Gilo, conselheiro de Davi. A conspiração ganhou força, e cresceu o número dos que seguiam Absalão. Então um mensageiro chegou e disse a Davi: "Os israelitas estão com Absalão!" Então Davi disse aos conselheiros que estavam com ele em Jerusalém: "Vamos fugir; caso contrário não escaparemos de Absalão. Se não partirmos imediatamente ele nos alcançará, causará a nossa ruína e matará o povo à espada". Os conselheiros do rei lhe responderam: "Teus servos estão dispostos a fazer tudo o que o rei, nosso senhor, decidir". O rei partiu, seguido por todos os de sua família; deixou, porém, dez concubinas para tomarem conta do palácio. Assim, o rei partiu com todo o povo. Pararam na última casa da cidade, e todos os seus soldados marcharam, passando por ele: todos os queretitas e peletitas, e os seiscentos giteus que o acompanhavam desde Gate. O rei disse então a Itai, de Gate: "Por que você está indo conosco? Volte e fique com o novo rei, pois você é estrangeiro, um exilado de sua terra. Faz pouco tempo que você chegou. Como eu poderia fazê-lo acompanhar-me? Volte e leve consigo os seus irmãos. Que o Senhor o trate com bondade e fidelidade!" Itai, contudo, respondeu ao rei: "Juro pelo nome do Senhor e por tua vida que onde quer que o rei, meu senhor, esteja, ali estará o seu servo, para viver ou para morrer!" Então Davi disse a Itai: "Está bem, pode ir adiante". E Itai, o giteu, marchou, com todos os seus soldados e com as famílias que estavam com ele. Todo o povo do lugar chorava em alta voz enquanto o exército passava. O rei atravessou o vale do Cedrom e todo o povo foi com ele em direção ao deserto. Zadoque também estava lá, e com ele todos os levitas que carregavam a arca da aliança de Deus; Abiatar também estava lá. Puseram no chão a arca de Deus até que todo o povo saísse da cidade. Então o rei disse a Zadoque: "Leve a arca de Deus de volta para a cidade. Se o Senhor mostrar benevolência a mim, ele me trará de volta e me deixará ver a arca e o lugar onde ela deve permanecer. Mas, se ele disser que já não sou do seu agrado, aqui estou! Faça ele comigo o que for de sua vontade". Disse ainda o rei ao sacerdote Zadoque: "Fique alerta! Volte em paz para a cidade, você, Aimaás, seu filho, e Jônatas, filho de Abiatar. Junto às torrentes do deserto ficarei esperando notícias de vocês". Então Zadoque e Abiatar levaram a arca de Deus de volta para Jerusalém, e lá permaneceram. Davi, porém, continuou subindo o monte das Oliveiras, caminhando e chorando, e com a cabeça coberta e os pés descalços. E todos os que iam com ele também tinham a cabeça coberta e subiam chorando. Quando informaram a Davi que Aitofel era um dos conspiradores que apoiavam Absalão, Davi orou: "Ó Senhor, transforma em loucura os conselhos de Aitofel". Quando Davi chegou ao alto do monte, ao lugar onde o povo costumava adorar a Deus, veio ao seu encontro o arquita Husai, com a roupa rasgada e com terra sobre a cabeça. E Davi lhe disse: "Não adianta você vir comigo. Mas se voltar à cidade, poderá dizer a Absalão: ‘Estarei a teu serviço, ó rei. No passado estive a serviço de teu pai, mas agora estarei a teu serviço’. Assim você me ajudará, frustrando o conselho de Aitofel. Os sacerdotes Zadoque e Abiatar estarão lá com você. Informe-os do que você souber no palácio. Também estão lá os dois filhos deles: Aimaás e Jônatas. Por meio deles me informe de tudo que você ouvir". Então Husai, amigo de Davi, chegou a Jerusalém quando Absalão estava entrando na cidade.


Absalão, o próprio filho de Davi, o traiu para tornar-se rei. Para manter-se informado do que estava acontecendo Davi utilizou-se de seus servos fiéis. Itai agiu para com Davi da mesma forma que este agiu com Saul, demonstrando sua lealdade ao rei, ainda que pudesse morrer. Ao contrário de Saul, Davi orou ao Senhor de forma que aceitava perder o trono se esta fosse a vontade de Deus, mas que se assim não fosse, voltaria a sua vida normal, como um qualquer do povo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

2 Samuel 14

Joabe, filho de Zeruia, percebeu que o rei estava com saudade de Absalão, então mandou buscar uma mulher astuta em Tecoa, e lhe disse: "Finja que está de luto: Vista-se de preto e não se perfume. Aja como uma mulher que há algum tempo está de luto. Vá dizer ao rei estas palavras", e a instruiu sobre o que ela deveria dizer. Quando a mulher apresentou-se ao rei, prostrou-se, rosto em terra, em sinal de respeito, e lhe disse: "Ajuda-me, ó rei!" "Qual é o seu problema? ", perguntou-lhe o rei, e ela respondeu: "Sou viúva, meu marido morreu deixando-me com dois filhos. Eles brigaram no campo e, não havendo ninguém para separá-los, um acabou matando o outro. Agora, todo o clã levantou-se contra a tua serva, exigindo: ‘Entregue o assassino, para que o matemos pela vida do irmão, e nos livremos também do herdeiro’. Assim eles querem apagar a última centelha que me restou, deixando meu marido sem nome nem descendência na face da terra". O rei disse à mulher: "Vá para casa. Eu mandarei que cuidem do seu caso". Mas a mulher de Tecoa lhe disse: "Ó rei, meu senhor, é sobre mim e sobre a família de meu pai que pesará a iniqüidade; não pesa culpa sobre o rei e sobre o seu trono". O rei respondeu: "Se alguém ameaçá-la, traga-o a mim, e ele não mais a incomodará". Ela acrescentou: "Peço então ao rei que, em nome do Senhor, o seu Deus, não permita que o vingador da vítima cause maior destruição, matando meu outro filho". E disse ele: "Eu juro pelo nome do Senhor, que nem um só fio de cabelo da cabeça de seu filho cairá". Disse-lhe ainda a mulher: "Permite que a tua serva fale mais uma coisa ao rei meu senhor". "Fale", respondeu ele. Disse então a mulher: "Por que terá o rei agido contra o povo de Deus? O rei está se condenando com o que acaba de dizer, pois não permitiu a volta do que foi banido. Que teremos que morrer um dia, é tão certo como não se pode recolher a água que se espalhou pela terra. Mas Deus não tira a vida; pelo contrário, cria meios para que o banido não permaneça afastado dele. "E eu vim falar sobre isso ao rei, meu senhor, porque o povo me ameaçou. Tua serva pensou que se falasse com o rei, talvez ele atendesse o seu pedido, e concordasse em livrar a sua serva das mãos do homem que está tentando eliminar tanto a mim como a meu filho da herança que Deus nos deu. "E agora a tua serva diz: Traga-me descanso a decisão do rei, o meu senhor, pois o rei, meu senhor, é como um anjo de Deus, capaz de discernir entre o bem e o mal. Que o Senhor teu Deus esteja contigo!" Então o rei disse à mulher: "Não me esconda nada do que vou lhe perguntar". "Fale o rei, meu senhor", disse a mulher. O rei perguntou: "Não é Joabe que está por trás de tudo isso? " A mulher respondeu: "Juro por tua vida, ó rei, ninguém é capaz de desviar-se para a direita ou para a esquerda do que tu dizes. Sim, foi o teu servo Joabe quem me mandou aqui para dizer tudo isso. O teu servo Joabe agiu assim para mudar essa situação. Mas o meu senhor é sábio como um anjo de Deus, e nada lhe escapa de tudo o que acontece em seu país". Depois o rei disse a Joabe: "Muito bem, atenderei esse pedido. Vá e traga de volta o jovem Absalão". Joabe prostrou-se, rosto em terra, abençoou o rei e disse: "Hoje o teu servo ficou sabendo que o vês com bons olhos, pois o rei atendeu o pedido de seu servo". Então Joabe foi a Gesur e trouxe Absalão de volta para Jerusalém. Mas o rei disse: "Ele irá para a casa dele; não virá à minha presença". Assim, Absalão foi para a sua casa e não compareceu mais à presença do rei. Em todo o Israel não havia homem tão elogiado por sua beleza como Absalão. Da cabeça aos pés não havia nele nenhum defeito. Sempre que o cabelo lhe ficava pesado demais, ele o cortava e o pesava: eram dois quilos e quatrocentos gramas, segundo o padrão do rei. Ele teve três filhos e uma filha, chamada Tamar, que se tornou uma linda mulher. Absalão morou dois anos em Jerusalém sem ser recebido pelo rei. Então mandou chamar Joabe para enviá-lo ao rei, mas Joabe não quis ir. Mandou chamá-lo pela segunda vez, mas ele, novamente, não quis ir. Então Absalão disse a seus servos: "Vejam, a propriedade de Joabe é vizinha da minha, e ele tem uma plantação de cevada. Tratem de incendiá-la". E os servos de Absalão puseram fogo na plantação. Então Joabe foi à casa de Absalão e lhe perguntou: "Porque os seus servos puseram fogo na minha propriedade?" Absalão respondeu: "Mandei chamá-lo para enviá-lo ao rei com a seguinte mensagem: ‘Por que voltei de Gesur? Melhor seria que eu lá permanecesse! ’ Quero ser recebido pelo rei; e, se eu for culpado de alguma coisa, que ele mande me matar". Então Joabe foi contar tudo ao rei. Este mandou chamar Absalão, que entrou e prostrou-se, rosto em terra, perante o rei. E o rei saudou-o com um beijo.


Joabe muito sabiamente arrumou um jeito de fazer Davi tomar consciência do que estava acontecendo em sua própria família. A fala da mulher com Davi é de grande sabedoria e demonstra para nós que o Deus do A.T.não mudou no N.T., mas ele sempre buscou maneiras de fazer os que estavam longe dEle poderem se achegar. Interessante que Joabe, servo de Davi, se preocupava com ele, tanto é que percebendo a saudade que tinha de Absalão elaborou este plano para trazê-lo de volta e alegrar o coração do rei. Apesar de Davi ter permitido a volta de Absalão não o quis ver por 2 anos. Somente após Absalão pedir a Joabe para falar com Davi é que este o recebe. Isto demonstra que Davi reconheceu o erro e somente se arrependeu verdadeiramente após aceitar encontrar-se com seu filho.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

2 Samuel 13

Depois de algum tempo, Amnom, filho de Davi, apaixonou-se por Tamar; ela era muito bonita e era irmã de Absalão, outro filho de Davi. Amnom ficou angustiado a ponto de adoecer por causa de sua meio-irmã Tamar, pois ela era virgem, e parecia-lhe impossível aproximar-se dela. Amnom tinha um amigo muito astuto chamado Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi. Ele perguntou a Amnom: "Filho do rei, por que todo dia você está abatido? Quer me contar o que se passa? " Amnom lhe disse: "Estou apaixonado por Tamar, irmã de meu irmão Absalão". Então disse Jonadabe: "Vá para a cama e finja estar doente". "Quando seu pai vier visitá-lo, diga-lhe: Permite que minha irmã Tamar venha dar-me de comer. Gostaria que ela preparasse a comida aqui mesmo e me servisse. Assim poderei vê-la." Amnom atendeu e deitou-se na cama, fingindo-se doente. Quando o rei foi visitá-lo, Amnom lhe disse: "Eu gostaria que minha irmã Tamar viesse e preparasse dois bolos aqui mesmo e me servisse". Davi mandou dizer a Tamar no palácio: "Vá à casa de seu irmão Amnom e prepare algo para ele comer". Assim, Tamar foi à casa de seu irmão, que estava deitado. Ela amassou a farinha, preparou os bolos na presença dele e os assou. Depois pegou a assadeira e lhe serviu os bolos, mas ele não quis comer. Então Amnom deu ordem para que todos saíssem; depois que todos saíram, Amnom disse a Tamar: "Traga os bolos e sirva-me aqui no meu quarto". Tamar levou os bolos que havia preparado ao quarto de seu irmão. Mas quando ela se aproximou para servi-lo, ele a agarrou e disse: "Deite-se comigo, minha irmã". Mas ela lhe disse: "Não, meu irmão! Não me faça essa violência. Não se faz uma coisa dessas em Israel! Não cometa essa loucura. O que seria de mim? Como eu poderia livrar-me da minha desonra? E o que seria de você? Você cairia em desgraça em Israel. Fale com o rei; ele deixará que eu me case com você". Mas Amnom não quis ouvir e, sendo mais forte que ela, violentou-a. Logo depois Amnom sentiu uma forte aversão por ela, mais forte que a paixão que sentira. E disse a ela: "Levante-se e saia!" Mas ela lhe disse: "Não, meu irmão, mandar-me embora seria pior do que o mal que você já me fez". Ele, porém, não quis ouvi-la, e chamando seu servo, disse-lhe: "Ponha esta mulher para fora daqui e tranque a porta". Então o servo a pôs para fora e trancou a porta. Ela estava vestindo uma túnica longa, pois esse era o tipo de roupa que as filhas virgens do rei usavam desde a puberdade. Tamar pôs cinza na cabeça, rasgou a túnica longa que estava usando e se pôs a caminho, com as mãos sobre a cabeça e chorando em alta voz. Absalão, seu irmão, lhe perguntou: "Seu irmão, Amnom, lhe fez algum mal? Agora, acalme-se, minha irmã; ele é seu irmão! Não se deixe dominar pela angústia". E Tamar, muito triste, ficou na casa de seu irmão Absalão. Ao saber de tudo isso, o rei Davi ficou furioso. E Absalão não falou nada com Amnom, nem bem, nem mal, embora o odiasse por ter violentado sua irmã Tamar. Dois anos depois, quando os tosquiadores de ovelhas de Absalão estavam em Baal-Hazor, perto da fronteira de Efraim, Absalão convidou todos os filhos do rei para se reunirem com ele. Absalão foi ao rei e lhe disse: "Eu, teu servo, estou tosquiando as ovelhas e gostaria que o rei e os seus conselheiros estivessem comigo". Respondeu o rei: "Não, meu filho. Não iremos todos, pois isso seria um peso para você". Embora Absalão insistisse, ele se recusou a ir, mas o abençoou. Então Absalão lhe disse: "Se não queres ir, permite, por favor, que o meu irmão Amnom vá conosco". O rei perguntou: "Mas, por que ele iria com você?" Mas Absalão insistiu tanto que o rei acabou deixando que Amnom e os seus outros filhos fossem com ele. Absalão ordenou aos seus homens: "Ouçam! Quando Amnom estiver embriagado de vinho e eu disser: ‘Matem Amnom! ’, vocês o matarão. Não tenham medo; eu assumo a responsabilidade. Sejam fortes e corajosos!" Assim os homens de Absalão mataram Amnom, obedecendo às suas ordens. Então todos os filhos do rei montaram em suas mulas e fugiram. Estando eles ainda a caminho, chegou a seguinte notícia ao rei: "Absalão matou todos os teus filhos; nenhum deles escapou". O rei levantou-se, rasgou as suas vestes, prostrou-se, e todos os conselheiros que estavam com ele também rasgaram as vestes. Mas, Jonadabe, filho de Siméia, irmão de Davi, disse: "Não pense o meu senhor que mataram todos os teus filhos. Somente Amnom foi morto. Essa era a intenção de Absalão desde o dia em que Amnom violentou Tamar, irmã dele. O rei, meu senhor, não deve acreditar que todos os seus filhos estão mortos. Apenas Amnom morreu". Enquanto isso, Absalão fugiu. Nesse meio tempo o sentinela viu muita gente que vinha pela estrada de Horonaim, descendo pela encosta da colina, e disse ao rei: "Vejo homens vindo pela estrada de Horonaim, na encosta da colina". E Jonadabe disse ao rei: "São os filhos do rei! Aconteceu como o teu servo disse". Acabando de falar, os filhos do rei chegaram, chorando em alta voz. Também o rei e todos os seus conselheiros choraram muito. Absalão fugiu para o território de Talmai, filho de Amiúde, rei de Gesur. E o rei Davi pranteava por seu filho todos os dias. Depois que Absalão fugiu para Gesur, e lá permaneceu três anos, a ira do rei contra Absalão cessou, pois ele se sentia consolado da morte de Amnom.


Amnom, meio-irmão de Absalão, se apaixonou por Tamar, sua meia-irmã. Diante da tristeza aparente, o próprio primo, Jonadabe, lhe sugere como agir para que pudesse se deitar com Tamar. Assim Amnom violentou a própria irmã. Importante destacar que a atitude de Amnom foi semelhante a de Davi para com Bate-Seba quando a desejou. Após deitar-se com a irmã, Amnom sentiu nojo dela. O pecado o cegou, tanto para consumar o ato quanto para descartá-la quando não mais a quis. O texto diz que quando Davi soube o que Amnom fez irou-se, mas não há qualquer outra descrição quanto ao que tenha feito, o que sugere que se omitiu, principalmente, por ter feito ato semelhante a este. Absalão anos depois, ainda guardando amargura pelo que seu meio-irmão fizera a sua irmã decidiu fingir dar um banquete para a família, mas foi apenas desculpa para matar a Amnom. Jonadabe sabia da intenção de Absalão há muito tempo, mas se omitiu apesar de imaginar que o homicídio aconteceria, tanto é que tentou acalmar a Davi dizendo que apenas Amnom fora assassinado e não os demais irmãos.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

2 Samuel 12

E o Senhor enviou a Davi o profeta Natã. Ao chegar, ele disse a Davi: "Dois homens viviam numa cidade, um era rico e o outro, pobre. O rico possuía muitas ovelhas e bois, mas o pobre nada tinha, senão uma cordeirinha que havia comprado. Ele a criou, e ela cresceu com ele e com seus filhos. Ela comia junto dele, bebia do seu copo e até dormia em seus braços. Era como uma filha para ele. "Certo dia, um viajante chegou à casa do rico, e este não quis pegar uma de suas próprias ovelhas ou do seus bois para preparar-lhe uma refeição. Em vez disso, preparou para o visitante a cordeira que pertencia ao pobre". Então, Davi encheu-se de ira contra o homem e disse a Natã: "Juro pelo nome do Senhor que o homem que fez isso merece a morte! Deverá pagar quatro vezes o preço da cordeira, porquanto agiu sem misericórdia". Então Natã disse a Davi: "Você é esse homem! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Eu o ungi rei de Israel, e livrei-o das mãos de Saul. Dei-lhe a casa e as mulheres do seu senhor. Dei-lhe a nação de Israel e Judá. E, se tudo isso não fosse suficiente, eu lhe teria dado mais ainda. Por que você desprezou a palavra do Senhor, fazendo o que ele reprova? Você matou Urias, o hitita, com a espada dos amonitas e ficou com a mulher dele. Por isso, a espada nunca se afastará de sua família, pois você me desprezou e tomou a mulher de Urias, o hitita, para ser sua mulher’. "Assim diz o Senhor: ‘De sua própria família trarei desgraça sobre você. Tomarei as suas mulheres diante dos seus próprios olhos e as darei a outro; e ele se deitará com elas em plena luz do dia. Você fez isso às escondidas, mas eu o farei diante de todo o Israel, em plena luz do dia’ ". Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor! " E Natã respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor, o menino morrerá". Depois que Natã foi para casa, o Senhor fez adoecer o filho que a mulher de Urias dera a Davi. E Davi implorou a Deus em favor da criança. Ele jejuou e, entrando em casa, passou a noite deitado no chão. Os oficiais do palácio tentaram fazê-lo levantar-se do chão, mas ele não quis, e recusou comer. Sete dias depois a criança morreu. Os conselheiros de Davi estavam com medo de dizer-lhe que a criança estava morta, e comentavam: "Enquanto a criança ainda estava viva, falamos com ele, e ele não quis escutar-nos. Como vamos dizer-lhe que a criança morreu? Ele poderá cometer alguma loucura!" Davi, percebendo que seus conselheiros cochichavam entre si, compreendeu que a criança estava morta e perguntou: "A criança morreu? " "Sim, morreu", responderam eles. Então Davi levantou-se do chão, lavou-se, perfumou-se e trocou de roupa. Depois entrou no santuário do Senhor e adorou. E voltando ao palácio, pediu que lhe preparassem uma refeição e comeu. Seus conselheiros lhe perguntaram: "Por que ages assim? Enquanto a criança estava viva, jejuaste e choraste; mas, agora que a criança está morta, te levantas e comes!" Ele respondeu: "Enquanto a criança ainda estava viva, jejuei e chorei. Eu pensava: ‘Quem sabe? Talvez o Senhor tenha misericórdia de mim e deixe a criança viver’. Mas agora que ela morreu, por que deveria jejuar? Poderia eu trazê-la de volta à vida? Eu irei até ela, mas ela não voltará para mim". Depois Davi consolou sua mulher Bate-Seba e deitou-se com ela, e ela teve um menino, a quem Davi deu o nome de Salomão. E o Senhor o amou e, por isso, enviou o profeta Natã para dizer a Davi que, o menino deveria chamar-se Jedidias. Enquanto isso, Joabe atacou Rabá dos amonitas e conquistou a fortaleza real. Então mandou mensageiros a Davi, dizendo: "Lutei contra Rabá e apoderei-me dos seus reservatórios de água. Agora, convoca o restante do exército, cerca a cidade e conquista-a. Se não, eu terei a fama de havê-la conquistado". Então, Davi convocou todo o exército, foi a Rabá, atacou a cidade e a conquistou. A seguir tirou a coroa da cabeça de Milcom, uma coroa de ouro de trinta e cinco quilos; ornamentada com pedras preciosas. E ela foi colocada na cabeça de Davi. Ele levou uma grande quantidade de bens da cidade e levou também os seus habitantes, designando-lhes trabalhos com serras, picaretas e machados, além da fabricação de tijolos. Davi fez assim com todas as cidades amonitas. Depois voltou com todo o seu exército para Jerusalém.


A resposta de Davi a Natã, diante da história que lhe foi contada, demonstra o caráter de Davi e que ele ainda não tinha dado conta do mal que fizera ao mandar Urias para a frente da batalha e tomar para si sua esposa. Quando Natã o acusa de ter feito isto ele confessa seu pecado e se arrepende. Ainda fica sabendo toda a consequência de seu pecado, que um de seus próprios filhos faria com ele o que ele fez com Bate-Seba e que o filho deles não sobreviveria. Mesmo sabendo da morte iminente de seu filho passa longo tempo ajoelhado clamando a Deus por misericórdia para que o menino não morresse. Com a morte do filho, Davi levantou-se e foi adorar ao Senhor. A morte, ou qualquer outra coisa, não pode ser fator para nos deixar eternamente tristes (Sl 30.5), nossa atitude deve ser como a de Davi e de Jó (Jó 1.21)

domingo, 7 de setembro de 2014

2 Samuel 11

Na primavera, época em que os reis saíam para a guerra, Davi enviou para a batalha Joabe com seus oficiais e todo o exército de Israel; e eles derrotaram os amonitas e cercaram Rabá. Mas Davi permaneceu em Jerusalém. Uma tarde Davi levantou-se da cama e foi passear pelo terraço do palácio. Do terraço viu uma mulher muito bonita tomando banho, e mandou alguém procurar saber quem era ela. Disseram-lhe: "É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o hitita". Davi mandou que a trouxessem, e se deitou com ela, que havia acabado de se purificar da impureza da sua menstruação. Depois, voltou para casa. A mulher engravidou e mandou um recado a Davi, dizendo que estava grávida. Em face disso, Davi mandou esta mensagem a Joabe: "Envie-me Urias, o hitita". E Joabe o enviou. Quando Urias chegou, Davi perguntou-lhe como estavam Joabe e os soldados e como estava indo a guerra, e lhe disse: "Vá descansar um pouco em sua casa". Urias saiu do palácio e logo lhe foi mandado um presente da parte do rei. Mas Urias dormiu na entrada do palácio, onde dormiam os guardas de seu senhor, e não foi para casa. Quando informaram a Davi que Urias não tinha ido para casa, ele lhe perguntou: "Depois da viagem que você fez, por que não foi para casa?" Urias respondeu: "A arca e os homens de Israel e de Judá repousam em tendas; o meu senhor Joabe e os seus soldados estão acampados ao ar livre. Como poderia eu ir para casa para comer, beber e deitar-me com minha mulher? Juro por teu nome e por tua vida que não farei uma coisa dessas!" Então Davi lhe disse: "Fique aqui mais um dia; amanhã eu o mandarei de volta". Urias ficou em Jerusalém, mas no dia seguinte Davi o convidou para comer e beber, e o embriagou. À tarde, porém, Urias saiu para dormir em sua esteira onde os guardas de seu senhor dormiam; e não foi para casa. De manhã, Davi enviou uma carta a Joabe por meio de Urias. Nela escreveu: "Ponha Urias na linha de frente e deixe-o onde o combate estiver mais violento, para que seja ferido e morra". Como Joabe tinha cercado a cidade, colocou Urias no lugar onde sabia que os inimigos eram mais fortes. Quando os homens da cidade saíram e lutaram contra Joabe, alguns dos oficiais da guarda de Davi morreram, e morreu também Urias, o hitita. Joabe enviou a Davi um relatório completo da batalha, dando a seguinte instrução ao mensageiro: "Ao acabar de apresentar ao rei este relatório, pode ser que o rei fique muito indignado e lhe pergunte: ‘Por que vocês se aproximaram tanto da cidade para combater? Não sabiam que eles atirariam flechas da muralha? Em Tebes, quem matou Abimeleque, filho de Jerubesete? Não foi uma mulher que da muralha atirou-lhe uma pedra de moinho, e ele morreu? Por que vocês se aproximaram tanto da muralha? ’ Se ele perguntar isso, diga-lhe: E morreu também o teu servo Urias, o hitita". O mensageiro partiu, e, ao chegar, contou a Davi tudo o que Joabe lhe havia mandado falar, dizendo: "Eles nos sobrepujaram e saíram contra nós em campo aberto, mas nós os fizemos retroceder para a porta da cidade. Então os flecheiros atiraram do alto da muralha contra os teus servos, e mataram alguns deles. E morreu também o teu servo Urias, o hitita". Davi mandou o mensageiro dizer a Joabe: "Não fique preocupado com isso, pois a espada não escolhe a quem devorar. Reforce o ataque à cidade até destruí-la". E ainda insistiu com o mensageiro que encorajasse Joabe. Quando a mulher de Urias soube que o seu marido havia morrido, ela chorou por ele. Passado o luto, Davi mandou que a trouxessem para o palácio; ela se tornou sua mulher e teve um filho dele. Mas o que Davi fez desagradou ao Senhor.


Davi viu Bate-Seba e procurou saber quem ela era. Mesmo tendo ciência que era mulher casada mandou trazê-la para deitar-se com ela. Para tentar encobrir seu pecado, após saber que Bate-Seba estava grávida tentou fazer com que Urias fosse para casa e, assim, pudesse crer que o filho de sua mulher era dele. Todavia a honra de Urias não o permitiu fazê-lo já que seus companheiros e a arca do Senhor estavam no campo de guerra. Desta forma Davi foi "obrigado" a mandar matar Urias, mandando-o para a frente da batalha. Davi não pecou apenas cobiçando a mulher do próximo, mas também foi o responsável por sua morte.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

2 Samuel 10

Algum tempo depois, o rei dos amonitas morreu, e seu filho Hanum foi o seu sucessor. Davi pensou: "Serei bondoso com Hanum, filho de Naás, como seu pai foi bondoso comigo". Então Davi enviou uma delegação para transmitir a Hanum seu pesar pela morte do pai. Mas, quando os mensageiros de Davi chegaram à terra dos amonitas, os líderes amonitas disseram a Hanum, seu senhor: "Achas que Davi está honrando teu pai ao enviar mensageiros para expressar condolências? Não é nada disso! Davi os enviou como espiões para examinar a cidade e destruí-la". Então Hanum prendeu os mensageiros de Davi, rapou metade da barba de cada um, cortou metade de suas roupas até as nádegas, e os mandou embora. Quando Davi soube disso, enviou mensageiros ao encontro deles, pois haviam sido profundamente humilhados, e lhes mandou dizer: "Fiquem em Jericó até que a barba cresça, e então voltem para casa". Vendo que tinham atraído sobre si o ódio de Davi, os amonitas contrataram vinte mil soldados de infantaria dos arameus de Bete-Reobe e de Zobá, e mais mil homens do rei de Maaca e doze mil dos homens de Tobe. Ao saber disso, Davi ordenou a Joabe que marchasse com todo o exército. Os amonitas saíram e se puseram em posição de combate na entrada da cidade, e os arameus de Zobá e de Reobe e os homens de Tobe e de Maaca posicionaram-se em campo aberto. Vendo Joabe que estava cercado pelas linhas de combate, escolheu alguns dos melhores soldados de Israel e os posicionou contra os arameus. Pôs o restante dos homens sob o comando de seu irmão Abisai e os posicionou contra os amonitas. E Joabe disse a Abisai: "Se os arameus forem fortes demais para mim, venha me ajudar; mas, se os amonitas forem fortes demais para você, eu irei ajudá-lo. Seja forte e lutemos com bravura pelo nosso povo e pelas cidades do nosso Deus. E que o Senhor faça o que for de sua vontade". Então Joabe e seus soldados avançaram contra os arameus, que fugiram dele. Quando os amonitas viram que os arameus estavam fugindo de Joabe, também fugiram de seu irmão Abisai e entraram na cidade. Assim, Joabe parou a batalha contra os amonitas e voltou para Jerusalém. Ao perceberem que haviam sido derrotados por Israel, os arameus tornaram a agrupar-se. Hadadezer mandou trazer os arameus que viviam do outro lado do Eufrates. Estes chegaram a Helã, tendo à frente Soboque, comandante do exército de Hadadezer. Informado disso, Davi reuniu todo o Israel, atravessou o Jordão e chegou a Helã. Os arameus estavam em posição de combate para enfrentá-lo, mas acabaram fugindo de diante de Israel. E Davi matou setecentos condutores de carros de guerra e quarenta mil soldados de infantaria dos arameus. Soboque, o comandante do exército, também foi ferido e morreu ali mesmo. Quando todos os reis vassalos de Hadadezer viram que tinham sido derrotados por Israel, fizeram a paz com os israelitas e sujeitaram-se a eles. E os arameus ficaram com medo de voltar a ajudar os amonitas.


Davi decide prestar condolências, mas os líderes amonitas "sábios" que eram instruíram o rei a não aceitar os mensageiros por serem na verdade espias. Após desonrar os mensageiros, Davi reuniu seu exército para enfrentar os amonitas. Apesar de todo o reforço que os amonitas tiveram não puderam resistir a força do povo de Deus, pois, como disse Joabe, Deus fez sua vontade.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

2 Samuel 9

Certa ocasião Davi perguntou: "Resta ainda alguém da família de Saul, a quem eu possa mostrar lealdade por causa de minha amizade com Jônatas?" Então chamaram Ziba, um dos servos de Saul, para apresentar-se a Davi, e o rei lhe perguntou: "Você é Ziba? " "Sou teu servo", respondeu ele. Perguntou-lhe Davi: "Resta ainda alguém da família de Saul, a quem eu possa mostrar a lealdade de Deus? " Respondeu Ziba: "Ainda há um filho de Jônatas, aleijado dos pés". "Onde está ele? ", perguntou o rei. Ziba respondeu: "Na casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar". Então o rei Davi mandou trazê-lo de Lo-Debar. Quando Mefibosete, filho de Jônatas e neto de Saul, compareceu diante de Davi, prostrou-se, rosto em terra. "Mefibosete? ", perguntou Davi. Ele respondeu: "Sim, sou teu servo". "Não tenha medo", disse-lhe Davi, "pois é certo que eu tratarei com bondade por causa de minha amizade com Jônatas, seu pai. Vou devolver-lhe todas as terras que pertenciam a seu avô Saul; e você comerá sempre à minha mesa". Mefibosete prostrou-se e disse: "Quem é o teu servo, para que te preocupes com um cão morto como eu?" Então o rei convocou Ziba e disse-lhe: "Devolvi ao neto de Saul, seu senhor, tudo o que pertencia a ele e à família dele. Você, seus filhos e seus servos cultivarão a terra para ele. Você trará a colheita para que haja provisões na casa do neto de seu senhor. Mas, Mefibosete comerá sempre à minha mesa". Ziba tinha quinze filhos e vinte servos. Então Ziba disse ao rei: "O teu servo fará tudo o que o rei, meu senhor, ordenou". Assim, Mefibosete passou a comer à mesa de Davi como se fosse um dos seus filhos. Mefibosete tinha um filho ainda jovem chamado Mica. E todos os que moravam na casa de Ziba tornaram-se servos de Mefibosete. Então Mefibosete foi morar em Jerusalém, pois passou a comer sempre à mesa do rei. E era aleijado dos pés.


Apesar de todo tratamento que recebera de Saul Davi se preocupou em cumprir a promessa feita a Jônatas e a Saul. Assim mandou trazer a Mefibosete. Faz-se necessário destacar que na época um aleijado não era alguém com valor, mas alguém que vivia a margem da sociedade e ainda assim Davi lhe devolve as terras que pertenciam a Saul e o trata como a um filho, fazendo com que participasse de sua mesa. O texto diz que Mefibosete tinha um filho, a partir daí podemos fazer duas suposições: ou ele era perfeito e por algum motivo depois de adulto ficou aleijado, ou seu filho seria com alguma serva sua, visto que nenhum pai de família permitiria que sua filha casasse com alguém, ainda que descendente da realeza, que não pudesse trabalhar para mantê-la.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

2 Samuel 8

Depois disso, Davi derrotou os filisteus e os subjugou, e tirou do controle deles Metegue-Amá. Davi derrotou também os moabitas. Ele os fez deitarem-se no chão e mandou que os medissem com uma corda; os moabitas que ficavam dentro das duas primeiras medidas da corda foram mortos, mas os que ficavam dentro da terceira foram poupados. Assim, os moabitas ficaram sujeitos a Davi, pagando-lhe impostos. Além disso, Davi derrotou Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, quando Hadadezer tentava recuperar o controle na região do rio Eufrates. Davi se apossou de mil dos seus carros de guerra, sete mil cavaleiros e vinte mil soldados de infantaria. Ainda levou cem cavalos de carros de guerra, e aleijou todos o outros. Quando os arameus de Damasco vieram ajudar Hadadezer, rei de Zobá, Davi matou vinte e dois mil deles. Em seguida estabeleceu guarnições militares no reino dos arameus de Damasco, sujeitando-os a lhe pagarem impostos. E o Senhor dava vitórias a Davi aonde quer que ele fosse. Davi também levou para Jerusalém os escudos de ouro usados pelos oficiais de Hadadezer. De Tebá e Berotai, cidades que pertenciam a Hadadezer, o rei Davi levou grande quantidade de bronze. Quando Toú, rei de Hamate, soube que Davi tinha derrotado todo o exército de Hadadezer, enviou seu filho Jorão ao rei Davi para saudá-lo e parabenizá-lo por sua vitória na batalha contra Hadadezer, que tinha estado em guerra com Toú. E, com Jorão, mandou todo tipo de utensílios de prata, de ouro e de bronze. O rei Davi consagrou esses utensílios ao Senhor, como fizera com a prata e com o ouro tomados de todas as nações que havia subjugado: Edom e Moabe, os amonitas e os filisteus, e Amaleque. Também consagrou os bens tomados de Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá. Davi ficou ainda mais famoso ao retornar da batalha em que matou dezoito mil edomitas no vale do Sal. Ele estabeleceu guarnições militares por todo o território de Edom, sujeitando todos os edomitas. O Senhor dava vitórias a Davi aonde quer que ele fosse. Davi reinou sobre todo o Israel, administrando o direito e a justiça a todo o seu povo. Joabe, filho de Zeruia, era comandante do exército; Josafá, filho de Ailude, era o arquivista real; Zadoque, filho de Aitube, e Aimeleque, filho de Abiatar, eram sacerdotes; Seraías era secretário; Benaia, filho de Joiada, comandava os queretitas e os peletitas; e os filhos de Davi eram sacerdotes.


Conforme o Senhor prometera a Davi, no capítulo anterior, Ele entregou a Davi os seus inimigos de forma que, ou se rendiam a Israel, ou eram aniquilados.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

2 Samuel 7

O rei Davi já morava em seu palácio e o Senhor lhe dera descanso de todos os seus inimigos ao redor. Certo dia ele disse ao profeta Natã: "Aqui estou eu, morando num palácio de cedro, enquanto a arca do Senhor permanece numa simples tenda". Natã respondeu ao rei: "Faze o que tiveres em mente, pois o Senhor está contigo". E naquela mesma noite o Senhor falou a Natã: "Vá dizer a meu servo Davi que assim diz o Senhor: Você construirá uma casa para eu morar? Não tenho morado em nenhuma casa desde o dia em que tirei os israelitas do Egito. Tenho ido de uma tenda para outra, de um tabernáculo para outro. Por onde tenho acompanhado os israelitas, alguma vez perguntei a algum líder deles, a quem ordenei que pastoreasse o meu povo Israel: "Por que você não me construiu um templo de cedro?" "Agora, pois, diga ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu o tirei das pastagens, onde cuidava dos rebanhos, para ser o soberano do meu povo Israel. Sempre estive com você por onde você andou, e eliminei todos os seus inimigos. Agora eu o farei tão famoso quanto os homens mais importantes da terra. E providenciarei um lugar para o meu povo Israel e os plantarei lá, para que tenham o seu próprio lar e não mais sejam incomodados. Povos ímpios não mais os oprimirão, como fizeram no início e têm feito desde a época em que nomeei juízes sobre o meu povo Israel. Também subjugarei todos os seus inimigos. Saiba também que eu, o Senhor, lhe estabelecerei uma dinastia. Quando a sua vida chegar ao fim e você descansar com os seus antepassados, escolherei um dos seus filhos para sucedê-lo, um fruto do seu próprio corpo, e eu estabelecerei o reino dele. Será ele quem construirá um templo em honra do meu nome, e eu firmarei o trono dele para sempre. Eu serei seu pai, e ele será meu filho. Quando ele cometer algum erro, eu o punirei com o castigo dos homens, com açoites aplicados por homens. Mas nunca retirarei dele o meu amor, como retirei de Saul, a quem tirei do seu caminho. Quanto a você, sua dinastia e seu reino permanecerão para sempre diante de mim; o seu trono será estabelecido para sempre". E Natã transmitiu a Davi tudo o que o Senhor lhe tinha falado e revelado. Então o rei Davi entrou no tabernáculo, assentou-se diante do Senhor, e orou: "Quem sou eu, ó Soberano Senhor, e o que é a minha família, para que me trouxesses a este ponto? E, como se isso não bastasse para ti, ó Soberano Senhor, também falaste sobre o futuro da família deste teu servo. É assim que procedes com os homens, ó Soberano Senhor? "Que mais Davi poderá dizer-te? Tu conheces o teu servo, ó Soberano Senhor. Por amor de tua palavra e de acordo com tua vontade, realizaste este feito grandioso e o revelaste ao teu servo. "Quão grande és tu, ó Soberano Senhor! Não há ninguém como tu nem há outro Deus além de ti, conforme tudo o que sabemos. E quem é como o teu povo Israel, a única nação da terra que tu, ó Deus, resgataste para dela fazeres um povo para ti mesmo, e assim tornaste o teu nome famoso, realizaste grandes e impressionantes maravilhas ao expulsar nações e seus deuses de diante dessa mesma nação que libertaste do Egito? Tu mesmo fizeste de Israel o teu povo particular para sempre, e tu, ó Senhor, te tornaste o seu Deus. "Agora, Senhor Deus, confirma para sempre a promessa que fizeste a respeito de teu servo e de sua descendência. Faze conforme prometeste, para que o teu nome seja engrandecido para sempre e os homens digam: ‘O Senhor dos Exércitos é o Deus de Israel! ’ E a descendência de teu servo Davi se manterá firme diante de ti. "Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, tu mesmo o revelaste a teu servo, quando disseste: ‘Estabelecerei uma dinastia para você’. Por isso o teu servo achou coragem para orar a ti. Ó Soberano Senhor, tu és Deus! Tuas palavras são verdadeiras, e tu fizeste essa boa promessa a teu servo. Agora, por tua bondade, abençoa a família de teu servo, para que ela continue para sempre na tua presença. Tu, ó Soberano Senhor, o prometeste! E, abençoada por ti, bendita será para sempre a família de teu servo".


Davi, dentro da mentalidade judaica, acreditava que Deus realmente morava dentro do pequeno tabernáculo. Com isso desejou fazer um grande templo para o Senhor, de forma a que todos soubessem a grandiosidade do seu Deus. Deus o proíbe de fazer isto, todavia promete que um descendente seu o faria e que continuaria a abençoar seus filhos, principalmente, sabemos nós hoje, porque de sua linhagem viria o Salvador. Davi então fica muito grato pela misericórdia do Senhor para com ele.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

2 Samuel 6

De novo Davi reuniu os melhores guerreiros de Israel, trinta mil ao todo. Ele e todos os que o acompanhavam partiram para Baalim, em Judá, para buscar a arca de Deus, arca sobre a qual é invocado o nome do Senhor dos Exércitos, entronizado entre os querubins acima dela. Puseram a arca de Deus num carroção novo e a levaram da casa de Abinadabe, na colina. Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, conduziam o carroção com a arca de Deus; e Aiô andava na frente dela. Davi e todos os israelitas iam cantando e dançando perante o Senhor, ao som de todo o tipo de instrumentos de pinho, harpas, liras, tamborins, chocalhos e címbalos. Quando chegaram à eira de Nacom, Uzá esticou o braço e segurou a arca de Deus, porque os bois haviam tropeçado. A ira do Senhor acendeu-se contra Uzá por seu ato de irreverência. Por isso Deus o feriu, e ele morreu ali mesmo, ao lado da arca de Deus. Davi ficou contrariado porque o Senhor, em sua ira, havia fulminado Uzá. Até hoje aquele lugar é chamado Perez-Uzá. Naquele dia, Davi teve medo do Senhor e se perguntou: "Como vou conseguir levar a arca do Senhor?" Por isso ele desistiu de levar a arca do Senhor para a cidade de Davi. Em vez disso, levou-a para a casa de Obede-Edom, de Gate. A arca do Senhor ficou na casa dele por três meses, e o Senhor o abençoou e a toda a sua família. E disseram ao rei Davi: "O Senhor tem abençoado a família de Obede-Edom e tudo o que ele possui, por causa da arca de Deus". Então Davi, com grande festa, foi à casa de Obede-Edom e ordenou que levassem a arca de Deus para a cidade de Davi. Quando os que carregavam a arca do Senhor davam seis passos, ele sacrificava um boi e um novilho gordo. Davi, vestindo o colete sacerdotal de linho, foi dançando com todas as suas forças perante o Senhor, enquanto ele e todos os israelitas levavam a arca do Senhor ao som de gritos de alegria e de trombetas. Aconteceu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, observava de uma janela. E, ao ver o rei Davi dançando e comemorando perante o Senhor, ela o desprezou em seu coração. Eles trouxeram a arca do Senhor e a colocaram na tenda que Davi lhe havia preparado; e Davi ofereceu holocaustos e sacrifícios de comunhão perante o Senhor. Após oferecer os holocaustos e os sacrifícios de comunhão, ele abençoou o povo em nome do Senhor dos Exércitos, e deu um pão, um bolo de tâmaras e um bolo de uvas passas a cada homem e a cada mulher israelita. Então todo o povo partiu, cada um para a sua casa. Voltando Davi para casa para abençoar sua família, Mical, filha de Saul, saiu ao seu encontro e lhe disse: "Como o rei de Israel se destacou hoje, tirando o manto na frente das escravas de seus servos, como um homem vulgar!" Mas Davi disse a Mical: "Foi perante o Senhor que eu dancei, perante aquele que me escolheu em lugar de seu pai ou de qualquer outro da família dele, quando me designou soberano sobre o povo do Senhor, sobre Israel; perante o Senhor celebrarei e me rebaixarei ainda mais, e me humilharei aos meus próprios olhos. Mas serei honrado por essas escravas que você mencionou". E até o dia de sua morte, Mical, filha de Saul, jamais teve filhos.


Davi ficou chocado com o fato de Deus ter matado a Uzá por tocar na arca. Vale ressaltar que apesar da boa intenção, impedir a arca de cair no chão, ele desobedeceu ao mandamento divino (I Cr 15.2). Muitas vezes nós não compreendemos e não aceitamos as ações de Deus porque nos baseamos em nosso padrão de justiça, que é imperfeito. Davi quando prosseguiu carregando a arca para sua cidade louvou a Deus de todo o seu coração, sem se preocupar com o que as outras pessoas poderiam pensar dele por ser um rei. Por isso Mical desaprovou a atitude de Davi, especialmente porque ele, enquanto rei, se fez apenas mais um do povo. O coração de Davi nos ensina a nos humilharmos a nossos próprios olhos para engrandecer a Deus. Isso gerará, também, o reconhecimento de quem estiver ao nosso redor quanto a nossa entrega a Deus. Porque desprezou a Davi, e consequentemente ao Senhor que o escolheu, Mical foi punida com a desonra de não ter filhos durante toda a sua vida.