domingo, 31 de agosto de 2014

2 Samuel 5

Representantes de todas as tribos de Israel foram dizer a Davi, em Hebrom: "Somos sangue do teu sangue. No passado, mesmo quando Saul era rei, eras tu quem liderava Israel em suas batalhas. E o Senhor te disse: ‘Você pastoreará o meu povo Israel, e será o seu governante’". Então todas as autoridades de Israel foram ao encontro do rei Davi em Hebrom, e ele fez um acordo com eles em Hebrom perante o Senhor, e eles ungiram Davi rei de Israel. Davi tinha trinta anos de idade quando começou a reinar, e reinou durante quarenta anos. Em Hebrom, reinou sobre Judá sete anos e meio, e em Jerusalém reinou sobre todo o Israel e Judá trinta e três anos. O rei e seus soldados marcharam para Jerusalém para atacar os jebuseus que viviam lá. E os jebuseus disseram a Davi: "Você não entrará aqui! Até os cegos e os aleijados podem se defender de você". Eles achavam que Davi não conseguiria entrar, mas, Davi conquistou a fortaleza de Sião, que veio a ser a cidade de Davi. Naquele dia disse Davi: "Quem quiser vencer os jebuseus terá que utilizar a passagem de água para chegar àqueles cegos e aleijados, inimigos de Davi". É por isso que dizem: "Os ‘cegos e aleijados’ não entrarão no palácio". Davi passou a morar na fortaleza e chamou-a cidade de Davi. Construiu defesas na parte interna da cidade desde os muros de arrimo. E foi se tornando cada vez mais poderoso, pois o Senhor Deus dos Exércitos estava com ele. Pouco depois Hirão, rei de Tiro, enviou a Davi uma delegação, que trouxe toras de cedro, e também carpinteiros e pedreiros que construíram um palácio para Davi. Então Davi teve certeza de que o Senhor o confirmara como rei de Israel e que seu reino estava prosperando por amor de seu povo Israel. Depois de mudar-se de Hebrom para Jerusalém, Davi tomou mais concubinas e esposas, e gerou mais filhos e filhas. Estes são os nomes dos que lhe nasceram ali: Samua, Sobabe, Natã, Salomão, Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia, Elisama, Eliada e Elifelete. Ao saber que Davi tinha sido ungido rei de Israel, os filisteus foram com todo o exército prendê-lo, mas Davi soube disso e foi para a fortaleza. Tendo os filisteus se espalhado pelo vale de Refaim, Davi perguntou ao Senhor: "Devo atacar os filisteus? Tu os entregarás nas minhas mãos? " O Senhor lhe respondeu: "Vá, eu os entregarei nas suas mãos". Então Davi foi a Baal-Perazim e lá os derrotou. E disse: "Assim como as águas de uma enchente causam destruição, pelas minhas mãos o Senhor destruiu os meus inimigos diante de mim". Então aquele lugar passou a ser chamado Baal-Perazim. Como os filisteus haviam abandonado os seus ídolos ali, Davi e seus soldados os apanharam. Mais uma vez os filisteus marcharam e se espalharam pelo vale de Refaim; então Davi consultou o Senhor de novo, que lhe respondeu: "Não ataque pela frente, mas dê a volta por trás deles e ataque-os em frente das amoreiras. Assim que você ouvir um som de passos por cima das amoreiras, saia rapidamente, pois este é o sinal de que o Senhor saiu à sua frente para ferir o exército filisteu". Davi fez como o Senhor lhe tinha ordenado, e derrotou os filisteus por todo o caminho, desde Gibeom até Gezer.


Somente neste momento, com o reconhecimento de Davi como rei por todo Israel é que ele passou a governar sobre todo o povo. De acordo com o texto Davi tornou-se mais poderoso pois Deus lutava suas batalhas. Apesar de buscar a Deus constantemente Davi, como muitos outros personagens bíblicos, se distanciou do mandamento divino e tomou muitas esposas e concubinas (Gn 2.24). Isto fez com que não se saciasse a ponto de mais tarde matar um homem (2Sm 12.9) para ter a mulher dele.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

2 Samuel 4

Ao saber que Abner havia morrido em Hebrom, Is-Bosete, filho de Saul, perdeu a coragem, e todo Israel ficou alarmado. Ora, o filho de Saul tinha a seu serviço dois líderes de grupos de ataque. Um deles chamava-se Baaná e o outro, Recabe; ambos filhos de Rimom, de Beerote, da tribo de Benjamim; a cidade de Beerote era considerada parte de Benjamim. O povo de Beerote fugiu para Gitaim e até hoje vive ali como estrangeiro. ( Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés. Ele tinha cinco anos de idade quando chegou a notícia de Jezreel de que Saul e Jônatas haviam morrido. Sua ama o apanhou e fugiu, mas, na pressa, ele o deixou cair e ele ficou manco. Seu nome era Mefibosete. ) Aconteceu então que Recabe e Baaná, filhos de Rimom, de Beerote, foram à casa de Is-Bosete na hora mais quente do dia, na hora do seu descanso do meio-dia. Os dois entraram na casa como se fossem buscar trigo, transpassaram-lhe o estômago e depois fugiram. Eles haviam entrado na casa enquanto Is-Bosete estava deitado, em seu quarto. Depois de o transpassarem e o matarem, cortaram-lhe a cabeça. E levando-a consigo, viajaram toda a noite pela rota da Arabá. Levaram a cabeça de Is-Bosete a Davi, em Hebrom, e disseram-lhe: "Aqui está a cabeça de Is-Bosete, filho de Saul, teu inimigo, que tentou tirar-te a vida. Hoje o Senhor vingou o nosso rei e senhor, de Saul e de sua descendência". Davi respondeu a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, de Beerote: "Juro pelo nome do Senhor, que me tem livrado de todas as aflições. Quando um homem me disse que Saul estava morto, pensando que me trazia boa notícia, eu o agarrei e o matei em Ziclague, como recompensa pela notícia que trouxe! Muito mais agora, que homens ímpios mataram um inocente em sua própria casa e em sua própria cama! Vou castigá-los e eliminá-los da face da terra porque vocês fizeram correr o sangue dele!" Então Davi ordenou a seus soldados, e eles os mataram. E cortaram as mãos e os pés deles e penduraram os corpos junto ao açude de Hebrom. Mas sepultaram a cabeça de Is-Bosete no túmulo de Abner, em Hebrom.


Abner era tido como o principal guardião de Is-Bosete. Com sua morte, não só Is-Bosete ficou receoso, como Todo Israel acreditou que Davi iria se aproveitar para tomar o domínio de todo Israel. Crendo que estavam fazendo algo que agradaria a Davi, Baaná e Recabe mataram a Is-Bosete em sua cama à traição e levaram sua cabeça para Davi como prova. Todavia Davi havia feito uma promessa para Saul, não eliminar seus descendentes e nem fazer desaparecer o nome da família de seu pai(I Sm 24.21). Isso foi o suficiente para que Davi mandasse matar os assassinos, especialmente porque, como disse, mataram a um inocente.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

2 Samuel 3

A guerra entre as famílias de Saul e Davi durou muito tempo. Davi tornava-se cada vez mais forte, enquanto que a família de Saul se enfraquecia. Estes foram os filhos de Davi nascidos em Hebrom: O seu filho mais velho era Amnom, filho de Ainoã, de Jezreel; o segundo, Quileabe, de Abigail, viúva de Nabal, de Carmelo; o terceiro, Absalão, de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto, Adonias, de Hagite; o quinto, Sefatias, de Abital; e o sexto, Itreão, de sua mulher Eglá. Esses foram os filhos de Davi que lhe nasceram em Hebrom. Enquanto transcorria a guerra entre as famílias de Saul e de Davi, Abner foi se tornando poderoso na família de Saul. Saul tivera uma concubina chamada Rispa, filha de Aiá. Certa vez Is-Bosete perguntou a Abner: "Por que você se deitou com a concubina de meu pai?" Abner ficou furioso com a pergunta de Is-Bosete e exclamou: "Por acaso eu sou um cão a serviço de Judá? Até agora tenho sido leal à família de Saul, seu pai, e aos parentes e amigos dele, e não deixei que você caísse nas mãos de Davi; e agora você me acusa de um delito envolvendo esta mulher! Que Deus me castigue com todo rigor, se eu não fizer por Davi o que o Senhor lhe prometeu sob juramento, tirar o reino da família de Saul e estabelecer o trono de Davi sobre Israel e Judá, de Dã a Berseba". Is-Bosete não respondeu nada a Abner, pois tinha medo dele. Então Abner enviou mensageiros a Davi com esta proposta: "A quem pertence esta terra? Faze um acordo comigo e eu te ajudarei a conseguir o apoio de todo o Israel". "Está bem", disse Davi. "Farei um acordo com você, mas com uma condição: não compareça à minha presença sem trazer-me Mical, filha de Saul, quando você vier me ver." E Davi enviou mensageiros a Is-Bosete, filho de Saul, exigindo: "Entregue-me minha mulher Mical, com quem me casei pelo preço de cem prepúcios de filisteus". Diante disso, Is-Bosete mandou que a tirassem do seu marido Paltiel, filho de Laís. Mas Paltiel foi atrás dela, e a seguiu chorando até Baurim. Então Abner ordenou-lhe que voltasse para casa; e ele voltou. Nesse meio tempo, Abner enviou esta mensagem às autoridades de Israel: "Já faz algum tempo que vocês querem Davi como rei. Agora é o momento de agir! Porque o Senhor prometeu a Davi: ‘Por meio de Davi, meu servo, livrarei Israel do poder dos filisteus e de todos os seus inimigos’". Abner também falou pessoalmente com os benjamitas. Depois foi a Hebrom dizer a Davi tudo o que Israel e a tribo de Benjamim haviam aprovado. Quando Abner, acompanhado de vinte homens, apresentou-se a Davi em Hebrom, este ofereceu um banquete para ele e para os homens que o acompanhavam. Disse então Abner a Davi: "Deixa que eu me vá e reúna todo o Israel, meu senhor, para que façam um acordo contigo, ó rei, e reines sobre tudo o que desejares". Davi o deixou ir, e ele se foi em paz. Naquele momento, os soldados de Davi e Joabe voltavam de um ataque, trazendo muitos bens. Abner, porém, já não estava com Davi em Hebrom, porque Davi o tinha deixado partir em paz. Quando Joabe chegou com todo o seu exército, contaram-lhe que Abner, filho de Ner, se apresentara ao rei, que o tinha deixado ir em paz. Então Joabe foi falar com o rei e lhe disse: "Que foi que fizeste? Abner veio à tua presença e o deixaste ir? Conheces Abner, filho de Ner; ele veio para enganá-lo, observar os teus movimentos e descobrir tudo o que estás fazendo". Saindo da presença de Davi, Joabe enviou mensageiros atrás de Abner, e eles o trouxeram de volta, desde a cisterna de Sirá. Mas Davi não ficou sabendo disso. Quando Abner retornou a Hebrom, Joabe o chamou à parte, na porta da cidade, sob o pretexto de falar-lhe em particular, e ali mesmo o feriu no estômago. E Abner morreu por ter derramado o sangue de Asael, irmão de Joabe. Mais tarde, quando Davi soube o que tinha acontecido, disse: "Eu e o meu reino, perante o Senhor, somos para sempre inocentes do sangue de Abner, filho de Ner. Caia a responsabilidade pela morte dele sobre a cabeça de Joabe e de toda a sua família! Jamais falte entre os seus descendentes quem sofra fluxo ou lepra, quem use muletas, quem morra pela espada, ou quem passe fome". Assim, Joabe e seu irmão Abisai mataram Abner porque ele havia matado Asael, irmão deles, na batalha de Gibeom. Então Davi disse a Joabe e a todo o exército que o acompanhava: "Rasguem suas vestes, vistam roupas de luto e vão chorando à frente de Abner". E o rei Davi seguiu atrás da maca que levava o corpo. Enterraram-no em Hebrom, e o rei chorou em alta voz junto ao túmulo de Abner, como também todo o povo. Então o rei cantou este lamento por Abner: "Por que morreu Abner como morrem os insensatos? Suas mãos não estavam algemadas, nem seus pés acorrentados. Você caiu como quem cai perante homens perversos". E todo o povo chorou ainda mais por ele. Depois, quando o povo insistiu com Davi que comesse alguma coisa enquanto ainda era dia, Davi fez este juramento: "Deus me castigue com todo rigor, caso eu prove pão ou qualquer outra coisa antes do pôr-do-sol!" Todo o povo ouviu isso e aprovou; de fato, tudo o que o rei fazia o povo aprovava. Assim, naquele dia, todo o povo e todo o Israel reconheceram que o rei não tivera participação no assassinato de Abner, filho de Ner. Então o rei disse aos seus conselheiros: "Não percebem que caiu hoje em Israel um líder, um grande homem? Embora rei ungido, ainda sou fraco, e esses filhos de Zeruia são mais fortes do que eu. Que o Senhor retribua ao malfeitor de acordo com as suas más obras! "


Is-Bosete desconfiou de que Abner teria dormido com a concubina de seu pai. Isto foi suficiente para que ele o deixasse e se unisse a Davi para fortalecê-lo como único rei em Israel. Para selar o acordo Abner foi a Davi e acertou de se reunir ao restante do povo para que aceitassem a Davi como rei, todavia Joabe sabendo que Davi deixara Abner prosseguir mandou o buscarem sem que Davi tomasse ciência e o matou. Quando Davi soube amaldiçoou a família de Joabe. Apesar de Abner ter sido seu inimigo não fez mal a ele (seu corpo), mas deu-lhe um sepultamento honroso e fez com que todo o povo soubesse que não compactuava com o ocorrido. Com sua promessa de não se alimentar até o por-do-sol demonstrou sua tristeza e declarou sua humildade pois não se achava forte o suficiente para liderar Israel sozinho, necessitava de todos os homens valentes e experientes que desejassem servir a ele e ao povo.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

2 Samuel 2

Passado algum tempo, Davi perguntou ao Senhor: "Devo ir para uma das cidades de Judá? " O Senhor respondeu que sim, e Davi perguntou para qual delas. "Para Hebrom", respondeu o Senhor. Então Davi foi para Hebrom com suas duas mulheres, Ainoã, de Jezreel e Abigail, viúva de Nabal, o carmelita. Davi também levou os homens que o acompanhavam, cada um com sua família, e estabeleceram-se em Hebrom e nos povoados vizinhos. Então os homens de Judá foram a Hebrom e ali ungiram Davi rei da tribo de Judá. Informado de que os habitantes de Jabes-Gileade tinham sepultado Saul, Davi enviou-lhes mensageiros que lhes disseram: "O Senhor os abençoe pelo seu ato de lealdade, ao sepultar Saul, seu rei. Seja o Senhor leal e fiel para com vocês. Também eu firmarei minha amizade com vocês, por terem feito essa boa ação. Mas, agora, sejam fortes e corajosos, pois Saul, seu senhor, está morto, e já fui ungido rei pela tribo de Judá". Enquanto isso, Abner, filho de Ner, comandante do exército de Saul, levou Is-Bosete, filho de Saul, a Maanaim, onde o proclamou rei sobre Gileade, Assuri, Jezreel, Efraim, Benjamim e sobre todo o Israel. Is-Bosete, filho de Saul, tinha quarenta anos de idade quando começou a reinar em Israel, e reinou dois anos. A tribo de Judá, entretanto, seguia Davi, que a governou por sete anos e seis meses, em Hebrom. Abner, filho de Ner, e os soldados de Is-Bosete, filho de Saul, partiram de Maanaim e marcharam para Gibeom. Joabe, filho de Zeruia, e os soldados de Davi foram ao encontro deles no açude de Gibeom. Um grupo posicionou-se num lado do açude, o outro grupo, no lado oposto. Então Abner disse a Joabe: "Vamos fazer alguns soldados lutarem diante de nós". Joabe respondeu: "De acordo". Então doze soldados aliados de Benjamim e Is-Bosete, filho de Saul, atravessaram o açude para enfrentar doze dos soldados aliados de Davi. Cada soldado pegou o adversário pela cabeça e fincou-lhe o punhal no lado, e juntos caíram mortos. Por isso aquele lugar, situado em Gibeom, foi chamado Helcate-Hazurim. Houve uma violenta batalha naquele dia, e Abner e os soldados de Israel foram derrotados pelos soldados de Davi. Estavam lá Joabe, Abisai e Asael, os três filhos de Zeruia. E Asael, que corria como uma gazela em terreno plano, perseguiu Abner, sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda. Abner olhou para trás e perguntou: "É você, Asael? " "Sou eu", respondeu ele. Disse-lhe então Abner: "É melhor você sair para a direita ou para a esquerda, capturar um dos soldados e ficar com as armas dele". Mas Asael não quis parar de persegui-lo. Então Abner advertiu Asael mais uma vez: "Pare de me perseguir! Não quero matá-lo. Como poderia olhar seu irmão Joabe nos olhos de novo?" Como, porém, Asael, não desistiu de persegui-lo, Abner cravou no estômago dele a ponta da lança, que saiu pelas costas. E ele caiu, morrendo ali mesmo. E paravam todos os que chegavam ao lugar onde Asael estava caído. Então Joabe e Abisai perseguiram Abner. Ao pôr-do-sol, chegaram à colina de Amá, defronte de Gia, no caminho para o deserto de Gibeom. Os soldados de Benjamim, seguindo Abner, reuniram-se formando um só grupo e ocuparam o alto de uma colina. Então Abner gritou para Joabe: "O derramamento de sangue vai continuar? Não vê que isso vai trazer amargura? Quando é que você vai mandar o seu exército parar de perseguir os seus irmãos?" Respondeu Joabe: "Juro pelo nome de Deus, que se você não tivesse falado, o meu exército perseguiria os seus irmãos até de manhã". Então Joabe tocou a trombeta, e o exército parou de perseguir Israel e de lutar. Abner e seus soldados marcharam pela Arabá durante toda a noite. Atravessaram o Jordão, marcharam durante a manhã inteira e chegaram a Maanaim. Quando Joabe voltou da perseguição a Abner, reuniu todo o exército. E viram que faltavam dezenove soldados, além de Asael. Mas os soldados de Davi tinham matado trezentos e sessenta benjamitas que estavam com Abner. Levaram Asael e o sepultaram no túmulo de seu pai, em Belém. Depois disso, Joabe e seus soldados marcharam durante toda a noite e chegaram a Hebrom ao amanhecer.


Davi foi para Hebrom e começou a montar seu exército como rei. Todavia Is-Bosete foi coroado rei por Abner, um dos líderes do exército de Saul posto que Abner não aceitou a escolha de Deus. Os guerreiros de Davi foram enfrentar os guerreiros de Is-Bosete para que Davi reinasse sobre todo Israel.

sábado, 23 de agosto de 2014

2 Samuel 1

Depois da morte de Saul, Davi retornou de sua vitória sobre os amalequitas. Fazia dois dias que ele estava em Ziclague
quando, no terceiro dia, chegou um homem que vinha do acampamento de Saul, com as roupas rasgadas e terra na cabeça. Ao aproximar-se de Davi, prostrou-se em terra, em sinal de respeito.
Davi então lhe perguntou: "De onde você vem? " Ele respondeu: "Fugi do acampamento israelita". Disse Davi: "Conte-me o que aconteceu? " E o homem contou: "O nosso exército fugiu da batalha, e muitos morreram. Saul e Jônatas também estão mortos". Então Davi perguntou ao jovem que lhe trouxera as notícias: "Como você sabe que Saul e Jônatas estão mortos?" O jovem respondeu: "Cheguei por acaso ao monte Gilboa, e lá estava Saul, apoiado em sua lança. Os carros de guerra e os oficiais da cavalaria estavam a ponto de alcançá-lo. Quando ele se virou e me viu, chamou-me, gritando, e eu disse: ‘Estou aqui’". "Ele me perguntou: ‘Quem é você? ’ " ‘Sou um amalequita’, respondi. "Então ele me ordenou: ‘Venha aqui e mate-me! Estou na angústia da morte, mas ainda vivo’. "Por isso aproximei-me dele e o matei, pois sabia que ele não sobreviveria ao ferimento. Peguei a coroa e o bracelete dele e trouxe-os para ti, meu senhor." Então Davi rasgou suas vestes; e os homens que estavam com ele fizeram o mesmo. E lamentaram, chorando e jejuando até o fim da tarde, por Saul e por seu filho Jônatas, pelo exército do Senhor e pelo povo de Israel, porque muitos haviam sido mortos à espada. E Davi perguntou ao jovem que lhe trouxera as notícias: "De onde você é? " E ele respondeu: "Sou filho de um estrangeiro, sou amalequita". Davi lhe perguntou: "Como você não temeu levantar a mão para matar o ungido do Senhor?" Então Davi chamou um dos seus soldados e disse-lhe: "Venha aqui e mate-o! " O servo o feriu, e o homem morreu. Davi tinha dito ao jovem: "Você é responsável por sua própria morte. Sua boca testemunhou contra você, quando disse: ‘Matei o ungido do Senhor’". Davi cantou este lamento sobre Saul e seu filho Jônatas, e ordenou que se ensinasse aos homens de Judá este Lamento do Arco, que foi registrado no Livro de Jasar: "O seu esplendor, ó Israel, está morto sobre os seus montes. Como caíram os guerreiros! "Não conte isso em Gate, não o proclame nas ruas de Ascalom, para que não se alegrem as filhas dos filisteus nem exultem as filhas dos incircuncisos. "Ó colinas de Gilboa, nunca mais haja orvalho nem chuva sobre vocês, nem campos que produzam trigo para as ofertas. Porque ali foi profanado o escudo dos guerreiros, o escudo de Saul, que nunca mais será polido com óleo. Do sangue dos mortos, da carne dos guerreiros, o arco de Jônatas nunca recuou, a espada de Saul sempre cumpriu a sua tarefa. "Saul e Jônatas, mui amados, nem na vida nem na morte foram separados. Eram mais ágeis que as águias, mais fortes que os leões. "Chorem por Saul, ó filhas de Israel! Chorem aquele que as vestia de rubros ornamentos, e suas roupas enfeitava com adornos de ouro. "Como caíram os guerreiros no meio da batalha! Jônatas está morto sobre os montes de Israel. Como estou triste por você, Jônatas, meu irmão! Como eu lhe queria bem! Sua amizade me era mais preciosa que o amor das mulheres! "Caíram os guerreiros! As armas de guerra foram destruídas!"



A declaração do amalequita para Davi diverge completamente da morte original que consta no último capitulo de I Samuel. Lá nós vemos que Saul quis que seu escudeiro o matasse para que não caísse pelas mãos dos incircuncisos. O amalequita tenta ganhar a simpatia de Davi com a morte de Saul se declarando o executor, principalmente, um executor piedoso. Todavia sua mentira apenas o leva a morte por ter tocado no ungido do Senhor, como diz Davi. Apesar de tudo que Saul fez contra Davi, este fez um cântico em homenagem e lamento a Saul e, principalmente, Jônatas. Os dois eram muito amigos como diz o texto, a ponto de Davi preferir ter a amizade dele do que o amor de mulher. Algumas pessoas distorcem este texto para afirmar que ambos tinham algo além da amizade, todavia havia apenas o agape fileo, o amor fraterno, de irmão.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

1 Samuel 31

E aconteceu que, em combate com os filisteus, os israelitas foram postos em fuga e muitos caíram mortos no monte Gilboa. Os filisteus perseguiram Saul e seus filhos, e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul. O combate foi se tornando cada vez mais violento em torno de Saul, até que os flecheiros o alcançaram e o feriram gravemente. Então Saul ordenou ao seu escudeiro: "Tire sua espada e mate-me com ela, senão sofrerei a vergonha de cair nas mãos desses incircuncisos". Mas seu escudeiro estava apavorado e não quis fazê-lo. Saul, então, pegou a própria espada e jogou-se sobre ela. Quando o escudeiro viu que Saul estava morto, jogou-se também sobre sua espada e morreu com ele. De maneira que Saul, seus três filhos, seu escudeiro e todos os seus soldados morreram juntos naquele dia. Quando os israelitas que habitavam do outro lado do vale e a leste do Jordão viram que o exército tinha fugido, e que Saul e seus filhos estavam mortos, fugiram abandonando suas cidades. Depois os filisteus foram ocupá-las. No dia seguinte, quando os filisteus foram saquear os mortos, encontraram Saul e seus três filhos caídos no monte Gilboa. Cortaram a cabeça de Saul, pegaram suas armas, e enviaram mensageiros por toda a terra dos filisteus proclamando a notícia nos templos de seus ídolos e entre seu povo. Expuseram as armas de Saul no templo dos postes sagrados e penduraram seu corpo no muro de Bete-Seã. Quando os habitantes de Jabes-Gileade ficaram sabendo do que os filisteus tinham feito com Saul, os mais corajosos dentre eles foram durante a noite a Bete-Seã. Baixaram os corpos de Saul e de seus filhos do muro de Bete-Seã e foram para Jabes, onde os queimaram. Depois enterraram seus ossos debaixo de uma tamargueira em Jabes, e jejuaram por sete dias.


Saul vendo que estava para se cumprir a promessa de sua morte e vendo que os filisteus se aproximavam dele, bem como já tinham matado a seus filhos, decidiu suicidar-se para não permitir que alguém o matasse e se declarasse executor do rei de Israel. Aqui ele que já não mais tinha comunhão com Deus, e tinha sido destituído do trono por Ele, se apavora. Ao contrário do que aconteceu a Davi quando viu o que os amalequitas fizeram e confiou em Deus, Saul não tinha mais esperança, pois sua força estava em si mesmo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

1 Samuel 30

Quando Davi e seus soldados chegaram a Ziclague, no terceiro dia, os amalequitas tinham atacado o Neguebe e Ziclague, e haviam incendiado a cidade. Levaram como prisioneiros todos os que lá estavam: as mulheres, os jovens e os idosos. A ninguém mataram, mas os levaram consigo, quando prosseguiram seu caminho. Ao chegarem a Ziclague, Davi e seus soldados encontraram a cidade destruída pelo fogo e viram que suas mulheres, filhos e filhas haviam sido levados como prisioneiros. Então Davi e seus soldados choraram em alta voz até não terem mais forças. As duas mulheres de Davi também tinham sido levadas: Ainoã de Jezreel, e Abigail de Carmelo, a que fora mulher de Nabal. Davi ficou profundamente angustiado, pois os homens falavam em apedrejá-lo; todos estavam amargurados por causa de seus filhos e suas filhas. Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor seu Deus. Então Davi disse ao sacerdote Abiatar, filho de Aimeleque: "Traga-me o colete sacerdotal". Abiatar o trouxe a Davi, e ele perguntou ao Senhor: "Devo perseguir este bando de invasores? Irei alcançá-los? " E o Senhor respondeu: "Persiga-os; é certo que você os alcançará e conseguirá libertar os prisioneiros". Davi e os seiscentos homens que estavam com ele foram ao ribeiro de Besor, onde ficaram alguns, pois duzentos deles estavam exaustos demais para atravessar o ribeiro. Todavia, Davi e quatrocentos homens continuaram a perseguição. Encontraram um egípcio no campo e o trouxeram a Davi. Deram-lhe água e comida: um pedaço de bolo de figos prensados e dois bolos de uvas passas. Ele comeu e recobrou as forças, pois tinha ficado três dias e três noites sem comer e sem beber. Davi lhe perguntou: "A quem você pertence e de onde vem? " Ele respondeu: "Sou um jovem egípcio, servo de um amalequita. Meu senhor me abandonou quando fiquei doente há três dias. Nós atacamos o Neguebe dos queretitas, o território que pertence a Judá e o Neguebe de Calebe. E incendiamos a cidade de Ziclague". Davi lhe perguntou: "Você pode levar-me até esse bando de invasores? " Ele respondeu: "Jura, diante de Deus, que não me matarás nem me entregarás nas mãos de meu senhor, e te levarei até eles". Quando ele levou Davi até lá, eles estavam espalhados pela região, comendo, bebendo e festejando os muitos bens que haviam tomado da terra dos filisteus e de Judá. Davi os atacou no dia seguinte, desde o amanhecer até à tarde, e nenhum deles escapou, com a exceção de quatrocentos jovens que montaram em camelos e fugiram. Davi recuperou tudo o que os amalequitas tinham levado, incluindo suas duas mulheres. Nada faltou; nem jovens, nem velhos, nem filhos, nem filhas, nem bens nem qualquer outra coisa que fora levada. Davi recuperou tudo. E tomou também todos os rebanhos dos amalequitas, e seus soldados os conduziram à frente dos outros animais, dizendo: "Estes são os despojos de Davi". Então Davi foi até os duzentos homens que estavam exaustos demais para segui-lo e tinham ficado no ribeiro de Besor. Eles saíram para encontrar Davi e os que estavam com ele. Ao se aproximar com seus soldados, Davi os saudou. Mas todos os maus e vadios que tinham ido com Davi disseram: "Uma vez que não saíram conosco, não repartiremos com eles os bens que recuperamos. No entanto, cada um poderá pegar sua mulher e seus filhos e partir". Davi respondeu: "Não, meus irmãos! Não façam isso com o que o Senhor nos deu. Ele nos protegeu e entregou em nossas mãos as forças que vieram contra nós. Quem concordará com o que vocês estão dizendo? A parte de quem ficou com a bagagem será a mesma de quem foi à batalha. Todos receberão partes iguais". Davi fez disso um decreto e uma ordenança para Israel, desde aquele dia até hoje. Quando Davi chegou a Ziclague, enviou parte dos bens às autoridades de Judá, que eram seus amigos, dizendo: "Eis um presente para vocês, tirado dos bens dos inimigos do Senhor". Ele enviou esse presente às autoridades de Betel, de Ramote do Neguebe, de Jatir, de Aroer, de Sifmote, de Estemoa, de Racal, das cidades dos jerameelitas e dos queneus, e de Hormá, de Corasã, de Atace, de Hebrom e de todos os lugares onde Davi e seus soldados tinham passado.


Diante da situação todos os homens leais ficaram revoltados com Davi e desejaram sua morte. Todavia Davi, que também tinha perdido suas mulheres, se fortaleceu em Deus. Assim como Paulo apesar das adversidades e fraquezas Davi teve força não proveniente de dentro de si, mas de Deus (II Co 12.10). Ele confiou em Deus e não deixou se abalar pela situação adversa a qual estava passando. Apesar de não estarem no período da graça, mas do olho por olho, Davi viu o servo de um amalequita e não o deixou doente e com fome, mas o alimentou e cuidou dele, apesar de ser de um povo inimigo, como na parábola do bom samaritano (Lc 10). Por fim, não compactuou com seus soldados que não quiseram dividir os despojos com os que, por cansaço extremo, não seguiram para a batalha, mas permaneceram guardando os pertences de todo o grupo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

1 Samuel 29

Os filisteus reuniram todas as suas tropas em Afeque, e Israel acampou junto à fonte em Jezreel. Enquanto os governantes filisteus avançavam com seus grupos de cem e de mil, Davi e seus homens iam na retaguarda com Aquis. Os comandantes dos filisteus perguntaram: "O que estes hebreus fazem aqui? " Aquis respondeu: "Este é Davi, que era oficial de Saul, rei de Israel. Ele já está comigo há mais de um ano, e desde o dia em que deixou Saul nada fez que mereça desconfiança". Contudo, os comandantes filisteus se iraram contra ele e disseram: "Mande embora este homem para a cidade que você lhe designou. Ele não deve ir para a guerra conosco, senão se tornará nosso adversário durante o combate. Qual seria a melhor maneira de recuperar a boa vontade de seu senhor, senão às custas das cabeças de nossos homens? Não é ele o Davi de quem cantavam em suas danças: ‘Saul abateu seus milhares, e Davi suas dezenas de milhares’?" Então Aquis chamou a Davi e lhe disse: "Juro pelo nome do Senhor que você tem sido leal, e ficaria contente em tê-lo servindo comigo no exército. Desde o dia em que você veio a mim, nunca desconfiei de você, mas os governantes não o aprovam. Agora, volte e vá em paz! Não faça nada que desagrade os governantes filisteus". Davi perguntou: "O que foi que eu fiz? O que descobriste contra teu servo, desde o dia em que cheguei? Por que não posso ir e lutar contra os inimigos do rei, meu senhor?" Aquis respondeu: "Reconheço que você tem feito o que eu aprovo, como um anjo de Deus. Os comandantes filisteus, no entanto, dizem que você não deve ir à batalha conosco. Agora, levante-se bem cedo, junto com os servos de seu senhor que vieram com você, e partam de manhã, assim que clarear o dia". Então Davi e seus soldados levantaram-se de madrugada para voltar à terra dos filisteus. Os filisteus, porém, foram para Jezreel.


Davi era tão reto em sua conduta que Aquis o manteve junto a si para sua guarda na guerra. Todavia os governantes filisteus, que não conheciam profundamente a Davi, desconfiaram dele e pediram que fosse dispensado da guerra para não se voltar contra eles. Apenas por este motivo Aquis o dispensou. O caráter de de Davi era reconhecido até pelos inimigos. Importante destacar que, como diz o texto, Davi ficou por 1 ano com Aquis, comprovando seu caráter.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

1 Samuel 28

Naqueles dias os filisteus reuniram suas tropas para lutar contra Israel. Aquis disse a Davi: "Você deve saber que você e seus soldados me acompanharão no exército". Disse Davi a Aquis: "Então tu saberás o que teu servo é capaz de fazer". Aquis respondeu-lhe: "Então, o colocarei como minha guarda pessoal permanente". Samuel já havia morrido, e todo o Israel o havia pranteado e sepultado em Ramá, sua cidade natal. Saul havia expulsado do país os médiuns e os espíritas. Depois que os filisteus se reuniram, vieram e acamparam em Suném, enquanto Saul reunia todos os israelitas e acampava em Gilboa. Quando Saul viu o acampamento filisteu, teve medo; ficou apavorado. Ele consultou o Senhor, mas este não lhe respondeu nem por sonhos nem por Urim nem por profetas. Então Saul disse aos seus auxiliares: "Procurem uma mulher que invoca espíritos, para que eu a consulte". Eles disseram: "Existe uma em En-Dor". Saul então se disfarçou, vestindo outras roupas, e foi à noite, com dois homens, até a casa da mulher. Ele disse a ela: "Invoque um espírito para mim, fazendo subir aquele cujo nome eu disser". A mulher, porém, lhe disse: "Certamente você sabe o que Saul fez. Ele eliminou os médiuns e os espíritas da terra de Israel. Por que você está preparando uma armadilha contra mim que me levará à morte?" Saul jurou-lhe pelo Senhor: "Juro pelo nome do Senhor que você não será punida por isso". "Quem devo fazer subir? ", perguntou a mulher. Ele respondeu: "Samuel". Quando a mulher viu Samuel, gritou e disse a Saul: "Por que me enganaste? Tu mesmo és Saul!" O rei lhe disse: "Não tenha medo. O que você está vendo? " A mulher disse a Saul: "Vejo um ser que sobe do chão". Ele perguntou: "Qual a aparência dele? " E disse ela: "Um ancião vestindo um manto está subindo". Então Saul ficou sabendo que era Samuel, inclinou-se e prostrou-se, rosto em terra. Samuel perguntou a Saul: "Por que você me perturbou, fazendo-me subir? " Respondeu Saul: "Estou muito angustiado. Os filisteus estão me atacando e Deus se afastou de mim. Ele já não responde nem por profetas nem por sonhos; por isso o chamei para dizer-me o que fazer". Disse Samuel: "Por que você me chamou, já que o Senhor se afastou de você e se tornou seu inimigo? O Senhor fez o que predisse por meu intermédio: rasgou de suas mãos o reino e o deu a seu próximo, a Davi. Porque você não obedeceu ao Senhor nem executou a grande ira dele contra os amalequitas, ele lhe faz isso hoje. O Senhor entregará você e o povo de Israel nas mãos dos filisteus, e amanhã você e seus filhos estarão comigo. O Senhor também entregará o exército de Israel nas mãos dos filisteus". Na mesma hora Saul caiu estendido no chão, aterrorizado pelas palavras de Samuel. Suas forças haviam se esgotado, pois ele tinha passado todo aquele dia e toda aquela noite sem comer. Quando a mulher se aproximou de Saul e viu que ele estava profundamente perturbado, disse: "Olha, tua serva te obedeceu. Arrisquei minha vida e fiz o que me ordenaste. Agora, por favor, ouve tua serva e come um pouco para que tenhas forças para seguir teu caminho". Ele recusou e disse: "Não vou comer". Seus homens, porém, insistiram com ele, e a mulher também; e ele os atendeu. Ele se levantou do chão e sentou-se na cama. A mulher matou depressa um bezerro gordo que tinha em casa; apanhou um pouco de farinha, amassou-a e assou pão sem fermento. Então ela serviu a Saul e a seus homens, e eles comeram. E naquela mesma noite eles partiram.


Este texto tem uma diversidade de entendimento quanto a sua compreensão. Alguns creem que Saul consultou realmente a Samuel, outros, que era um espírito se passando por Samuel. Saul tinha obedecido ao Senhor e eliminou a quem consultava a espíritos e adivinhadores de Israel. Diante do silêncio divino Saul resolve novamente desobedecer a Deus e procurar alguém para lhe instruir. Se observarmos na Bíblia não há uma menção expressa da impossibilidade de ter contato com os que já morreram, mas, com o surgimento da morte (Gn 3), os homens deixaram de ter vida eterna não podendo assim conhecer a todos os seus descendentes. O ser humano passou a: sentir dor no parto (mulher - Gn 3.16), ter que trabalhar arduamente para se alimentar (Gn 3.17) e morrer ("porque você é pó e ao pó voltará" - Gn 3.19). O que há em diversos textos bíblicos é a proibição de consultar os mortos (Dt 18.10-12, Lv 19.31 entre outros). A simples ordem divina de não se comunicar com os mortos já deve ser motivo suficiente para não realizar tal prática. O que os protestantes condenam no costume católico de rezar para santos, ou o que deveria ser condenado já que muitos dizem não adorar às imagens, apenas se dirigem aos espíritos das pessoas dessas imagens, é exatamente o fato de tentar contato com um morto, que, como já dito, é proibido por Deus. A única exceção, que no caso não é imagem e nem homem comum, é Jesus que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele foi o único que morreu e está ressurreto, com esse sim podemos nos comunicar.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

1 Samuel 27

Davi, contudo, pensou: "Algum dia serei morto por Saul. É melhor fugir para a terra dos filisteus. Então Saul desistirá de procurar-me por todo o Israel, e escaparei dele". Assim, Davi e os seiscentos homens que estavam com ele foram até Aquis, filho de Maoque, rei de Gate. Davi e seus soldados se estabeleceram com Aquis, em Gate. Cada homem levou sua família, e Davi, suas duas mulheres, Ainoã, de Jezreel, e Abigail, mulher de Nabal, de Carmelo. Quando contaram a Saul que Davi havia fugido para Gate, ele parou de persegui-lo. Então Davi disse a Aquis: "Se eu conto com a sua simpatia, dá-me um lugar numa das cidades desta terra onde eu possa viver. Por que este teu servo viveria contigo na cidade real?" Naquele dia Aquis deu-lhe Ziclague. Por isso, Ziclague pertence aos reis de Judá até hoje. Davi morou em território filisteu durante um ano e quatro meses. Davi e seus soldados atacavam os gesuritas, os gersitas e os amalequitas, povos que, desde tempos antigos, habitavam a terra que se estende de Sur até o Egito. Quando Davi atacava a região, não poupava homens nem mulheres, e tomava ovelhas, bois, jumentos, camelos e roupas. Então retornava a Aquis. Quando Aquis perguntava: "Onde você atacou hoje? " Davi respondia: "O Neguebe de Judá" ou "O Neguebe de Jerameel" ou "O Neguebe dos queneus". Ele matava a todos, homens e mulheres, para que não fossem levados a Gate, pois pensava: "Eles poderão denunciar-me". Este foi o seu procedimento enquanto viveu em território filisteu. Aquis confiava em Davi e dizia: "Ele se tornou tão odiado por seu povo, os israelitas, que será meu servo para sempre".


O rei Aquis acreditou que Davi não sairia mais do meio de seu povo e que seria servo dele eternamente. Todavia, havia uma promessa do Senhor para Davi que ele viria a ser o novo rei de Israel. Quando Deus promete, ele cumpre. Tudo acontece no tempo dele, não no nosso. Davi reconhecia muito bem tal verdade, pois quando tinha oportunidade de matar Saul para subir ao trono não o fazia, mas aguardava o tempo pré-determinado por Deus.

domingo, 17 de agosto de 2014

1 Samuel 26

Os zifeus foram falar com Saul, em Gibeá, e disseram: "Davi está escondido na colina de Haquilá, em frente do deserto de Jesimom". Então Saul desceu ao deserto de Zife, com três mil dos melhores soldados de Israel, em busca de Davi. Saul acampou ao lado da estrada, na colina de Haquilá, em frente do deserto de Jesimom, mas Davi permaneceu no deserto. Quando viu que Saul o estava seguindo, enviou espiões e soube que Saul havia de fato chegado. Então Davi foi para o lugar onde Saul estava acampado. E viu o lugar onde Saul e Abner, filho de Ner, comandante de seu exército, haviam se deitado. Saul estava deitado no acampamento, com o exército acampado ao redor. Davi então perguntou ao hitita Aimeleque e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe: "Quem descerá comigo ao acampamento de Saul? " Disse Abisai: "Irei com você". Davi e Abisai entraram à noite no acampamento. Saul estava deitado, dormindo com sua lança fincada no chão, perto da cabeça. Abner e os soldados estavam deitados à sua volta. Abisai disse a Davi: "Hoje Deus entregou o seu inimigo nas suas mãos. Deixe-me, agora, cravar a lança nele até o chão com um só golpe; não precisarei de outro". Davi, contudo, disse a Abisai: "Não o mate! Quem pode levantar a mão contra o ungido do Senhor e permanecer inocente? Juro pelo nome do Senhor", disse ele, "o Senhor mesmo o matará; ou chegará a sua hora e ele morrerá, ou ele irá para a batalha e perecerá. O Senhor me livre de levantar a mão contra seu ungido. Agora, vamos pegar a lança e o jarro com água que estão perto da cabeça dele, e vamos embora". Então, Davi apanhou a lança e o jarro que estavam perto da cabeça de Saul, e eles foram embora. Ninguém os viu, ninguém percebeu e ninguém acordou. Estavam todos dormindo, pois um sono pesado vindo do Senhor havia caído sobre eles. Então Davi atravessou para o outro lado e colocou-se no topo da colina, ao longe, a uma boa distância deles. E gritou para o exército e para Abner, filho de Ner: "Você não vai me responder, Abner?" Abner respondeu: "Quem é que está gritando para o rei?" Disse Davi: "Você é homem, não é? Quem é como você em Israel? Por que você não protegeu o rei, seu senhor? Alguém foi até aí para matá-lo. Não é bom isso que você fez! Juro pelo Senhor que todos vocês merecem morrer, pois não protegeram o seu rei, o ungido do Senhor. Agora, olhem! Onde estão a lança e o jarro de água do rei, que estavam perto da cabeça dele?" Saul reconheceu a voz de Davi e disse: "É você, meu filho Davi? " Davi respondeu: "Sim, ó rei, meu senhor". E acrescentou: "Por que meu senhor está perseguindo este seu servo? O que eu fiz e de que mal sou culpado? Que o rei, meu senhor, escute as palavras de seu servo. Se o Senhor o instigou contra mim, então que ele aceite uma oferta; se, porém, são homens que o fizeram, que sejam amaldiçoados perante o Senhor! Eles agora me afastaram de minha porção na herança do Senhor e disseram: ‘Vá, preste culto a outros deuses’. Agora, que meu sangue não caia sobre a terra, longe da presença do Senhor. O rei de Israel saiu à procura de uma pulga, como alguém que caça uma perdiz nos montes". Então Saul disse: "Pequei! Volte, meu filho Davi! Como hoje você considerou preciosa a minha vida, não lhe farei mal de novo. Tenho agido como um tolo e cometido um grande erro". Respondeu Davi: "Aqui está a lança do rei. Venha um de seus servos e a pegue. O Senhor recompensa a justiça e a fidelidade de cada um. Ele o entregou nas minhas mãos hoje, mas eu não levantaria a mão contra o ungido do Senhor. Assim como eu hoje considerei a sua vida de grande valor, que o Senhor também considere a minha vida e me livre de toda a angústia". Então Saul disse a Davi: "Seja você abençoado, meu filho Davi; você fará muitas coisas e em tudo será bem sucedido". Assim Davi prosseguiu seu caminho, e Saul voltou para casa.


Mais uma vez Davi é caçado por Saul. Outra vez os soldados de Davi desejam matar a Saul para que aquele seja livre, todavia ele crê que Deus poderá matar o rei, caso não o queira mais nesta posição, ou, também, pode morrer em batalha. Tudo o que fez foi levar consigo pertences do rei que comprovavam sua inocência e que teve a possibilidade de fazer mal a Saul, não o fazendo por vontade própria.

sábado, 16 de agosto de 2014

1 Samuel 25

Samuel morreu, e todo o Israel se reuniu e o pranteou; e o sepultaram onde vivia, em Ramá. Depois Davi foi para o deserto de Maom. Certo homem de Maom, que tinha seus bens na cidade de Carmelo, era muito rico. Possuía mil cabras e três mil ovelhas, as quais estavam sendo tosquiadas em Carmelo. Seu nome era Nabal e o nome de sua mulher era Abigail, mulher inteligente e bonita; mas seu marido, descendente de Calebe, era rude e mau. No deserto, Davi ficou sabendo que Nabal estava tosquiando as ovelhas. Por isso, enviou dez rapazes e lhes disse: "Levem minha mensagem a Nabal, em Carmelo, e o cumprimentem em meu nome. Digam-lhe: ‘Longa vida para o senhor! Muita paz para o senhor e sua família! E muita prosperidade para tudo que é teu!’ ‘Sei que estás tosquiando tuas ovelhas. Quando os teus pastores estavam conosco, nós não os maltratamos, e durante todo o tempo em que estiveram em Carmelo não se perdeu nada que fosse deles. Pergunte a eles, e eles lhe dirão. Por isso, seja favorável, pois estamos vindo em época de festa. Por favor, dá a nós teus servos e a teu filho Davi o que puderes’". Os rapazes foram e deram a Nabal essa mensagem, em nome de Davi. E ficaram esperando. Nabal respondeu então aos servos de Davi: "Quem é Davi? Quem é esse filho de Jessé? Hoje em dia, muitos servos estão fugindo de seus senhores. Por que deveria eu pegar meu pão e minha água, e a carne do gado que abati para meus tosquiadores, e dá-los a homens que vêm não se sabe de onde?" Então, os mensageiros de Davi voltaram, e ao chegarem, relataram a ele cada uma dessas palavras. Davi ordenou a seus homens: "Ponham suas espadas na cintura! " Assim eles fizeram e também Davi. Cerca de quatrocentos homens acompanharam Davi, enquanto duzentos permaneceram com a bagagem. Um dos servos disse a Abigail, mulher de Nabal: "Do deserto, Davi enviou mensageiros para saudar o nosso senhor, mas ele os insultou. No entanto, aqueles homens foram muito bons para conosco. Não nos maltrataram, e, durante todo o tempo em que estivemos com eles nos campos, nada perdemos. Dia e noite eles eram como um muro ao nosso redor, durante todo o tempo em que estivemos com eles cuidando de nossas ovelhas. Agora, leve isso em consideração e veja o que a senhora pode fazer, pois a destruição paira sobre o nosso senhor e sobre toda a sua família. Ele é um homem tão mau que ninguém consegue conversar com ele". Imediatamente, Abigail pegou duzentos pães, duas vasilhas de couro cheias de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de grãos torrados, cem bolos de uvas passas e duzentos bolos de figos prensados, e os carregou em jumentos. E disse a seus servos: "Vocês vão na frente; eu os seguirei". Ela, porém, nada disse a Nabal, seu marido. Enquanto ela ia montada num jumento, encoberta pela montanha, Davi e seus soldados estavam descendo em sua direção, e ela os encontrou. Davi tinha dito: "De nada adiantou proteger os bens daquele homem no deserto, para que nada se perdesse. Ele me pagou o bem com o mal. Que Deus castigue a Davi, e o faça com muita severidade, caso até de manhã eu deixe vivo um só do sexo masculino de todos os que pertencem a Nabal!" Quando Abigail viu Davi, desceu depressa do jumento e prostrou-se perante Davi, rosto em terra. Ela caiu a seus pés e disse: "Meu senhor, a culpa é toda minha. Por favor, deixa a tua serva lhe falar; ouve o que ela tem a dizer. Meu senhor, não dês atenção àquele homem mau, Nabal. Ele é insensato, conforme o seu nome significa; e a insensatez o acompanha. Contudo, eu, tua serva, não vi os rapazes que meu senhor enviou. "Agora, meu senhor, juro pelo nome do Senhor e por tua vida que foi o Senhor que o impediu de derramar sangue e de vingar-se com tuas próprias mãos. Que teus inimigos e todos os que pretendem fazer-te mal sejam castigados como Nabal. E que este presente que esta tua serva trouxe ao meu senhor seja dado aos homens que o seguem. Esqueça, eu te suplico, a ofensa de tua serva, pois o Senhor certamente fará um reino duradouro para ti, que travas os combates do Senhor. E em toda a tua vida, nenhuma culpa se ache em ti. Mesmo que alguém te persiga para tirar-te a vida, a vida de meu senhor estará firmemente segura como a dos que são protegidos pelo Senhor teu Deus. Mas a vida de teus inimigos será atirada para longe como por uma atiradeira. Quando o Senhor tiver feito a meu senhor todo o bem que prometeu e te tiver nomeado líder sobre Israel, meu senhor não terá no coração o peso de ter derramado sangue desnecessariamente nem de ter feito justiça com as próprias mãos. E, quando o Senhor tiver abençoado a ti, lembra-te de tua serva". Davi disse a Abigail: "Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, que hoje a enviou ao meu encontro. Seja você abençoada pelo seu bom senso e por evitar que eu hoje derrame sangue e me vingue com minhas próprias mãos. De outro modo, juro pelo nome do Senhor, o Deus de Israel, que evitou que eu lhe fizesse mal, se você não tivesse vindo depressa encontrar-me, nem um só do sexo masculino pertencente a Nabal teria sido deixado vivo ao romper do dia". Então Davi aceitou o que ela havia lhe trazido e disse: "Vá para sua casa em paz. Ouvi o que você disse e atenderei o seu pedido". Quando Abigail retornou a Nabal, ele estava dando um banquete em casa, como um banquete de rei. Ele estava alegre e bastante bêbado, e ela nada lhe falou até o amanhecer. De manhã, quando Nabal estava sóbrio, sua mulher lhe contou todas essas coisas; ele sofreu um ataque e ficou paralisado como uma pedra. Cerca de dez dias depois, o Senhor feriu a Nabal, e ele morreu. Quando Davi soube que Nabal estava morto, disse: "Bendito seja o Senhor, que defendeu a minha causa contra Nabal, por ter me tratado com desprezo. O Senhor impediu seu servo de praticar o mal e fez com que a maldade de Nabal caísse sobre sua própria cabeça". Então Davi enviou uma mensagem a Abigail, pedindo-lhe que se tornasse sua mulher. Seus servos foram a Carmelo e disseram a Abigail: "Davi nos enviou a você para levá-la para tornar-se mulher dele". Ela se levantou, depois inclinou-se rosto em terra e disse: "Aqui está a sua serva, pronta para servi-los e lavar os pés dos servos de meu senhor". Abigail logo montou num jumento e, acompanhada por suas cinco servas, foi com os mensageiros de Davi e tornou-se sua mulher. Davi também casou-se com Ainoã de Jezreel; e as duas foram suas mulheres. Saul, porém, tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Paltiel, filho de Laís, de Galim.


Davi se encontrava no deserto com seus homens. Todos estavam sentindo fome e creram que por terem ajudado a cuidar do rebanho de Nabal seria retribuído o favor. Todavia Nabal apenas afirma desconhecer Davi e não crer nos homens enviados por ele. Com isso Davi decide investir contra Nabal e seus servos. Ao tomar ciência do que acontecera Abigail, mulher de Nabal, providencia de imediato o alimento pedido por Davi e se humilha diante deste para pedir perdão, assumindo toda a culpa. A sabedoria desta mulher salvou a vida dela e dos servos de Nabal. Já a deste é apenas poupada por um pouco de tempo, pois o Senhor faz a justiça em nome de Davi. Vendo a sabedoria da mulher e tendo sofrido a desonra do rei ter pego sua filha, esposa de Davi, e entregue para Paltiel, toma a Abigail por mulher após a morte de Nabal.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

1 Samuel 24

Saul voltou da luta contra os filisteus e disseram-lhe que Davi estava no deserto de En-Gedi. Então Saul tomou três mil de seus melhores soldados de todo o Israel e partiu à procura de Davi e seus homens perto dos rochedos dos Bodes Selvagens. Ele foi aos currais de ovelhas que ficavam junto ao caminho; havia ali uma caverna, e Saul entrou nela para fazer suas necessidades. Davi e seus soldados estavam bem no fundo da caverna. Eles disseram: "Este é o dia sobre o qual o Senhor lhe falou: ‘Entregarei nas suas mãos seu inimigo para que você faça com ele o que quiser’ ". Então Davi foi com muito cuidado e cortou uma ponta do manto de Saul, sem que este percebesse. Mas Davi sentiu bater-lhe o coração de remorso por ele ter cortado uma ponta do manto de Saul. E então disse a seus soldados: "Que o SENHOR me livre de fazer tal coisa a meu senhor, de erguer a mão contra ele; pois é o ungido do Senhor". Com essas palavras Davi repreendeu os soldados e não permitiu que atacassem Saul. E este saiu da caverna e seguiu seu caminho. Então Davi saiu da caverna e gritou para Saul: "Ó rei, meu senhor! " Quando Saul olhou para trás, Davi inclinou-se, rosto em terra. E depois disse: "Por que o rei dá atenção aos que dizem que eu pretendo lhe fazer mal? Hoje o rei pode ver com os próprios olhos como o Senhor o entregou em minhas mãos na caverna. Alguns insistiram que eu o matasse, mas eu o poupei, pois disse: ‘Não erguerei a mão contra meu senhor, pois ele é o ungido do Senhor’. Olha, meu pai, olha para este pedaço de teu manto em minha mão! Cortei a ponta de teu manto, mas não o matei. Agora entende e reconhece que não sou culpado de fazer o mal ou de rebelar-me. Não lhe fiz mal algum, embora estejas à minha procura para tirar-me a vida. O Senhor julgue entre mim e ti. Vingue ele os males que tens feito contra mim, mas não levantarei a mão contra ti. Como diz o provérbio antigo: ‘Dos ímpios vêm coisas ímpias’; por isso não levantarei a minha mão contra ti". "Contra quem saiu o rei de Israel? A quem está perseguindo? A um cão morto! A uma pulga! O Senhor seja o juiz e nos julgue. Considere ele minha causa e a sustente; que ele me julgue, livrando-me de tuas mãos." Tendo Davi falado todas essas palavras, Saul perguntou: "É você, meu filho Davi? " E chorou em voz alta. "Você é mais justo do que eu", disse ele a Davi. "Você me tratou bem, mas eu o tratei mal." "Você acabou de mostrar o bem que me tem feito; o Senhor me entregou em suas mãos, mas você não me matou. Quando um homem encontra um inimigo e o deixa ir sem fazer-lhe mal? O Senhor o recompense com o bem, pelo modo como você me tratou hoje. Agora tenho certeza de que você será rei e de que o reino de Israel será firmado em suas mãos. Portanto, jure-me pelo Senhor que você não eliminará meus descendentes nem fará meu nome desaparecer da família de meu pai". Então Davi fez seu juramento a Saul. E este voltou para casa, mas Davi e seus soldados foram para a fortaleza.


Davi tem a possibilidade de matar a Saul dentro da caverna, ou de permitir que seus homens o façam, mas apenas corta a orla do manto para poder provar a Saul que teve a chance de matá-lo se bem quisesse e que não era seu inimigo. Quando Davi sai para falar com Saul e mostrar a parte do manto que cortara não busca falar de igual para igual, mas humildemente se inclina e declara não ser inimigo do rei e que é muito pequeno para ser objeto de perseguição do rei. Saul reconhece Davi como amigo e pede que jure não impedir que o nome de sua família sobreviva após sua morte e o reinado de Davi. Se observarmos o texto, apesar de em outros capítulos dizer que o Espírito do Senhor deixou a Saul, Davi afirma ser o rei o ungido do Senhor. Ele se nega a fazer mal a qualquer um que seja escolhido por Deus para liderar seu povo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

1 Samuel 23

Quando disseram a Davi que os filisteus estavam atacando a cidade de Queila e saqueando as eiras, ele perguntou ao Senhor: "Devo atacar esses filisteus? " O Senhor lhe respondeu: "Vá, ataque os filisteus e liberte Queila". Os soldados de Davi, porém, lhe disseram: "Aqui em Judá estamos com medo. Quanto mais, então, se formos a Queila lutar contra as tropas dos filisteus!" Davi consultou o Senhor novamente. "Levante-se", disse o Senhor, "vá à cidade de Queila, pois estou entregando os filisteus em suas mãos". Então Davi e seus homens foram a Queila, combateram os filisteus e se apoderaram de seus rebanhos, impondo-lhes grande derrota e libertando o povo de Queila. Ora, Abiatar, filho de Aimeleque, tinha levado o colete sacerdotal, quando fugiu para se juntar a Davi, em Queila. Foi dito a Saul que Davi tinha ido a Queila, e ele disse: "Deus o entregou nas minhas mãos, pois Davi se aprisionou ao entrar numa cidade com portas e trancas". E Saul convocou todo o seu exército para a batalha, para irem a Queila e cercarem Davi e os homens que o seguiam. Quando Davi soube que Saul tramava atacá-lo, disse a Abiatar: "Traga o colete sacerdotal". Então orou: "Ó Senhor, Deus de Israel, este teu servo ouviu claramente que Saul planeja vir a Queila e destruir a cidade por causa dele. Será que os cidadãos de Queila me entregarão a ele? Saul virá de fato, conforme teu servo ouviu? Ó Senhor, Deus de Israel, responde". E o Senhor disse: "Ele virá". E Davi, novamente, perguntou: "Será que os cidadãos de Queila entregarão a mim e a meus soldados a Saul? " E o Senhor respondeu: "Entregarão". Então Davi e seus soldados, que eram cerca de seiscentos, partiram de Queila, e ficaram andando sem direção definida. Quando informaram a Saul que Davi tinha fugido de Queila, ele interrompeu a marcha. Davi permaneceu nas fortalezas do deserto e nas colinas do deserto de Zife. Dia após dia, Saul o procurava, mas Deus não entregou Davi em suas mãos. Quando Davi estava em Horesa, no deserto de Zife, soube que Saul tinha saído para matá-lo. E Jônatas, filho de Saul, foi falar com ele, em Horesa, e o ajudou a encontrar forças em Deus. "Não tenha medo", disse ele, "meu pai não porá as mãos em você. Você será rei de Israel, e eu lhe serei o segundo em comando. Até meu pai sabe disso." Os dois fizeram um acordo perante o Senhor. Então, Jônatas foi para casa, mas Davi ficou em Horesa. Alguns zifeus foram informar a Saul, em Gibeá: "Davi está se escondendo entre nós nas fortalezas de Horesa, na colina de Haquilá, ao sul do Deserto de Jesimom. Agora, ó rei, vá quando quiser, e nós seremos responsáveis por entregá-lo em suas mãos". Saul respondeu: "O Senhor os abençoe por terem compaixão de mim. Vão e façam mais preparativos. Descubram aonde Davi geralmente vai e quem o tem visto ali. Dizem-me que ele é muito astuto. Descubram todos os esconderijos dele e voltem aqui com informações exatas. Então irei com vocês; se ele estiver na região, eu o procurarei entre todos os clãs de Judá". E eles voltaram para Zife, à frente de Saul. Davi e seus soldados estavam no deserto de Maom, na Arabá, ao sul do deserto de Jesimom. Saul e seus soldados começaram a busca, e, ao ser informado disso, Davi desceu à rocha e permaneceu no deserto de Maom. Sabendo disso, Saul foi para lá em perseguição a Davi. Saul ia por um lado da montanha, e Davi e seus soldados pelo outro, fugiam depressa para escapar de Saul. Quando Saul e suas tropas estavam cercando Davi e seus soldados para capturá-los, um mensageiro veio dizer a Saul: "Venha depressa! Os filisteus estão atacando Israel". Então Saul interrompeu a perseguição a Davi e foi enfrentar os filisteus. Por isso chamam esse lugar Selá-Hamalecote. E Davi saiu daquele lugar e foi viver nas fortalezas de En-Gedi.


Davi mesmo correndo risco de vida sabendo que os filisteus estavam atacando a Queila consultou ao Senhor se deveria ir lá para salvá-los. Diante da chegada de Saul com sua tropa para capturar a Davi ele foge para o deserto. Importante destacar que Saul não se preocupou tanto em defender a cidade como Davi fez. Seu maior objetivo era pegar Davi, sendo a proteção da cidade, secundária. Quando Saul está quase pegando Davi e os seus o Senhor permite que os filisteus mais uma vez invistam contra Israel, fazendo com que Saul recue e vá defender a seu povo. Jônatas não aspirava ao trono, como seu pai e por este motivo se contentava em apenas servir a Davi como novo rei de Israel. Ele soube aceitar a vontade de Deus para sua vida, retirando-o da linhagem real.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

1 Samuel 22

Davi fugiu da cidade de Gate e foi para a caverna de Adulão. Quando seus irmãos e a família de seu pai souberam disso, foram até lá para encontrá-lo. Também juntaram-se a ele todos os que estavam em dificuldades, os endividados e os descontentes; e ele se tornou o líder deles. Havia cerca de quatrocentos homens com ele. De lá Davi foi para Mispá, em Moabe, e disse ao rei de Moabe: "Posso deixar meu pai e minha mãe virem para cá e ficarem contigo até que eu saiba o que Deus fará comigo?" E assim ele os deixou com o rei de Moabe, e lá eles ficaram enquanto Davi permaneceu na fortaleza. Contudo, o profeta Gade disse a Davi: "Não fique na fortaleza. Vá para Judá". Então Davi foi para a floresta de Herete. Saul ficou sabendo que Davi e seus homens tinham sido descobertos. Saul estava sentado, com a lança na mão, debaixo da tamargueira, na colina de Gibeá, com todos os seus oficiais ao redor, e ele lhes disse: "Ouçam, homens de Benjamim! Será que o filho de Jessé lhes dará a todos vocês terras e vinhas? Será que ele os fará todos comandantes de mil e comandantes de cem? É por isso que todos vocês têm conspirado contra mim? Ninguém me informa quando meu filho faz acordo com o filho de Jessé. Nenhum de vocês se preocupa comigo nem me avisa que meu filho incitou meu servo a ficar à minha espreita, como ele hoje faz". Entretanto, Doegue, o edomita, que estava com os oficiais de Saul, disse: "Vi o filho de Jessé chegar em Nobe e encontrar-se com Aimeleque, filho de Aitube. Aimeleque consultou o Senhor em favor dele; também lhe deu provisões e a espada de Golias, o filisteu". Então o rei mandou chamar o sacerdote Aimeleque, filho de Aitube, e toda a família de seu pai, que eram os sacerdotes em Nobe, e todos foram falar com o rei. E Saul disse: "Ouça agora, filho de Aitube". Ele respondeu: "Sim, meu senhor". Saul lhe disse: "Por que vocês conspiraram contra mim, você e o filho de Jessé? Porque você lhe deu comida e espada, e consultou a Deus em favor dele, para que se rebelasse contra mim e me armasse cilada, como ele está fazendo?" Aimeleque respondeu ao rei: "Quem dentre todos os teus oficiais é tão leal quanto Davi, o genro do rei, capitão de sua guarda pessoal e altamente respeitado em sua casa? Será que foi essa a primeira vez que consultei a Deus em favor dele? Certamente que não! Que o rei não acuse a mim, seu servo, nem qualquer um da família de meu pai, pois seu servo nada sabe acerca do que está acontecendo". O rei, porém, disse: "Com certeza você será morto, Aimeleque, você e toda a família de seu pai". Então o rei ordenou aos guardas que estavam ao seu lado: "Matem os sacerdotes do Senhor, pois eles também apóiam Davi. Sabiam que ele estava fugindo, mas nada me informaram". Contudo, os oficiais do rei recusaram erguer as mãos para matar os sacerdotes do Senhor. Então o rei ordenou a Doegue: "Mate os sacerdotes", e ele os matou. E naquele dia, matou oitenta e cinco homens que vestiam túnica de linho. Além disso, Saul mandou matar os habitantes de Nobe, a cidade dos sacerdotes: homens, mulheres, crianças, recém-nascidos, bois, jumentos e ovelhas. Entretanto, Abiatar, filho de Aimeleque e neto de Aitube, escapou e fugiu para juntar-se a Davi. E contou a Davi que Saul havia matado os sacerdotes do Senhor. Então Davi disse a Abiatar: "Naquele dia, quando o edomita Doegue estava ali, eu sabia que ele não deixaria de informar a Saul. Sou responsável pela morte de toda a família de seu pai. Fique comigo, não tenha medo; o homem que está atrás de sua vida também está atrás da minha. Mas você estará a salvo comigo".


Saul sabendo do ocorrido foi encontrar-se com o sacerdote exigindo respostas. Apesar de Aimeleque ter dito que não sabia sobre a rebeldia de Davi e defender-se lembrando ao rei que já havia consultado ao Senhor para Davi, Saul exigiu que ele e sua família fossem mortos. Ao contrário da conduta dos soldados que não se moveram para matar o sacerdote, Saul não respeitou aquele que era servo de Deus e o matou bem como a toda sua família. Interessante observar que a conduta de Saul, ao matar toda a cidade dos sacerdotes, foi semelhante ao mandamento de Deus para com os amalequitas, não cumprido por Saul (1Sm 15). Os bens dos amalequitas não foram destruídos, bem como seu rei não fora morto. Aqui, Saul atreve-se a matar os sacerdotes, seus familiares e gado. O único descendente de Aimeleque que sobrevive junta-se a Davi para sobreviver.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

1 Samuel 21

Davi foi falar com o sacerdote Aimeleque, em Nobe. Aimeleque tremia quando se encontrou com ele, e perguntou: "Por que você está sozinho? Ninguém veio com você?" Respondeu Davi: "O rei me encarregou de uma certa missão e me disse: ‘Ninguém deve saber coisa alguma sobre sua missão e sobre as suas instruções’. E eu ordenei aos meus soldados que se encontrassem comigo num certo lugar. Agora, então, o que você pode oferecer-me? Dê-me cinco pães ou algo que tiver". O sacerdote, contudo, respondeu a Davi: "Não tenho pão comum; somente pão consagrado; se os soldados não tiveram relações com mulheres recentemente podem comê-lo". Davi respondeu: "Certamente que não, conforme o nosso costume sempre que saio em campanha. Não tocamos em mulher. Esses homens mantém o corpo puro mesmo em missões comuns. Quanto mais hoje!" Então, o sacerdote lhe deu os pães consagrados, visto que não havia outro além do pão da Presença, que era retirado de diante do Senhor e substituído por pão quente no dia em que era tirado. Aconteceu que um dos servos de Saul estava ali naquele dia, cumprindo seus deveres diante do Senhor; era o edomita Doegue, chefe dos pastores de Saul. Davi perguntou a Aimeleque: "Você tem uma lança ou uma espada aqui? Não trouxe minha espada nem qualquer outra arma, pois o rei exigiu urgência". O sacerdote respondeu: "A espada de Golias, o filisteu que você matou no vale de Elá, está enrolada num pano atrás do colete sacerdotal. Se quiser, pegue-a; não há nenhuma outra espada". Davi disse: "Não há outra melhor; dê-me essa espada". Naquele dia, Davi fugiu de Saul e foi procurar Aquis, rei de Gate. Todavia os conselheiros de Aquis lhe disseram: "Não é este Davi, o rei da terra de Israel? Não é aquele sobre quem cantavam em suas danças: ‘Saul abateu seus milhares, e Davi suas dezenas de milhares’?" Davi levou a sério aquelas palavras e ficou com muito medo de Aquis, rei de Gate. Por isso, na presença deles ele fingiu estar louco; enquanto esteve com eles, agiu como um louco, riscando as portas da cidade e deixando escorrer saliva pela barba. Aquis disse a seus conselheiros: "Vejam este homem! Ele está louco! Por que trazê-lo aqui? Será que me faltam loucos para que vocês o tragam para agir como doido na minha frente? O que ele veio fazer no meu palácio?"


Davi temeu pela própria vida e para que o sacerdote não fizesse muitas perguntas disse que suas tarefas eram segredo, inclusive a localização dos soldados. Doegue, segundo estudiosos, era o chefe dos criados de Saul, tendo sido chamado de pastor por ser quem liderava o povo. Para defender-se pediu uma arma e recebeu a espada de Golias. Segundo tradução literal, quando Davi fala da espada de Golias ele diz que não há outra como ela. Provavelmente crendo que Saul não o procuraria no meio dos filisteus foi para a terra destes. Com receio de que o rei de Gate quisesse vingar a morte de Golias e dos demais filisteus Davi se fingiu de louco. Dizem que a esposa e filhos de Aquis eram alienados e, assim, ele sofria muito com loucura destes. Não reconhecendo Davi, diante da suposta loucura, o expulsa de diante de si.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

1 Samuel 20

Então Davi fugiu de Naiote, em Ramá, foi falar com Jônatas e perguntou: "O que foi que eu fiz? Qual é o meu crime? Qual foi o pecado que cometi contra seu pai para que ele queira tirar minha vida?" "Nem pense nisso", respondeu Jônatas, "você não será morto! Meu pai não fará coisa alguma sem antes me avisar, seja importante ou não. Por que ele iria esconder isso de mim? Não é nada disso!" Davi, contudo, fez um juramento e disse: "Seu pai sabe muito bem que eu conto com a sua simpatia, e pensou: ‘Jônatas não deve saber disso para não se entristecer’. No entanto, eu juro pelo nome do Senhor e por sua vida que estou a um passo da morte". Jônatas disse a Davi: "Eu farei o que você achar necessário". Então disse Davi: "Amanhã é a festa da lua nova, e devo jantar com o rei; mas deixe-me ir esconder-me no campo até o final da tarde de depois de amanhã. Se seu pai sentir minha falta, diga-lhe: ‘Davi insistiu comigo para que lhe permitisse ir a Belém, sua cidade natal, por causa do sacrifício anual que está sendo feito lá por todo o seu clã’. Se ele disser: ‘Está bem’, então seu servo estará seguro. Se ele, porém, ficar muito irado, você pode estar certo de que está decidido a me fazer mal. Mas seja leal a seu servo, porque fizemos um acordo perante o Senhor. Se sou culpado, então mate-me você mesmo! Por que entregar-me a seu pai?" Disse Jônatas: "Nem pense nisso! Se eu tiver a menor suspeita de que meu pai está decidido a matá-lo, certamente eu o avisarei!" Davi perguntou: "Quem irá contar-me, se seu pai lhe responder asperamente?" Jônatas disse: "Venha, vamos ao campo". Eles foram e Jônatas disse a Davi: "Pelo Senhor, o Deus de Israel, prometo que sondarei meu pai, a esta hora, depois de amanhã! Saberei se as suas intenções são boas ou não para com você, e lhe mandarei avisar. E, se meu pai quiser fazer-lhe mal, que o Senhor me castigue com todo rigor, se eu não lhe informar e não deixá-lo ir em segurança. O Senhor esteja com você assim como esteve com meu pai. Se eu continuar vivo, mostre a lealdade do Senhor a mim; mas se eu morrer, jamais deixe de mostrar a sua lealdade para com a minha família, inclusive quando o Senhor eliminar da face da terra todos os inimigos de Davi". Assim Jônatas fez uma aliança com a família de Davi, dizendo: "Que o Senhor chame os inimigos de Davi para prestarem contas". E Jônatas fez Davi reafirmar seu juramento, por causa de sua amizade por ele, pois ele havia se tornado seu amigo leal. Então Jônatas disse a Davi: "Amanhã é a festa da lua nova. Vão sentir sua falta, pois sua cadeira estará vazia. Depois de amanhã, vá ao lugar onde você se escondeu quando tudo isto começou, e espere junto à pedra de Ezel. Atirarei três flechas para o lado dela, como se estivesse atirando num alvo. Então mandarei um menino procurar as flechas. Se eu gritar para ele: ‘As flechas estão mais para cá, traga-as aqui’, você poderá vir, pois, juro pelo nome do Senhor que você estará seguro; não haverá perigo algum. Mas, se eu gritar para ele: ‘Olhe, as flechas estão mais para lá’, vá embora, pois o Senhor o manda ir. Quanto ao nosso acordo, o Senhor é testemunha entre mim e você para sempre". Então Davi escondeu-se no campo. Quando chegou a festa da lua nova, o rei sentou-se à mesa. Ele se assentou no lugar de costume, junto à parede, em frente de Jônatas, e Abner sentou-se ao lado de Saul, mas o lugar de Davi ficou vazio. Saul não disse nada naquele dia, pois pensou: "Algo deve ter acontecido a Davi, deixando-o cerimonialmente impuro. Com certeza ele está impuro". No dia seguinte, o segundo dia da festa da lua nova, o lugar de Davi continuou vazio. Então Saul perguntou a seu filho Jônatas: "Por que o filho de Jessé não veio para a refeição, nem ontem nem hoje?" Jônatas respondeu: "Davi me pediu, com insistência, permissão para ir a Belém, dizendo: ‘Deixe-me ir, pois nossa família oferecerá um sacrifício na cidade, e meu irmão ordenou que eu estivesse lá. Se conto com a sua simpatia, deixe-me ir ver meus irmãos’. Por isso ele não veio à mesa do rei". A ira de Saul se acendeu contra Jônatas, e ele lhe disse: "Filho de uma mulher perversa e rebelde! Será que eu não sei que você tem apoiado o filho de Jessé para sua própria vergonha e para vergonha daquela que o deu à luz? Enquanto o filho de Jessé viver, nem você nem seu reino serão estabelecidos. Agora mande chamá-lo e traga-o a mim, pois ele deve morrer!"
Jônatas perguntou a seu pai: "Por que ele deve morrer? O que ele fez?" Então Saul atirou sua lança contra Jônatas para matá-lo. E assim Jônatas percebeu que seu pai estava decidido a matar Davi. Jônatas levantou-se da mesa muito irado; naquele segundo dia da festa da lua nova ele não comeu, pois estava triste porque seu pai havia humilhado a Davi. Pela manhã, Jônatas saiu ao campo para encontrar Davi. Levava consigo um menino e lhe disse: "Corra e ache as flechas que eu atirar". O menino correu e Jônatas atirou uma flecha para além dele. Quando o menino chegou ao lugar onde a flecha havia caído, Jônatas gritou: "A flecha não está mais para lá? Vamos! Rápido! Não pare!" O menino apanhou a flecha e voltou sem saber de nada, pois somente Jônatas e Davi sabiam do que tinham combinado. Então Jônatas deu suas armas ao menino e disse: "Vá, leve-as de volta à cidade". Depois que o menino se foi, Davi saiu do lado sul da pedra e inclinou-se três vezes perante Jônatas, com o rosto no chão. Então despediram-se beijando um ao outro e chorando; Davi chorou ainda mais do que Jônatas. E ele disse a Davi: "Vá em paz, pois temos jurado um ao outro, em nome do Senhor, dizendo: ‘O Senhor para sempre é testemunha entre nós e entre os nossos descendentes’". Então Davi partiu, e Jônatas voltou à cidade.



Diante da grande amizade entre Davi e Jônatas e da promessa do pai deste para com Davi, há toda uma armação para salvar a vida dele. Importante destacar que a promessa feita por ambos no final do capítulo foi cumprida, especialmente quando Davi, já rei, procura um descendente de Jônatas para honrá-lo, após a morte deste.

sábado, 9 de agosto de 2014

1 Samuel 19

Saul falou a seu filho Jônatas e a todos os seus conselheiros sobre a sua intenção de matar Davi. Jônatas, porém, gostava muito de Davi
e o alertou: "Meu pai, está procurando uma oportunidade para matá-lo. Tenha cuidado amanhã cedo. Vá para um esconderijo e fique por lá. Sairei e ficarei com meu pai no campo onde você estiver. Falarei a ele sobre você e, depois, contarei a você o que eu descobrir". Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: "Que o rei não faça mal a seu servo Davi; ele não lhe fez mal nenhum. Ao contrário, o que ele fez trouxe grandes benefícios ao rei. Ele arriscou a vida quando matou o filisteu. O Senhor trouxe grande vitória para todo o Israel; tu mesmo viste tudo e ficaste contente. Por que, então, farias mal a um inocente como Davi, matando-o sem motivo?" Saul atendeu a Jônatas e fez este juramento: "Juro pelo nome do Senhor que Davi não será morto". Então Jônatas chamou a Davi e lhe contou a conversa toda. Levou-o até Saul, e Davi voltou a servir a Saul como anteriormente. E houve guerra outra vez, e Davi foi lutar com os filisteus. Ele lhes impôs uma grande derrota e eles fugiram dele. Mas um espírito maligno mandado pelo Senhor apoderou-se de Saul quando ele estava sentado em sua casa, com sua lança na mão. Enquanto Davi estava tocando harpa, Saul tentou encravá-lo na parede com sua lança, mas Davi desviou-se e a lança encravou na parede. E Davi conseguiu escapar. Naquela mesma noite, Saul enviou alguns homens à casa de Davi para vigiá-lo e matá-lo de manhã; mas Mical, a mulher de Davi, o alertou: "Se você não fugir esta noite para salvar sua vida, amanhã estará morto". Então Mical fez Davi descer por uma janela, e ele fugiu. Depois Mical pegou um ídolo do clã e o deitou na cama, pôs uma almofada de pêlos de cabra na cabeceira e o cobriu com um manto. Quando chegaram os homens que Saul tinha enviado para prenderem Davi, Mical disse: "Ele está doente". Então Saul enviou os homens de volta para verem Davi dizendo: "Tragam-no até aqui em sua cama para que eu o mate". Quando, porém, os homens entraram, o ídolo do clã estava na cama, e na cabeceira havia uma almofada de pêlos de cabra. Saul disse a Mical: "Por que você me enganou desse modo e deixou que o meu inimigo escapasse?" Ela lhe respondeu: "Ele me disse que o deixasse, se não me mataria?" Depois que fugiu, Davi foi falar com Samuel em Ramá, e contou-lhe tudo o que Saul lhe havia feito. Então ele e Samuel foram a Naiote e ficaram lá. E Saul foi informado: "Davi está em Naiote, em Ramá". Então Saul enviou alguns homens para capturá-lo. Todavia, quando viram um grupo de profetas profetizando, dirigidos por Samuel, o Espírito de Deus apoderou-se dos mensageiros de Saul e eles também entraram em transe profético. Contaram isto a Saul, e ele enviou mais mensageiros, e estes também entraram em transe profético. Depois mandou um terceiro grupo e eles também entraram em transe profético. Finalmente ele mesmo foi para Ramá. Chegando à grande cisterna do lugar chamado Seco, perguntou onde estavam Samuel e Davi. E lhe responderam: "Em Naiote de Ramá". Então Saul foi para lá. Entretanto, o Espírito de Deus apoderou-se dele; e ele foi pelo caminho em transe profético, até chegar a Naiote. E despindo-se de suas roupas, também profetizou em transe na presença de Samuel. Ele ficou deitado nu todo aquele dia e toda aquela noite. Por isso, o povo diz: "Está Saul também entre os profetas?"



Ciente de que seu pai queria matar a Davi, Jônatas o protegeu e convenceu a seu pai a não fazê-lo. Todavia apesar da promessa de deixá-lo vivo por outras vezes tentou matá-lo. Davi fugiu para perto de Samuel crendo que Deus estaria com ele também. Deus impediu os três grupos mandados por Saul e, inclusive, o próprio rei de matá-lo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

1 Samuel 18

Depois dessa conversa de Davi com Saul, surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo. Daquele dia em diante, Saul manteve Davi consigo e não o deixou voltar à casa de seu pai. E Jônatas fez um acordo de amizade com Davi, pois se tornara o melhor amigo de Davi. Jônatas tirou o manto que estava vestindo e deu-o a Davi, junto com sua túnica, e até sua espada, seu arco e seu cinturão. Tudo que Saul lhe ordenava fazer, Davi fazia com tanta habilidade que Saul lhe deu um posto elevado no exército. Isto agradou a todo o povo, bem como aos conselheiros de Saul. Quando os soldados voltavam para casa, depois de Davi ter matado o filisteu, as mulheres saíram de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul com cânticos e danças, com tamborins, com músicas alegres e instrumentos de três cordas. Enquanto dançavam, as mulheres cantavam: "Saul matou milhares, e Davi, dezenas de milhares". Saul ficou muito irritado, com esse refrão e, aborrecido disse: "Atribuíram a Davi dezenas de milhares, mas a mim apenas milhares. O que mais lhe falta senão o reino?" Daí em diante Saul olhava com inveja para Davi. No dia seguinte, um espírito maligno mandado por Deus apoderou-se de Saul e ele entrou em transe profético em sua casa, enquanto Davi tocava harpa, como costumava fazer. Saul estava com uma lança na mão e a atirou, dizendo: "Encravarei Davi na parede". Mas Davi desviou-se duas vezes. Saul tinha medo de Davi porque o Senhor o havia abandonado e agora estava com Davi. Então afastou Davi de sua presença e deu-lhe o comando de uma tropa de mil soldados, e Davi a conduzia em suas campanhas. Ele tinha êxito em tudo o que fazia, pois o Senhor estava com ele. Quando Saul viu como ele tinha habilidade, teve muito medo dele. Todo Israel e Judá, porém, gostava de Davi, pois ele os conduzia em suas batalhas. Saul disse a Davi: "Aqui está a minha filha mais velha, Merabe. Eu a darei em casamento a você; apenas sirva-me com bravura e lute as batalhas do Senhor". Pois Saul pensou: "Não o matarei. Deixo isso para os filisteus!" Mas Davi disse a Saul: "Quem sou eu, e o que é minha família ou o clã de meu pai em Israel para que eu me torne genro do rei?" Por isso, quando chegou a época de Merabe, a filha de Saul, ser dada em casamento a Davi, ela foi dada a Adriel, de Meolá. Mical, a outra filha de Saul, gostava de Davi. Quando disseram isto a Saul, ele ficou contente e pensou: "Eu a darei a ele, para que lhe sirva de armadilha, fazendo-o cair nas mãos dos filisteus". Então Saul disse a Davi: "Hoje você tem uma segunda oportunidade de tornar-se meu genro". Então Saul ordenou aos seus conselheiros que falassem em particular com Davi, dizendo: "O rei está satisfeito com você, e todos os seus conselheiros o estimam. Torne-se, agora, seu genro". Quando falaram com Davi, ele disse: "Vocês acham que tornar-se genro do rei é fácil? Sou homem pobre e sem recursos". Quando os conselheiros de Saul lhe contaram o que Davi tinha dito, Saul ordenou que dissessem a Davi: "O rei não quer outro preço pela noiva além de cem prepúcios de filisteus, para vingar-se de seus inimigos". O plano de Saul era que Davi fosse morto pelos filisteus. Quando os conselheiros falaram novamente com Davi, ele gostou da idéia de tornar-se genro do rei. Por isso, antes de terminar o prazo estipulado, Davi e seus soldados saíram e mataram duzentos filisteus. Ele trouxe os prepúcios e apresentou-os ao rei para que se tornasse seu genro. Então Saul lhe deu em casamento sua filha Mical. Quando Saul viu claramente que o Senhor estava com Davi e que sua filha Mical o amava, temeu-o ainda mais e continuou seu inimigo pelo resto de sua vida. Os comandantes filisteus continuaram saindo para a batalha, e, todas as vezes que o faziam, Davi tinha mais habilidade do que os outros oficiais de Saul, e ele tornou-se ainda mais famoso.


Davi e Jônatas tornaram-se grandes amigos, todavia Saul vendo que o povo reconhecia que Deus estava com Davi e que este fora o usado para salvar Israel e não o rei, invejou-o. Na tentativa de matar Davi, pelas mãos dos filisteus, ofereceu por duas vezes suas filhas a Davi. Reconhecendo sua posição social Davi não aceitava tornar-se sogro do rei. Todavia quando soube que o dote a ser pago pela mão da filha do rei era baixo, aceitou. Saul apenas não contava que sua filha amasse a Davi como o amou e que ele a cada momento se tornasse mais hábil e famoso do que qualquer outro guerreiro do reino. Como diz o texto, Saul teve a Davi pelo resto da vida como inimigo, todavia, Davi respeitou e amou o rei até sua morte.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

1 Samuel 17

Os filisteus juntaram suas forças para a guerra e reuniram-se em Socó de Judá. E acamparam em Efes-Damim, entre Socó e Azeca. Saul e os israelitas reuniram-se e acamparam no vale de Elá, posicionando-se em linha de batalha para enfrentar os filisteus. Os filisteus ocuparam uma colina e os israelitas outra, estando o vale entre eles. Um guerreiro chamado Golias, que era de Gate, veio do acampamento filisteu. Tinha dois metros e noventa centímetros de altura. Ele usava um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas de bronze que pesava sessenta quilos; nas pernas usava caneleiras de bronze e tinha um dardo de bronze pendurado nas costas. A haste de sua lança era parecida com uma lançadeira de tecelão, e sua ponta de ferro pesava sete quilos e duzentos gramas. Seu escudeiro ia à frente dele. Golias parou e gritou às tropas de Israel: "Por que vocês estão se posicionando para a batalha? Não sou eu um filisteu, e vocês os servos de Saul? escolham um homem para lutar comigo. Se ele puder lutar e matar-me, nós seremos seus escravos; todavia, se eu o vencer e o matar, vocês serão nossos escravos e nos servirão". E acrescentou: "Eu desafio hoje as tropas de Israel! Mandem-me um homem para lutar sozinho comigo". Ao ouvirem as palavras do filisteu, Saul e todos os israelitas ficaram atônitos e apavorados. Davi era filho de um efrateu, de Belém de Judá, chamado Jessé. Este tinha oito filhos e já era idoso na época de Saul. Os três filhos mais velhos de Jessé tinham ido para a guerra com Saul: Eliabe, o mais velho, Abinadabe, o segundo e Samá, o terceiro. Davi era o caçula. Os três mais velhos seguiram Saul, mas Davi ia ao acampamento de Saul e voltava para apascentar as ovelhas de seu pai, em Belém. Durante quarenta dias o filisteu aproximava-se, de manhã e de tarde, e tomava posição. Nessa ocasião Jessé disse a seu filho Davi: "Pegue uma arroba de grãos tostados e dez pães e leve-os rapidamente para seus irmãos no acampamento. Leve também estes dez queijos ao comandante da unidade deles. Veja como estão seus irmãos e traga-me alguma garantia de que estão bem. Eles estão com Saul e com todos os homens de Israel no vale de Elá, lutando contra os filisteus". Levantando-se de madrugada, Davi deixou o rebanho com outro pastor, pegou a carga e partiu, conforme Jessé lhe havia ordenado. Chegou ao acampamento na hora em que, com grito de batalha, o exército estava saindo para suas posições de combate. Israel e os filisteus estavam se posicionando em linha de batalha, frente a frente. Davi deixou o que havia trazido com o responsável pelos suprimentos, correu para a linha de batalha para saber como estavam seus irmãos. Enquanto conversava com eles, Golias, o guerreiro filisteu de Gate, avançou e lançou seu desafio habitual; e Davi o ouviu. Quando os israelitas viram o homem, todos fugiram com muito medo. Os israelitas diziam entre si: "Vocês viram aquele homem? Ele veio desafiar Israel. O rei dará grandes riquezas a quem o matar. Também lhe dará sua filha em casamento e isentará de impostos em Israel a família de seu pai". Davi perguntou aos soldados que estavam ali ao seu lado: "O que receberá o homem que matar esse filisteu e salvar a honra de Israel? Quem é esse filisteu incircunciso para desafiar os exércitos do Deus vivo?" Repetiram a Davi o que haviam comentado e lhe disseram: "Isto é o que receberá o homem que matá-lo". Quando Eliabe, o irmão mais velho, ouviu Davi falando com os soldados, ficou muito irritado com ele e perguntou: "Por que você veio até aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto? Sei que você é presunçoso e como seu coração é mau; você veio só para ver a batalha". E disse Davi: "O que fiz agora? Será que não posso nem mesmo conversar?" Ele então se virou para outro e perguntou a mesma coisa, e os homens responderam-lhe como antes. As palavras de Davi chegaram aos ouvidos de Saul, que o mandou chamar. Davi disse a Saul: "Ninguém deve ficar com o coração abatido por causa desse filisteu; teu servo irá e lutará com ele". Respondeu Saul: "Você não tem condições de lutar contra este filisteu; você é apenas um rapaz, e ele é um guerreiro desde a mocidade". Davi, entretanto, disse a Saul: "Teu servo toma conta das ovelhas de seu pai. Quando aparece um leão ou um urso e leva uma ovelha do rebanho, eu vou atrás dele, atinjo-o com golpes e livro a ovelha de sua boca. Quando se vira contra mim, eu o pego pela juba, atinjo-o com golpes até matá-lo. Teu servo é capaz de matar tanto um leão quanto um urso; esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo. O Senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu". Diante disso Saul disse a Davi: "Vá, e que o Senhor esteja com você". Então Saul vestiu Davi com sua própria túnica. Colocou-lhe uma armadura e um capacete de bronze na cabeça. Davi prendeu sua espada sobre a túnica e tentou andar, pois não estava acostumado àquilo. E disse a Saul: "Não consigo andar com isto, pois não estou acostumado". Assim tirou tudo aquilo, e em seguida pegou seu cajado, escolheu no riacho cinco pedras lisas, colocou-as na bolsa, isto é, no seu alforje de pastor e, com sua atiradeira na mão, aproximou-se do filisteu. Enquanto isso, o filisteu, com seu escudeiro à frente, vinha se aproximando de Davi. Olhou para Davi com desprezo, viu que era só um rapaz, ruivo e de boa aparência, e fez pouco caso dele. E disse a Davi: "Por acaso sou um cão para que você venha contra mim com pedaços de pau?" E o filisteu amaldiçoou Davi invocando seus deuses, e disse: "Venha aqui, e darei sua carne às aves do céu e aos animais do campo!" E Davi disse ao filisteu: "Você vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou. Hoje mesmo o Senhor o entregará nas minhas mãos, e eu o matarei e cortarei a sua cabeça. Hoje mesmo darei os cadáveres do exército filisteu às aves do céu e aos animais selvagens, e toda a terra saberá que há Deus em Israel. Todos que estão aqui saberão que não é por espada ou por lança que o Senhor concede vitória; pois a batalha é do Senhor, e ele entregará todos vocês em nossas mãos". Quando o filisteu começou a vir na direção de Davi, este correu depressa na direção da linha de batalha para enfrentá-lo. Retirando uma pedra de seu alforje ele a arremessou com a atiradeira e atingiu o filisteu na testa, de tal modo que ela ficou encravada, e ele caiu com o rosto no chão. Assim Davi venceu o filisteu com uma atiradeira e uma pedra; sem espada na mão ele derrubou o filisteu e o matou. Davi correu e se pôs de pé sobre ele; e desembainhando a espada do filisteu acabou de matá-lo, cortando-lhe a cabeça com ela. Quando os filisteus viram que seu guerreiro estava morto, recuaram e fugiram. Então os homens de Israel e de Judá deram o grito de guerra e perseguiram os filisteus até a entrada de Gate, e até as portas de Ecrom. Cadáveres de filisteus ficaram espalhados ao longo da estrada de Saaraim até Gate e Ecrom. Quando os israelitas voltaram da perseguição aos filisteus, levaram tudo o que havia no acampamento deles. Davi pegou a cabeça do filisteu, levou-a para Jerusalém e guardou as armas do filisteu em sua própria tenda. Quando Saul viu Davi avançando para enfrentar o filisteu, perguntou a Abner, o comandante do exército: "Abner, quem é o pai daquele rapaz? "Abner respondeu: "Juro por tua vida, ó rei, que eu não sei". E o rei ordenou-lhe: "Descubra quem é o pai dele". Logo que Davi voltou, depois de ter matado o filisteu, Abner levou-o perante Saul. Davi ainda segurava a cabeça de Golias. E Saul lhe perguntou: "De quem você é filho, meu jovem? " Respondeu Davi: "Sou filho de teu servo Jessé, de Belém".


No meio da guerra, Golias surgiu para assustar os guerreiros israelitas. Interessante que apesar de terem vencido diversas guerras, provavelmente, terem guerreiros experientes e "imbatíveis" temeram o inimigo. Davi, que não tinha experiência em guerra, foi enviado apenas para levar alimento para os irmãos e ter notícia da guerra, todavia ao ouvir a provocação de Golias quis saber porque ninguém o enfrentava. Então foi repreendido pelo irmão como se tivesse, por vontade própria e egoísta, largado seu trabalho para matar a curiosidade sobre os últimos acontecimentos. Neste momento decidiu que iria guerrear, pois confiava que Deus estava com ele. Quiseram que ele se preparasse da forma errada para a batalha, utilizando a armadura do rei, todavia a guerra a ser travada era espiritual, visto que o Deus de Israel estava sendo afrontado pela conduta de Golias (Ef.6.12). Assim Davi desce para o campo de guerra apenas com o cajado, a atiradeira e 5 pedras. Neste momento Golias mais uma vez afronta o Deus de Israel e despreza a Davi, mas a resposta é que a batalha é lutada por Deus e tudo acontecerá para proclamar aos povos da terra o nome e os feitos do Deus de Israel. Com apenas uma pedrada ele derruba Golias e usa a espada deste para matá-lo e arrancar sua cabeça. Como lembrança do ocorrido Davi guarda para si as armas de Golias. Também vale destacar que apesar de sido contratado para tocar para Saul e falado com Saul antes de enfrentar Golias, e tendo ninguém, sequer o próprio rei, sabia de quem se tratava o menino corajoso. A honra dos feitos de Davi era entregue a Deus.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

1 Samuel 16

O Senhor disse a Samuel: "Até quando você irá se entristecer por causa de Saul? Eu o rejeitei como rei de Israel. Encha um chifre com óleo e vá a Belém; eu o enviarei a Jessé. Escolhi um de seus filhos para ser rei". Samuel, porém, disse: "Como poderei ir? Saul saberá disto e me matará". O Senhor disse: "Leve um novilho com você e diga que foi sacrificar ao Senhor. Convide Jessé para o sacrifício, e eu lhe mostrarei o que fazer. Você irá ungir para mim aquele que eu indicar". Samuel fez o que o Senhor disse. Quando chegou a Belém, as autoridades da cidade foram encontrar-se com ele tremendo e perguntaram: "Você vem em paz?" Respondeu Samuel: "Sim, venho em paz; vim sacrificar ao Senhor. Consagrem-se e venham ao sacrifício comigo". Então ele consagrou Jessé e os filhos dele e os convidou para o sacrifício. Quando chegaram, Samuel viu Eliabe e pensou: "Com certeza este aqui é o que o Senhor quer ungir". O Senhor, contudo, disse a Samuel: "Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração". Então Jessé chamou Abinadabe e o levou a Samuel. Ele, porém, disse: "O Senhor também não escolheu a este". Então Jessé levou Samá a Samuel, mas este disse: "Também não foi este que o Senhor escolheu". Jessé levou a Samuel sete de seus filhos, mas Samuel lhe disse: "O Senhor não escolheu nenhum destes". Então perguntou a Jessé: "Estes são todos os filhos que você tem? " Jessé respondeu: "Ainda tenho o caçula, mas ele está cuidando das ovelhas". Samuel disse: "Traga-o aqui; não nos sentaremos para comer até que ele chegue". Então Jessé mandou chamá-lo e ele veio. Ele era ruivo, de belos olhos e boa aparência. Então o Senhor disse a Samuel: "É este! Levante-se e unja-o". Samuel então apanhou o chifre cheio de óleo e o ungiu na presença de seus irmãos, e a partir daquele dia o Espírito do Senhor apoderou-se de Davi. E Samuel voltou para Ramá. O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o atormentava. Os funcionários de Saul lhe disseram: "Há um espírito maligno mandado por Deus te atormentando. Que nosso soberano mande estes seus servos procurar um homem que saiba tocar a harpa. Quando o espírito maligno se apoderar de ti, o homem tocará a harpa e tu te sentirás melhor". E Saul respondeu aos que o serviam: "Encontrem alguém que toque bem e o tragam até aqui". Um dos funcionários respondeu: "Conheço um dos filhos de Jessé, de Belém, que sabe tocar harpa. É um guerreiro valente, sabe falar bem, tem boa aparência e o Senhor está com ele". Então Saul mandou mensageiros a Jessé com a seguinte mensagem: "Envie-me seu filho Davi, que cuida das ovelhas". Jessé apanhou um jumento e o carregou de pães, uma vasilha de couro cheia de vinho e um cabrito e o enviou a Saul por meio de Davi, seu filho. Davi foi apresentar-se a Saul e passou a trabalhar para ele. Saul gostou muito dele, e Davi tornou-se seu escudeiro. Então Saul enviou a seguinte mensagem a Jessé: "Deixe que Davi continue trabalhando para mim, pois estou satisfeito com ele". E sempre que o espírito mandado por Deus se apoderava de Saul, Davi apanhava sua harpa e tocava. Então Saul sentia alívio e melhorava, e o espírito maligno o deixava.


Samuel quando ouviu a ordem divina temeu cumpri-la, todavia o Senhor o instruiu a maneira de a cumprir. Samuel tendo Saul por parâmetro acreditou que o filho mais velho, alto e forte seria o sucessor, todavia Deus lhe disse que o importante era o coração. O filho mais novo e, provavelmente, o menor (em tamanho) foi o escolhido. O texto descreve Davi como ruivo, de belos olhos e aparência. Na tradição os ruivos eram pessoas sanguinárias, os belos olhos talvez indiquem alguém que não tivesse malícia para guerrear ou algo neste sentido. No momento em que Davi foi ungido Deus, de certa forma, já o tornou rei de Israel, sem direito ao trono e a comandar a nação. O Espírito do Senhor já o habitou. O texto fala em "espírito maligno, vindo da parte do Senhor", para isto há algumas interpretações, todavia a única certeza é de que o Senhor não é mal para que Seu próprio espírito atormentasse a Saul. A interpretação mais adequada, entendo, ser a de que Saul longe de Deus deixou de tê-lo perto (II Co 6.14)e com isso passou a ser oprimido pelos demônios. A partir deste momento trouxeram a Davi para ajudá-lo, sem saber que, ao mesmo tempo, Davi começava a aprender sobre o reino, como reinar, entre outras coisas.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

1 Samuel 15

Samuel disse a Saul: "Eu sou aquele a quem o Senhor enviou para ungi-lo como rei de Israel, o povo dele; por isso escute agora a mensagem do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Castigarei os amalequitas pelo que fizeram a Israel, atacando-os quando saíam do Egito. Agora vão, ataquem os amalequitas e consagrem ao SENHOR para destruição tudo o que lhes pertence. Não os poupem; matem homens, mulheres, crianças, recém-nascidos, bois, ovelhas, camelos e jumentos’". Então convocou Saul os homens e os reuniu em Telaim: duzentos mil soldados de infantaria e dez mil homens de Judá. Saul foi à cidade de Amaleque e armou uma emboscada no vale. Então disse aos queneus: "Retirem-se, saiam do meio dos amalequitas para que eu não os destrua junto com eles; pois vocês foram bondosos com os israelitas, quando eles estavam vindo do Egito". Então os queneus saíram do meio dos amalequitas. E Saul atacou os amalequitas por todo caminho desde Havilá até Sur, a leste do Egito. Capturou vivo Agague, rei dos amalequitas, e exterminou o seu povo. Mas Saul e o exército pouparam Agague e o melhor das ovelhas e dos bois, os bezerros gordos e os cordeiros. Pouparam tudo que era bom, mas a tudo que era desprezível e inútil destruíram por completo. Então o Senhor falou a Samuel: "Arrependo-me de ter constituído a Saul rei, pois ele me abandonou e não seguiu as minhas instruções". Samuel ficou irado e clamou ao Senhor toda aquela noite. De madrugada Samuel foi ao encontro de Saul, mas lhe disseram: "Saul foi para o Carmelo, onde ergueu um monumento em sua própria honra e depois foi para Gilgal". Quando Samuel o encontrou, Saul disse: "O Senhor o abençoe! Segui as instruções do Senhor". Samuel, porém, perguntou: "Então que balido de ovelhas é esse que ouço com meus próprios ouvidos? Que mugido de bois é esse que estou ouvindo?" Respondeu Saul: "Os soldados os trouxeram dos amalequitas; eles pouparam o melhor das ovelhas e dos bois para o sacrificarem ao Senhor seu Deus, mas destruímos totalmente o restante". Samuel disse a Saul: "Fique quieto! Eu lhe direi o que o Senhor me falou esta noite". Respondeu Saul: "Diga-me". E Samuel disse: "Embora pequeno aos seus próprios olhos, você não se tornou o líder das tribos de Israel? O Senhor o ungiu como rei sobre Israel e o enviou numa missão, ordenando: ‘Vá e destrua completamente aquele povo ímpio, os amalequitas; guerreie contra eles, até que os tenha eliminado’. Por que você não obedeceu ao Senhor? Por que se lançou sobre os despojos e fez o que o Senhor reprova?" Disse Saul: "Mas eu obedeci ao Senhor! Cumpri a missão que o Senhor me designou. Trouxe Agague, o rei dos amalequitas, mas exterminei os amalequitas. Os soldados tomaram ovelhas e bois do despojo, o melhor do que estava consagrado a Deus para destruição, a fim de os sacrificarem ao Senhor seu Deus, em Gilgal". Samuel, porém, respondeu: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei". "Pequei", disse Saul. "Violei a ordem do Senhor e as instruções que você me deu. Tive medo dos soldados e lhes atendi. Agora eu lhe imploro, perdoe o meu pecado e volte comigo, para que eu adore o Senhor". Samuel, contudo, lhe disse: "Não voltarei com você. Você rejeitou a palavra do Senhor, e o Senhor o rejeitou como rei de Israel!" Quando Samuel se virou para sair, Saul agarrou-se à barra do manto dele, e o manto se rasgou. E Samuel lhe disse: "O Senhor rasgou de você, hoje, o reino de Israel, e o entregou a alguém que é melhor que você. Aquele que é a Glória de Israel não mente nem se arrepende, pois não é homem para se arrepender". Saul repetiu: "Pequei. Agora, honra-me perante as autoridades do meu povo e perante Israel; volte comigo, para que eu possa adorar o Senhor seu Deus". E assim Samuel voltou com ele, e Saul adorou o Senhor. Então Samuel disse: "Traga-me Agague, o rei dos amalequitas". Agague veio confiante, pensando: "Com certeza já passou a amargura da morte". Samuel, porém, disse: "Assim como a sua espada deixou mulheres sem filhos, também sua mãe ficará sem o seu filho, entre as mulheres". E Samuel despedaçou Agague perante o Senhor, em Gilgal. Então Samuel partiu para Ramá, e Saul foi para sua casa, em Gibeá de Saul. Nunca mais Samuel viu a Saul, até o dia de sua morte, embora se entristecesse por causa dele porque o Senhor arrependeu-se de ter estabelecido Saul como rei de Israel.


Deus deu uma missão a Saul, todavia ele resolveu fazer da forma que achou mais conveniente. Com isso desobedeceu às ordens de Deus. Samuel quando o encontrou lhe mostrou que não são as boas intenções que agradam a Deus, mas a obediência. Além disso, no versículo 12 vemos que Saul resolveu erguer um monumento em sua honra, como se a destruição dos amalequitas fosse obra de suas próprias mãos e Deus não tivesse parte nisto. Por causa dos pecados de Saul o Senhor decidiu passar seu trono para outro, as consequências dos pecados tem que ser suportadas, apesar de recebermos o perdão de Deus. Quando o texto fala que Deus se arrependeu, significa não arrependimento efetivamente, pois só se arrepende quem peca, mas é uma forma de compreendermos o sentimento de tristeza de Deus com aquele que começou o servindo fielmente, mas no meio do caminho o deixa por crer em sua auto-suficiência. Deus já sabia de tudo o que aconteceria muito antes sequer de Saul nascer, mas ainda assim Deus o escolheu e o usou para cumprir seus planos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

1 Samuel 14

Certo dia, Jônatas, filho de Saul, disse ao seu jovem escudeiro: "Vamos ao destacamento filisteu, do outro lado". Ele, porém, não contou isto a seu pai. Saul estava sentado debaixo de uma romãzeira na fronteira de Gibeá, em Migrom. Com ele estavam uns seiscentos soldados, entre os quais Aías, que levava o colete sacerdotal. Ele era filho de Aitube, irmão de Icabode, filho de Finéias e neto de Eli, o sacerdote do Senhor em Siló. Ninguém sabia que Jônatas havia saído. Em cada lado do desfiladeiro que Jônatas pretendia atravessar para chegar ao destacamento filisteu, havia um penhasco íngreme; um se chamava Bozez; o outro, Sené. Havia um penhasco ao norte, na direção de Micmás, e outro ao sul, na direção de Geba. E Jônatas disse a seu escudeiro: "Vamos ao destacamento daqueles incircuncisos. Talvez o Senhor aja em nosso favor, pois nada pode impedir o Senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos". Disse seu escudeiro: "Faze tudo o que tiveres em mente; eu irei contigo". Jônatas disse: "Venha, vamos atravessar na direção dos soldados e deixaremos que nos avistem. Se nos disserem: ‘Esperem aí até que cheguemos perto’, ficaremos onde estivermos e não avançaremos. Mas, se disserem: ‘Subam até aqui’, subiremos, pois este será um sinal para nós de que o Senhor os entregou em nossas mãos". Então os dois se deixaram ver pelo destacamento dos filisteus, que disseram: "Vejam, os hebreus estão saindo dos buracos onde estavam escondidos". E gritaram para Jônatas e seu escudeiro: "Subam até aqui e lhes daremos uma lição". Diante disso, Jônatas disse a seu escudeiro: "Siga-me; o Senhor os entregou nas mãos de Israel". Jônatas escalou, usando as mãos e os pés, e o escudeiro foi logo atrás. Jônatas começou a derrubá-los, e seu escudeiro, logo atrás dele, os matava. Naquele primeiro ataque, Jônatas e seu escudeiro mataram cerca de vinte homens numa pequena área de terra. Então caiu terror sobre todo o exército, tanto sobre os que estavam no acampamento e no campo, como sobre os que estavam nos destacamentos e até mesmo nas tropas de ataque. O chão tremeu e houve um pânico terrível. As sentinelas de Saul em Gibeá de Benjamim viram o exército filisteu se dispersando, correndo em todas as direções. Então Saul disse aos seus soldados: "Contem os soldados e vejam quem está faltando". Quando o fizeram, viram que Jônatas e seu escudeiro não estavam presentes. Saul ordenou a Aías: "Traga a arca de Deus". Naquele tempo ela estava com os israelitas. Enquanto Saul falava com o sacerdote, o tumulto no acampamento filisteu ia crescendo cada vez mais. Então Saul disse ao sacerdote: "Não precisa trazer a arca". Então Saul e todos os soldados se reuniram e foram para a batalha. Encontraram os filisteus em total confusão, ferindo uns aos outros com suas espadas. Alguns hebreus que antes estavam do lado dos filisteus e que com eles tinham ido ao acampamento filisteu, passaram para o lado dos israelitas que estavam com Saul e Jônatas. Quando todos os israelitas que haviam se escondido nos montes de Efraim ouviram que os filisteus batiam em retirada, também entraram na batalha, perseguindo-os. Assim o Senhor concedeu vitória a Israel naquele dia, e a batalha se espalhou para além de Bete-Áven. Os homens de Israel estavam exaustos naquele dia, pois Saul havia lhes imposto um juramento, dizendo: "Maldito seja todo o que comer antes do anoitecer, antes que eu tenha me vingado de meus inimigos! " Por isso ninguém tinha comido nada. O exército inteiro entrou num bosque, onde havia mel no chão. Eles viram o mel escorrendo, contudo ninguém comeu pois temiam o juramento. Jônatas, porém, não sabia do juramento que seu pai havia imposto ao exército de modo que estendeu a ponta da vara que tinha na mão e a molhou no favo de mel. Quando comeu seus olhos brilharam. Então um dos soldados lhe disse: "Seu pai impôs ao exército um juramento severo, dizendo: ‘Maldito seja todo o que comer hoje! ’ Por isso os homens estão exaustos". Jônatas disse: "Meu pai trouxe desgraça para nós. Veja como meus olhos brilham desde que provei um pouco deste mel. Como teria sido bem melhor se os homens tivessem comido hoje um pouco do que tomaram dos seus inimigos. A matança de filisteus não teria sido ainda maior?" Naquele dia, depois de derrotarem os filisteus, desde Micmás até Aijalom, os israelitas estavam completamente exaustos. Eles então se lançaram sobre os despojos e pegaram ovelhas, bois e bezerros, e mataram-nos ali mesmo e comeram a carne com o sangue. E alguém disse a Saul: "Veja, os soldados estão pecando contra o Senhor, comendo carne com sangue". Ele disse: "Vocês foram infiéis. Rolem uma grande pedra até aqui. Saiam entre os soldados e digam-lhes: ‘Cada um traga a mim seu boi ou sua ovelha, abatam-nos e comam a carne aqui. Não pequem contra o Senhor comendo carne com sangue’". Assim, cada um levou seu boi naquela noite e ali os abateram. Então, Saul edificou um altar para o Senhor; foi a primeira vez que fez isso. Saul disse ainda: "Desçamos atrás dos filisteus, à noite, e os saqueemos até o amanhecer, e não deixemos vivo nem um só deles". Eles responderam: "Faze o que achares melhor". O sacerdote, porém, disse: "Consultemos aqui a Deus". Então Saul perguntou a Deus: "Devo perseguir os filisteus? Tu os entregarás nas mãos de Israel?" Mas naquele dia Deus não lhe respondeu. Disse então Saul: "Venham cá, todos vocês que são líderes do exército, e descubramos que pecado foi cometido hoje. Juro pelo nome do Senhor, o libertador de Israel, mesmo que seja meu filho Jônatas, ele morrerá". Mas ninguém disse uma só palavra. Então disse Saul a todos os israelitas: "Fiquem vocês de um lado; eu e meu filho Jônatas ficaremos do outro". E eles responderam: "Faze o que achares melhor". E Saul orou ao Senhor, ao Deus de Israel: "Dá-me a resposta certa". A sorte caiu em Jônatas e Saul, e os soldados saíram livres. Saul disse: "Tirem sortes entre mim e meu filho Jônatas". E Jônatas foi indicado. Então Saul disse a Jônatas: "Diga-me o que você fez". E Jônatas lhe contou: "Eu provei um pouco de mel com a ponta de minha vara. Estou pronto para morrer". Saul disse: "Que Deus me castigue com todo rigor, caso você não morra, Jônatas!" Os soldados, porém, disseram a Saul: "Será que Jônatas, que trouxe esta grande libertação para Israel deve morrer? Nunca! Juramos pelo nome do Senhor, nem um só cabelo de sua cabeça cairá ao chão, pois ele fez isso hoje com o auxílio de Deus". Então os homens resgataram Jônatas, e ele não foi morto. E Saul parou de perseguir os filisteus, e eles voltaram para sua própria terra. Quando Saul assumiu o reinado sobre Israel, lutou contra os seus inimigos em redor: moabitas, amonitas, edomitas, os reis de Zobá e os filisteus. Para qualquer lado que fosse, infligia-lhes castigo. Lutou corajosamente e derrotou os amalequitas, libertando Israel das mãos daqueles que os saqueavam. Os filhos de Saul foram Jônatas, Isvi e Malquisua. O nome de sua filha mais velha era Merabe, e o da mais nova era Mical. Sua mulher chamava-se Ainoã e era filha de Aimaás. O nome do comandante do exército de Saul era Abner, filho de Ner, tio de Saul. Quis, pai de Saul, e Ner, pai de Abner, eram filhos de Abiel. Houve guerra acirrada contra os filisteus durante todo o reinado de Saul. Por isso sempre que Saul conhecia um homem forte e corajoso, alistava-o no seu exército.


Jônatas, crendo em Deus, foi com seu escudeiro enfrentar os filisteus, pois sabia que o Senhor os poderia livrar. Todavia Saul sem pensar no benefício que poderia fazer deixar seus soldados comerem antes de lutarem amaldiçoou a quem comesse antes do fim do dia. Sem ter ciência da maldição seu filho comeu um pouco de mel e por isso deveria ser morto. Ao anoitecer, devido a fome, os soldados não obedeceram ao mandamento de Deus e comeram carne com sangue. Por causa do pecado de Jônatas e dos soldados, Deus não respondeu, inicialmente, aos guerreiros. Por fim, reconhecendo que Jônatas tinha sido usado por Deus para vencer os filisteus os soldados impediram que aquele fosse morto. Importante destacar que não é porque desconhecemos os mandamentos divinos que a nós não é imputado pecado. Também não é a sobrevivência (como foi com os soldados que comeram carne sem observar as regras) motivo suficiente para desobedecer a Deus.