terça-feira, 31 de julho de 2012

Jó 11

Então respondeu Zofar, o naamatita, e disse: Porventura não se dará resposta à multidão de palavras? E o homem falador será justificado? Às tuas mentiras se hão de calar os homens? E zombarás tu sem que ninguém te envergonhe? Pois dizes: A minha doutrina é pura, e limpo sou aos teus olhos. Mas na verdade, quem dera que Deus falasse e abrisse os seus lábios contra ti! E te fizesse saber os segredos da sabedoria, que é multíplice em eficácia; sabe, pois, que Deus exige de ti menos do que merece a tua iniqüidade. Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso? Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás tu fazer? E mais profunda do que o inferno, que poderás tu saber? Mais comprida é a sua medida do que a terra, e mais larga do que o mar. Se ele passar, aprisionar, ou chamar a juízo, quem o impedirá? Porque ele conhece aos homens vãos, e vê o vício; e não o terá em consideração? Mas o homem vão é falto de entendimento; sim, o homem nasce como a cria do jumento montês. Se tu preparares o teu coração, e estenderes as tuas mãos para ele; se há iniqüidade na tua mão, lança-a para longe de ti e não deixes habitar a injustiça nas tuas tendas. Porque então o teu rosto levantarás sem mácula; e estarás firme, e não temerás. Porque te esquecerás do cansaço, e lembrar-te-ás dele como das águas que já passaram. E a tua vida mais clara se levantará do que o meio dia; ainda que haja trevas, será como a manhã. E terás confiança, porque haverá esperança; olharás em volta e repousarás seguro. E deitar-te-ás, e ninguém te espantará; muitos suplicarão o teu favor. Porém os olhos dos ímpios desfalecerão, e perecerá o seu refúgio; e a sua esperança será o expirar da alma.


Neste capítulo Jó é repreendido por suas palavras que afirmam ser ele puro. Se Deus se manifestasse ele seria culpado diante da perfeição de Deus, descobrindo Jó que seu castigo era leve. A sabedoria divina é infinitamente superior a humana, assim deve Jó submeter-se para que possa ter a esperança de um final feliz. Por fim, Jó é exortado a arrepender-se de seus pecados para que possa voltar a ter esperança. Zofar confia demasiadamente em sua posição religiosa e esquece a humildade, pois acusa Jó como se fosse superior a ele.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Jó 10

A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios? Tens tu porventura olhos de carne? Vês tu como vê o homem? São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem, para te informares da minha iniqüidade, e averiguares o meu pecado? Bem sabes tu que eu não sou iníquo; todavia ninguém há que me livre da tua mão. As tuas mãos me fizeram e me formaram completamente; contudo me consomes. Peço-te que te lembres de que como barro me formaste e me farás voltar ao pó. Porventura não me vazaste como leite, e como queijo não me coalhaste? De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste. Vida e misericórdia me concedeste; e o teu cuidado guardou o meu espírito. Porém estas coisas as ocultaste no teu coração; bem sei eu que isto esteve contigo. Se eu pecar, tu me observas; e da minha iniqüidade não me escusarás. Se for ímpio, ai de mim! E se for justo, não levantarei a minha cabeça; farto estou da minha ignomínia; e vê qual é a minha aflição, porque se vai crescendo; tu me caças como a um leão feroz; tornas a fazer maravilhas para comigo. Tu renovas contra mim as tuas testemunhas, e multiplicas contra mim a tua ira; revezes e combate estão comigo. Por que, pois, me tiraste da madre? Ah! se então tivera expirado, e olho nenhum me visse! Então eu teria sido como se nunca fora; e desde o ventre seria levado à sepultura! Porventura não são poucos os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento. Antes que eu vá para o lugar de que não voltarei, à terra da escuridão e da sombra da morte; terra escuríssima, como a própria escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma, e onde a luz é como a escuridão.



Diante da situação em que se encontra, Jó decide apelar a Deus, pois sabe que Ele tem consciência do que Jó vive. Diante do reconhecimento do cuidado de Deus por sua vida em momentos anteriores, Jó questiona o motivo de Deus agir como está agindo. É como se Deus criasse uma situação de extremos para que o contraste entre o passado e presente seja ainda mais gritante e terrível. Este é o momento de maior desespero no livro. Jó sente que Deus percebe os mínimos pecados, temendo o que sofreria se fosse culpado dos grandes.

domingo, 29 de julho de 2012

Jó 9

Então Jó respondeu, dizendo: Na verdade sei que assim é; porque, como se justificaria o homem para com Deus? Se quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder. Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve paz? Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e o que os transtorna no seu furor. O que sacode a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem. O que fala ao sol, e ele não nasce, e sela as estrelas. O que sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar. O que fez a Ursa, o Orion, e o Sete-estrelo, e as recâmaras do sul. O que faz coisas grandes e inescrutáveis; e maravilhas sem número. Eis que ele passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto. Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes? Deus não revogará a sua ira; debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos. Quanto menos lhe responderia eu, ou escolheria diante dele as minhas palavras! Porque, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia; antes ao meu Juiz pediria misericórdia. Ainda que chamasse, e ele me respondesse, nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz. Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa. Não me permite respirar, antes me farta de amarguras. Quanto às forças, eis que ele é o forte; e, quanto ao juízo, quem me citará com ele? Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se for perfeito, então ela me declarará perverso. Se for perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida. A coisa é esta; por isso eu digo que ele consome ao perfeito e ao ímpio. Quando o açoite mata de repente, então ele zomba da prova dos inocentes. A terra é entregue nas mãos do ímpio; ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo? E os meus dias são mais velozes do que um correio; fugiram, e não viram o bem. Passam como navios veleiros; como águia que se lança à comida. Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, e mudarei o meu aspecto e tomarei alento, receio todas as minhas dores, porque bem sei que não me terás por inocente. E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão? Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, ainda me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão. Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo. Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror. Então falarei, e não o temerei; porque não sou assim em mim mesmo.



Jó não busca neste capítulo defender-se enquanto justo, mas afirma a futilidade do pensamento de declarar-se justo perante um Deus tão grande em poder e santidade. Após isto ele queixa-se de Deus, pois não consegue enxergar em sua vida essa culpa que declaram que ele tem. Por fim, quando Jó deseja que Deus fosse humano para que pudesse declarar-se inocente, vemos um claro apontamento para aquilo que aconteceria séculos após com a encarnação do messias.

sábado, 28 de julho de 2012

Jó 8

Então respondendo Bildade o suíta, disse: Até quando falarás tais coisas, e as palavras da tua boca serão como um vento impetuoso? Porventura perverteria Deus o direito? E perverteria o Todo-Poderoso a justiça? Se teus filhos pecaram contra ele, também ele os lançou na mão da sua transgressão. Mas, se tu de madrugada buscares a Deus, e ao Todo-Poderoso pedires misericórdia; se fores puro e reto, certamente logo despertará por ti, e restaurará a morada da tua justiça. O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno, porém o teu último estado crescerá em extremo. Pois, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas; e prepara-te para a inquirição de seus pais. Porque nós somos de ontem, e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra. Porventura não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu coração não tirarão palavras? Porventura cresce o junco sem lodo? Ou cresce a espadana sem água? Estando ainda no seu verdor, ainda que não cortada, todavia antes de qualquer outra erva se seca. Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; e a esperança do hipócrita perecerá. Cuja esperança fica frustrada; e a sua confiança será como a teia de aranha. Encostar-se-á à sua casa, mas ela não subsistirá; apegar-se-á a ela, mas não ficará em pé. Ele é viçoso perante o sol, e os seus renovos saem sobre o seu jardim; as suas raízes se entrelaçam, junto à fonte; para o pedregal atenta. Se Deus o consumir do seu lugar, negá-lo-á este, dizendo: Nunca te vi! Eis que este é a alegria do seu caminho, e outros brotarão do pó. Eis que Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores; até que de riso te encha a boca, e os teus lábios de júbilo. Os que te odeiam se vestirão de confusão, e a tenda dos ímpios não existirá mais.



Jó é repreendido por Bildade por suas palavras, e por acreditar que ele tinha, em algum momento, semeado o mal. Com base na tradição, Bildade, recomenda que Jó busque nos antepassados a sabedoria que lhes falta, pois estaria depositando sua esperança em si mesmo e não em Deus. Se Jó era um homem reto em algum momento ele encontraria uma luz no fim do túnel, ao contrário dos ímpios que só conheceriam calamidade absoluta. Este pensamento está errado por não ter uma palavra de solidariedade, como Jó desejava, apenas o culpando do castigo dado a sua família. Também há a falha de, com base na tradição, não enxergar que Jó buscava uma experiência com Deus que fosse muito além daquela que Bildade conhecia.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jó 7

Porventura não tem o homem guerra sobre a terra? E não são os seus dias como os dias do jornaleiro? Como o servo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga, assim me deram por herança meses de vaidade; e noites de trabalho me prepararam. Deitando-me a dormir, então digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até à alva. A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele está gretada, e se fez abominável. Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e acabam-se, sem esperança. Lembra-te de que a minha vida é como o vento; os meus olhos não tornarão a ver o bem. Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, porém não serei mais. Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá. Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito; queixar-me-ei na amargura da minha alma. Sou eu porventura o mar, ou a baleia, para que me ponhas uma guarda? Dizendo eu: Consolar-me-á a minha cama; meu leito aliviará a minha ânsia; então me espantas com sonhos, e com visões me assombras; assim a minha alma escolheria antes a estrangulação; e antes a morte do que a vida. A minha vida abomino, pois não viveria para sempre; retira-te de mim; pois vaidade são os meus dias. Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas nele o teu coração, E cada manhã o visites, e cada momento o proves? Até quando não apartarás de mim, nem me largarás, até que engula a minha saliva? Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Porque agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não existirei mais.



Jó questiona o porque de estar vivendo tanto, já que o homem é passageiro, e seu sofrimento parece eterno. Em um de seus questionamentos faz uma pergunta muito relevante a Deus "que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas nele o teu coração?" Na frase anterior ele diz que os dias do homem são vaidade, que no hebraico, nada mais é do que o vapor de água que some em alguns instantes. Mesmo o homem sendo como o vapor que num momento está e no seguinte não mais vive Deus se importa conosco.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Jó 6

Então Jó respondeu, dizendo: Oh! se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! Porque, na verdade, mais pesada seria, do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido engolidas. Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, cujo ardente veneno suga o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim. Porventura zurrará o jumento montês junto à relva? Ou mugirá o boi junto ao seu pasto? Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? A minha alma recusa tocá-las, pois são para mim como comida repugnante. Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero! E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e me acabasse! Isto ainda seria a minha consolação, e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não ocultei as palavras do Santo. Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que tenha ainda paciência? E porventura a minha força a força da pedra? Ou é de cobre a minha carne? Está em mim a minha ajuda? Ou desamparou-me a verdadeira sabedoria? Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso. Meus irmãos aleivosamente me trataram, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam, que estão encobertos com a geada, e neles se esconde a neve, no tempo em que se derretem com o calor, se desfazem, e em se aquentando, desaparecem do seu lugar. Desviam-se as veredas dos seus caminhos; sobem ao vácuo, e perecem. Os caminhantes de Tema os vêem; os passageiros de Sabá esperam por eles. Ficam envergonhados, por terem confiado e, chegando ali, se confundem. Agora sois semelhantes a eles; vistes o terror, e temestes. Acaso disse eu: Dai-me ou oferecei-me presentes de vossos bens? Ou livrai-me das mãos do opressor? Ou redimi-me das mãos dos tiranos? Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei. Oh! quão fortes são as palavras da boa razão! Mas que é o que censura a vossa argüição? Porventura buscareis palavras para me repreenderdes, visto que as razões do desesperado são como vento? Mas antes lançais sortes sobre o órfão; e cavais uma cova para o amigo. Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim; e vede se minto em vossa presença. Voltai, pois, não haja iniqüidade; tornai-vos, digo, que ainda a minha justiça aparecerá nisso. Há porventura iniqüidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar distinguir coisas iníquas?



Jó defende-se das acusações feitas por seus amigos e nos dá uma grande lição, se conhecemos alguém que está em sofrimento, ainda que esteja longe dos caminhos do Senhor, devemos mostrar compaixão e não apontar para o erro, culpar a pessoa pelo que está vivendo e não estender a mão para ajudar.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Jó 5

Chama agora; há alguém que te responda? E para qual dos santos te virarás? Porque a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo. Bem vi eu o louco lançar raízes; porém logo amaldiçoei a sua habitação. Seus filhos estão longe da salvação; e são despedaçados às portas, e não há quem os livre. A sua messe, o faminto a devora, e até dentre os espinhos a tira; e o salteador traga a sua fazenda. Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho. Mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas se levantam para voar. Porém eu buscaria a Deus; e a ele entregaria a minha causa. Ele faz coisas grandes e inescrutáveis, e maravilhas sem número. Ele dá a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos. Para pôr aos abatidos num lugar alto; e para que os enlutados se exaltem na salvação. Ele aniquila as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito. Ele apanha os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos perversos se precipita. Eles de dia encontram as trevas; e ao meio dia andam às apalpadelas como de noite. Porém ao necessitado livra da espada, e da boca deles, e da mão do forte. Assim há esperança para o pobre; e a iniqüidade tapa a sua boca. Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam. Em seis angústias te livrará; e na sétima o mal não te tocará. Na fome te livrará da morte; e na guerra, da violência da espada. Do açoite da língua estarás encoberto; e não temerás a assolação, quando vier. Da assolação e da fome te rirás, e os animais da terra não temerás. Porque até com as pedras do campo terás o teu acordo, e as feras do campo serão pacíficas contigo. E saberás que a tua tenda está em paz; e visitarás a tua habitação, e não pecarás. Também saberás que se multiplicará a tua descendência e a tua posteridade como a erva da terra, na velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo. Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é; ouve-o, e medita nisso para teu bem.



Como bem diz o texto, o homem pode passar por qualquer situação, mas Deus não o abandona. A correção de Deus é boa para que cresçamos, ainda que mediante sofrimento. Jó estava sendo advertido por seus amigos, apesar de seus atos não serem de desonra a Deus.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Jó 4

Então respondeu Elifaz o temanita, e disse: Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderia conter as palavras? Eis que ensinaste a muitos, e tens fortalecido as mãos fracas. As tuas palavras firmaram os que tropeçavam e os joelhos desfalecentes tens fortalecido. Mas agora, que se trata de ti, te enfadas; e tocando-te a ti, te perturbas. Porventura não é o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança a integridade dos teus caminhos? Lembra-te agora qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniqüidade, e semeiam mal, segam o mesmo. Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira se consomem. O rugido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebram. Perece o leão velho, porque não tem presa; e os filhos da leoa andam dispersos. Uma coisa me foi trazida em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. Entre pensamentos vindos de visões da noite, quando cai sobre os homens o sono profundo, sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. Então um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne. Parou ele, porém não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz que dizia: Seria porventura o homem mais justo do que Deus? Seria porventura o homem mais puro do que o seu Criador? Eis que ele não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui loucura; quanto menos àqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são esmagados como a traça! Desde a manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente perecem sem que disso se faça caso. Porventura não passa com eles a sua excelência? Morrem, mas sem sabedoria.



Há duas lições neste texto: uma é que temos que reconhecer a dificuldade de viver momentos difíceis. É fácil dar conselhos e auxiliar na forma de proceder quando os outros estão em dificuldades, mas quando nós passamos será tão fácil? A outra lição é que a teologia da retribuição ensinada pelo amigo de Jó (versículo 8) é furada. É claro que colhemos o que plantamos, todavia não podemos dizer que se alguém está passando por maus momentos, doenças, dificuldades de qualquer natureza que isto é consequência direta de algum pecado que esteja cometendo, ou que está bem financeiramente, saudável e sem problemas porque não tem pecado ou que todas as suas ações agradam a Deus.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Jó 3

Depois disto abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia. E Jó, falando, disse: Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz. Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; a escuridão do dia o espante! Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses! Ah! que solitária seja aquela noite, e nela não entre voz de júbilo! Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para suscitar o seu pranto. Escureçam-se as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e não veja as pálpebras da alva; porque não fechou as portas do ventre; nem escondeu dos meus olhos a canseira. Por que não morri eu desde a madre? E em saindo do ventre, não expirei? Por que me receberam os joelhos? E por que os peitos, para que mamasse? Porque já agora jazeria e repousaria; dormiria, e então haveria repouso para mim. Com os reis e conselheiros da terra, que para si edificam casas nos lugares assolados, ou com os príncipes que possuem ouro, que enchem as suas casas de prata, ou como aborto oculto, não existiria; como as crianças que não viram a luz. Ali os maus cessam de perturbar; e ali repousam os cansados. Ali os presos juntamente repousam, e não ouvem a voz do exator. Ali está o pequeno e o grande, e o servo livre de seu senhor. Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo? Que esperam a morte, e ela não vem; e cavam em procura dela mais do que de tesouros ocultos; que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura? Por que se dá luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus o encobriu? Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água. Porque aquilo que temia me sobreveio; e o que receava me aconteceu. Nunca estive tranqüilo, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.



Jó neste momento não resiste e reclama do que está vivendo. Sabemos que é duro viver momentos em que tudo dá errado e não vemos uma luz no fim do túnel. Porém, com toda reclamação, Jó não blasfemou contra Deus.

domingo, 22 de julho de 2012

Jó 2

E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR. Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. Então Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! E disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida. Então saiu Satanás da presença do SENHOR, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que tinha vindo sobre ele, vieram cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, e Bildade o suíta, e Zofar o naamatita; e combinaram condoer-se dele, para o consolarem. E, levantando de longe os seus olhos, não o conheceram; e levantaram a sua voz e choraram, e rasgaram cada um o seu manto, e sobre as suas cabeças lançaram pó ao ar. E assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.



Há duas lições neste capítulo: todos, servos de Deus ou não, passarão por bons e maus momentos, ninguém deixa de estar sujeito a doenças e problemas. A outra lição é a que aprendemos com os amigos de Jó. Eles ouvindo falar do que ele estava passando foram vê-lo e ao vê-lo moveram-se de compaixão e compartilharam da dor do amigo, a ponto de não terem palavras.

sábado, 21 de julho de 2012

Jó 1

Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. E nasceram-lhe sete filhos e três filhas. E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente. E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente. E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face. E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR. E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito, que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles; e deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova. Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova. Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou. E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.



Há algumas lições a serem tiradas deste texto. O livro de Jó começa de forma interessante. Ao contrário da maioria dos livros do AT que começam falando sobre a situação histórica, social do povo, este já começa dizendo quem é Jó. Com isso podemos crer que a intenção do autor era mostrar o caráter de Jó. Ao final, após todas as tragédias, ele não reclama, não briga com Deus, mas reconhece sua soberania. Essa atitude somente é possível por causa de seu relacionamento com Deus.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Juízes 21

Ora, tinham jurado os homens de Israel em Mizpá, dizendo: Nenhum de nós dará sua filha por mulher aos benjamitas. Veio, pois, o povo a Betel, e ali ficou até à tarde diante de Deus; e todos levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto, e disseram: Ah! SENHOR Deus de Israel, por que sucedeu isto, que hoje falte uma tribo em Israel? E sucedeu que, no dia seguinte, o povo, pela manhã se levantou, e edificou ali um altar; e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas. E disseram os filhos de Israel: Quem de todas as tribos de Israel não subiu à assembléia do SENHOR? Porque se tinha feito um grande juramento acerca dos que não fossem ao SENHOR em Mizpá, dizendo: Morrerá certamente. E arrependeram-se os filhos de Israel acerca de Benjamim, seu irmão, e disseram: Cortada é hoje de Israel uma tribo. Como havemos de conseguir mulheres para os que restaram deles, pois nós temos jurado pelo SENHOR que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por mulher? E disseram: Há algumas das tribos de Israel que não subiram ao SENHOR a Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial, à assembléia. Porquanto, quando se contou o povo, eis que nenhum dos moradores de Jabes-Gileade se achou ali. Então a assembléia enviou para lá doze mil homens dos mais valentes, e lhes ordenou, dizendo: Ide, e ao fio da espada feri aos moradores de Jabes-Gileade, e às mulheres e aos meninos. Porém isto é o que haveis de fazer: A todo o homem e a toda a mulher que se houver deitado com um homem totalmente destruireis. E acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que não tinham conhecido homem; e as trouxeram ao arraial, a Siló, que está na terra de Canaã. Então toda a assembléia enviou, e falou aos filhos de Benjamim, que estavam na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz. E ao mesmo tempo voltaram os benjamitas; e deram-lhes as mulheres que haviam guardado com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda não lhes bastaram. Então o povo se arrependeu por causa de Benjamim; porquanto o SENHOR tinha feito brecha nas tribos de Israel. E disseram os anciãos da assembléia: Que faremos acerca de mulheres para os que restaram, pois foram destruídas as mulheres de Benjamim? Disseram mais: Tenha Benjamim uma herança nos que restaram, e não seja destruída nenhuma tribo de Israel. Porém nós não lhes poderemos dar mulheres de nossas filhas, porque os filhos de Israel juraram, dizendo: Maldito aquele que der mulher aos benjamitas. Então disseram: Eis que de ano em ano há solenidade do SENHOR em Siló, que se celebra para o norte de Betel do lado do nascente do sol, pelo caminho alto que sobe de Betel a Siquém, e para o sul de Lebona. E mandaram aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas. E olhai, e eis aí as filhas de Siló a dançar em rodas, saí vós das vinhas, e arrebatai cada um sua mulher das filhas de Siló, e ide-vos à terra de Benjamim. E será que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a litigar conosco, nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão deles, pois nesta guerra não tomamos mulheres para cada um deles; por que não lhas destes vós, para que agora ficásseis culpados. E os filhos de Benjamim o fizeram assim, e levaram mulheres conforme ao número deles, das que arrebataram das rodas que dançavam; e foram-se, e voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram nelas. Também os filhos de Israel partiram dali, cada um para a sua tribo e para a sua família; e saíram dali, cada um para a sua herança. Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.



É curioso ver a reação do restante do povo de Israel, após o "banimento" da tribo de Benjamim. Eles se moveram de piedade e agiram para não extirpar aquela tribo. Como tem sido nossos atos mesmo para aqueles que, achamos, que não merecem compaixão.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Juízes 20

Então todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou, perante o SENHOR em Mizpá, como se fora um só homem, desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade. E os principais de todo o povo, de todas as tribos de Israel, se apresentaram na congregação do povo de Deus; quatrocentos mil homens de pé que tiravam a espada (ouviram, pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mizpá). E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade? Então respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite. E os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite; intentaram matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu. Então peguei na minha concubina, e fi-la em pedaços, e a enviei por toda a terra da herança de Israel; porquanto fizeram tal malefício e loucura em Israel. Eis que todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho. Então todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda nem nenhum de nós voltará à sua casa. Porém isto é o que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por sorte. E de todas as tribos de Israel, tomaremos dez homens de cada cem, e cem de cada mil, e mil de cada dez mil, para providenciarem mantimento para o povo; para que, vindo ele a Gibeá de Benjamim, lhe façam conforme a toda a loucura que tem feito em Israel. Assim ajuntaram-se contra esta cidade todos os homens de Israel, unidos como um só homem. E as tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade é esta que se fez entre vós? Dai-nos, pois, agora aqueles homens, filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos, e tiremos de Israel o mal. Porém os filhos de Benjamim não quiseram ouvir a voz de seus irmãos, os filhos de Israel. Antes os filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades em Gibeá, para saírem a pelejar contra os filhos de Israel. E contaram-se naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens que tiravam a espada, afora os moradores de Gibeá, de que se contaram setecentos homens escolhidos. Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra em um cabelo, e não erravam. E contaram-se dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que tiravam da espada, e todos eles homens de guerra. E levantaram-se os filhos de Israel, e subiram a Betel; e consultaram a Deus, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim? E disse o SENHOR: Judá subirá primeiro. Levantaram-se, pois, os filhos de Israel pela manhã, e acamparam-se contra Gibeá. E os homens de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e os homens de Israel ordenaram a batalha contra eles, ao pé de Gibeá. Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derrubaram por terra, naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel. Porém esforçou-se o povo, isto é, os homens de Israel, e tornaram a ordenar a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado. E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o SENHOR até à tarde, e perguntaram ao SENHOR, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja contra os filhos de Benjamim, meu irmão? E disse o SENHOR: Subi contra ele. Chegaram-se, pois, os filhos de Israel aos filhos de Benjamim, no dia seguinte. Também os de Benjamim no dia seguinte lhes saíram ao encontro fora de Gibeá, e derrubaram ainda por terra mais dezoito mil homens, todos dos que tiravam a espada. Então todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram a Betel e choraram, e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à tarde; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR. E os filhos de Israel perguntaram ao SENHOR (porquanto a arca da aliança de Deus estava ali naqueles dias; e Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, estava perante ele naqueles dias), dizendo: Tornarei ainda a pelejar contra os filhos de Benjamim, meu irmão, ou pararei? E disse o SENHOR: Subi, que amanhã eu to entregarei na mão. Então Israel pôs emboscadas em redor de Gibeá. E subiram os filhos de Israel ao terceiro dia contra os filhos de Benjamim, e ordenaram a peleja junto a Gibeá, como das outras vezes. Então os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e desviaram-se da cidade; e começaram a ferir alguns do povo, atravessando-os, como das outras vezes, pelos caminhos (um dos quais sobe para Betel, e o outro para Gibeá pelo campo), uns trinta dos homens de Israel. Então os filhos de Benjamim disseram: Estão derrotados diante de nós como dantes. Porém os filhos de Israel disseram: Fujamos, e desviemo-los da cidade para os caminhos. Então todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar, e ordenaram a peleja em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel saiu do seu lugar, da caverna de Gibeá. E dez mil homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a peleja se agravou; porém eles não sabiam o mal que lhes tocaria. Então feriu o SENHOR a Benjamim diante de Israel; e destruíram os filhos de Israel, naquele dia, vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim, todos dos que tiravam a espada. E viram os filhos de Benjamim que estavam feridos; porque os homens de Israel deram lugar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam posto contra Gibeá. E a emboscada se apressou, e acometeu a Gibeá; e a emboscada arremeteu contra ela, e feriu ao fio da espada toda a cidade. E os homens de Israel tinham um sinal determinado com a emboscada, que era fazer levantar da cidade uma grande nuvem de fumaça. Viraram-se, pois, os homens de Israel na peleja; e já Benjamim começava a ferir, dos homens de Israel, quase trinta homens, pois diziam: Já infalivelmente estão derrotados diante de nós, como na peleja passada. Então a nuvem de fumaça começou a se levantar da cidade, como uma coluna; e, virando-se Benjamim a olhar para trás de si, eis que a fumaça da cidade subia ao céu. E os homens de Israel viraram os rostos, e os homens de Benjamim pasmaram; porque viram que o mal lhes tocaria. E viraram as costas diante dos homens de Israel, para o caminho do deserto; porém a peleja os apertou; e os que saíam das cidades os destruíram no meio deles. E cercaram aos de Benjamim, e os perseguiram, e à vontade os pisaram, até diante de Gibeá, para o nascente do sol. E caíram de Benjamim dezoito mil homens, todos estes sendo homens valentes. Então viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; colheram ainda deles pelos caminhos uns cinco mil homens; e de perto os seguiram até Gidom, e feriram deles dois mil homens. E, todos os que caíram de Benjamim, naquele dia, foram vinte e cinco mil homens que tiravam a espada, todos eles homens valentes. Porém seiscentos homens viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; e ficaram na penha de Rimom quatro meses. E os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram ao fio da espada, desde os homens da cidade até aos animais, até a tudo quanto se achava, como também a todas as cidades, quantas acharam, puseram fogo.



O povo de Israel destruiu toda a tribo de Benjamim para que não se contaminassem com suas práticas pagãs. Parece algo muito radical, mas se não fizessem isso, se contaminariam como aconteceu com a tribo de Benjamim. Como diz Mateus 18, é preferível perder um olho e entrar no reino do que ficar com 2 e ir para o inferno. Temos sido radicais com o pecado e extirpando do nosso meio completamente ou o temos tolerado?

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Juízes 19

Aconteceu também naqueles dias, em que não havia rei em Israel, que houve um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou para si uma concubina, de Belém de Judá. Porém a sua concubina adulterou contra ele, e deixando-o, foi para a casa de seu pai, em Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber, quatro meses. E seu marido se levantou, e foi atrás dela, para lhe falar conforme ao seu coração, e para tornar a trazê-la; e o seu moço e um par de jumentos iam com ele; e ela o levou à casa de seu pai, e, vendo-o o pai da moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele. E seu sogro, o pai da moça, o deteve, e ficou com ele três dias; e comeram e beberam, e passaram ali a noite. E sucedeu que ao quarto dia pela manhã, de madrugada, ele levantou-se para partir; então o pai da moça disse a seu genro: Fortalece o teu coração com um bocado de pão, e depois partireis. Assentaram-se, pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao homem: Peço-te que ainda esta noite queiras passá-la aqui, e alegre-se o teu coração. Porém o homem levantou-se para partir; mas seu sogro o constrangeu a tornar a passar ali a noite. E, madrugando ao quinto dia pela manhã para partir, disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coração. E detiveram-se até já declinar o dia; e ambos juntos comeram.
Então o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o seu moço; e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina e a tarde já vem chegando; peço-te que aqui passes a noite; eis que o dia já vai acabando, passa aqui a noite, e que o teu coração se alegre; e amanhã de madrugada levanta-te a caminhar, e irás para a tua tenda. Porém o homem não quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e chegou até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina. Estando, pois, já perto de Jebus, e tendo-se já declinado muito o dia, disse o moço a seu senhor: Vamos agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus, e passemos ali a noite. Porém disse-lhe seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estranha, que não seja dos filhos de Israel; mas iremos até Gibeá. Disse mais a seu moço: Vamos, e cheguemos a um daqueles lugares, e passemos a noite em Gibeá ou em Ramá. Passaram, pois, adiante, e caminharam, e o sol se lhes pôs junto a Gibeá, que é cidade de Benjamim. E retiraram-se para lá, para passarem a noite em Gibeá; e, entrando ele, assentou-se na praça da cidade, porque não houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite. E eis que um velho homem vinha à tarde do seu trabalho do campo; e era este homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram porém os homens deste lugar filhos de Benjamim. Levantando ele, pois, os olhos, viu a este viajante na praça da cidade, e disse o ancião: Para onde vais, e donde vens? E ele lhe disse: Viajamos de Belém de Judá até aos lados da montanha de Efraim, de onde sou; porquanto fui a Belém de Judá, porém agora vou à casa do SENHOR; e ninguém há que me recolha em casa. Todavia temos palha e pasto para os nossos jumentos, e também pão e vinho há para mim, e para a tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma há falta. Então disse o ancião: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça. E levou-o à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés, comeram e beberam. Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao ancião, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. E o homem, dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais tal loucura. Eis que a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais essa loucura. Porém aqueles homens não o quiseram ouvir; então aquele homem pegou da sua concubina, e lha tirou para fora; e eles a conheceram e abusaram dela toda a noite até pela manhã, e, subindo a alva, a deixaram. E ao romper da manhã veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro. E, levantando-se seu senhor pela manhã, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela não respondeu; então, levantando-se o homem a pôs sobre o jumento, e foi para o seu lugar. Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por todos os termos de Israel. E sucedeu que cada um que via aquilo dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje; ponderai isto, considerai, e falai.




Este texto narra uma situação bem violenta e extremamente chocante. Apesar de não conseguirmos aceitar a atitude do homem que despedaçou sua mulher, ela somente tinha um único fim: demonstrar a todo o povo a crueldade daqueles que cometeram o estupro e homicídio. Aqui se revela até onde pode chegar o homem que não serve a Deus. Seus atos não são providos sequer de compaixão pelo sofrimento alheio, principalmente se estão sendo cometidos por este tipo de homem. Que Deus não permita que vejamos algo semelhante e sigamos nossa vida sem ao menos refletir sobre isto.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Juízes 18

Naqueles dias não havia rei em Israel; e nos mesmos dias a tribo dos danitas buscava para si herança para habitar; porquanto até àquele dia entre as tribos de Israel não lhe havia caído por sorte sua herança. E enviaram os filhos de Dã, da sua tribo, cinco homens dentre eles, homens valorosos, de Zorá e de Estaol, a espiar e reconhecer a terra, e lhes disseram: Ide, reconhecei a terra. E chegaram à montanha de Efraim, até à casa de Mica, e passaram ali a noite. E quando eles estavam junto da casa de Mica, reconheceram a voz do moço, do levita; e dirigindo-se para lá, lhe disseram: Quem te trouxe aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui? E ele lhes disse: Assim e assim me tem feito Mica; pois me tem contratado, e eu lhe sirvo de sacerdote. Então lhe disseram: Consulta a Deus, para que possamos saber se prosperará o caminho que seguimos. E disse-lhes o sacerdote: Ide em paz; o caminho que seguis está perante o SENHOR. Então foram-se aqueles cinco homens, e chegaram a Laís; e viram que o povo que havia no meio dela estava seguro, conforme ao costume dos sidônios, quieto e confiado; nem havia autoridade alguma do reino que por qualquer coisa envergonhasse a alguém naquela terra; também estavam longe dos sidônios, e não tinham relação com ninguém. Então voltaram a seus irmãos, a Zorá e a Estaol, os quais lhes disseram: Que dizeis vós? E eles disseram: Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que é muitíssimo boa. E vós estareis aqui tranqüilos? Não sejais preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta terra. Quando lá chegardes, vereis um povo confiado, e a terra é larga de extensão; porque Deus vo-la entregou nas mãos; lugar em que não há falta de coisa alguma que há na terra. Então partiram dali, da tribo dos danitas, de Zorá e de Estaol, seiscentos homens munidos de armas de guerra. E subiram, e acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; então chamaram a este lugar Maané-Dã, até ao dia de hoje; eis que está por detrás de Quiriate-Jearim. E dali passaram à montanha de Efraim; e chegaram até a casa de Mica. Então responderam os cinco homens, que foram espiar a terra de Laís, e disseram a seus irmãos: Sabeis vós também que naquelas casas há um éfode, e terafins, e uma imagem de escultura e uma de fundição? Vede, pois, agora o que haveis de fazer. Então se dirigiram para lá, e chegaram à casa do moço, o levita, em casa de Mica, e o saudaram. E os seiscentos homens, que eram dos filhos de Dã, munidos com suas armas de guerra, ficaram à entrada da porta. Porém subindo os cinco homens, que foram espiar a terra, entraram ali, e tomaram a imagem de escultura, o éfode, e os terafins, e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam munidos com as armas de guerra. Entrando eles, pois, em casa de Mica, e tomando a imagem de escultura, e o éfode, e os terafins, e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo? E eles lhe disseram: Cala-te, põe a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. E melhor ser sacerdote da casa de um só homem, do que ser sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel? Então alegrou-se o coração do sacerdote, e tomou o éfode, e os terafins, e a imagem de escultura; e entrou no meio do povo. Assim viraram, e partiram; e os meninos, e o gado, e a bagagem puseram diante de si. E, estando já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas junto à casa de Mica, reuniram-se, e alcançaram os filhos de Dã. E clamaram após os filhos de Dã, os quais viraram os seus rostos, e disseram a Mica: Que tens, que tanta gente convocaste? Então ele disse: Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote, e partistes; que mais me resta agora? Como, pois, me dizeis: Que é que tens? Porém os filhos de Dã lhe disseram: Não nos faças ouvir a tua voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua casa. Assim seguiram o seu caminho os filhos de Dã; e Mica, vendo que eram mais fortes do que ele, virou-se, e voltou à sua casa. Eles, pois, tomaram o que Mica tinha feito, e o sacerdote que tivera, e chegaram a Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada, e queimaram a cidade a fogo. E ninguém houve que os livrasse, porquanto estavam longe de Sidom, e não tinham relações com ninguém, e a cidade estava no vale que está junto de Bete-Reobe; depois reedificaram a cidade e habitaram nela. E chamaram-lhe Dã, conforme ao nome de Dã, seu pai, que nascera a Israel; era, porém, antes o nome desta cidade Laís. E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de escultura; e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra. Assim, pois, estabeleceram para si a imagem de escultura, que fizera Mica, por todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.



Neste texto podemos ver porque que Deus mandou que o povo de Israel não se misturasse com os povos da região que o Senhor lhes dera. Mica se contaminou criando um deus para ele, depois um grupo chegou e tomou seus deuses e o cultuaram durante longo tempo. Por saber do coração pecaminoso do homem Israel deveria manter-se longe dos outros povos para não aprenderem suas práticas pagãs e abandonarem o verdadeiro Deus.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Juízes 17

E havia um homem da montanha de Efraim, cujo nome era Mica. O qual disse à sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas, por cuja causa lançaste maldições, e de que também me falaste, eis que esse dinheiro está comigo; eu o tomei. Então lhe disse sua mãe: Bendito do SENHOR seja meu filho. Assim restituiu as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao SENHOR, para meu filho fazer uma imagem de escultura e uma de fundição; de sorte que agora to tornarei a dar. Porém ele restituiu aquele dinheiro à sua mãe; e sua mãe tomou duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem de escultura e uma de fundição, que ficaram em casa de Mica. E teve este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote. Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos. E havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita, e peregrinava ali. E este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse conveniente. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim, até à casa de Mica, seguindo o seu caminho, Disse-lhe Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde quer que achar conveniente. Então lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, e vestuário, e o sustento. E o levita entrou. E consentiu o levita em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos. E Mica consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Mica. Então disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho um levita por sacerdote.



A cena que conseguimos visualizar neste capítulo é semelhante a tantas outras que vemos hoje em dia. Muitas pessoas agem como Mica, supersticiosamente, acreditando que por algum rito cumprido serão abençoadas, bem-sucedidas, ou espantarão alguma maldição. Outro detalhe a ser destacado é a idolatria de Mica, mesmo sabendo que deveria adorar apenas a Deus.

domingo, 15 de julho de 2012

Juízes 16

E foi Sansão a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela. E foi dito aos gazitas: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, e toda a noite lhe puseram espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram quietos, dizendo: Até à luz da manhã esperaremos; então o mataremos. Porém Sansão deitou-se até à meia noite, e à meia noite se levantou, e arrancou as portas da entrada da cidade com ambas as umbreiras, e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebrom. E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila. Então os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata. Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir. Disse-lhe Sansão: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda não estivessem secos, então me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem. Então os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete vergas de vimes frescos, que ainda não estavam secos; e amarraram-no com elas. E o espia estava com ela na câmara interior. Então ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. Então quebrou as vergas de vimes, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim não se soube em que consistia a sua força. Então disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras; ora declara-me agora com que poderias ser amarrado. E ele disse: Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que ainda não houvessem sido usadas, então me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem. Então Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E o espia estava na recâmara interior. Então as quebrou de seus braços como a um fio. E disse Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras; declara-me pois, agora, com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse: Se teceres sete tranças dos cabelos da minha cabeça com os liços da teia. E ela as fixou com uma estaca, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão: Então ele despertou do seu sono, e arrancou a estaca das tranças tecidas, juntamente com o liço da teia. Então ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua força. E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte. E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem. Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo com eles o dinheiro. Então ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força. E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele. Então os filisteus pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho no cárcere. E o cabelo da sua cabeça começou a crescer, como quando foi rapado. Então os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo. Semelhantemente, vendo-o o povo, louvava ao seu deus; porque dizia: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, e ao que destruía a nossa terra, e ao que multiplicava os nossos mortos. E sucedeu que, alegrando-se-lhes o coração, disseram: Chamai a Sansão, para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansão do cárcere, que brincava diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas. Então disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Guia-me para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste a elas. Ora estava a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o telhado havia uns três mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão brincar. Então Sansão clamou ao SENHOR, e disse: Senhor DEUS, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos. Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mão direita numa, e com a sua esquerda na outra. E disse Sansão: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia; e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara em sua vida. Então seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Ele julgou a Israel vinte anos.



Assim como aconteceu com Sansão, se tivermos uma segunda chance temos a possibilidade de nos quebrantarmos diante de Deus e Ele nos ouvirá. Não é porque nos desviamos dos seus caminhos que Ele nos abandonará permanentemente. Seus ouvidos estão sempre atentos ao nosso clamor.

sábado, 14 de julho de 2012

Juízes 15

E aconteceu, depois de alguns dias, que, na sega do trigo, Sansão visitou a sua mulher, com um cabrito, e disse: Entrarei na câmara de minha mulher. Porém o pai dela não o deixou entrar. E disse-lhe seu pai: Por certo pensava eu que de todo a desprezavas; de sorte que a dei ao teu companheiro; porém não é sua irmã mais nova, mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar. Então Sansão disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus, quando lhes fizer algum mal. E foi Sansão, e pegou trezentas raposas; e, tomando tochas, as virou cauda a cauda, e lhes pôs uma tocha no meio de cada duas caudas. E chegou fogo às tochas, e largou-as na seara dos filisteus; e assim abrasou os molhos com a sega do trigo, e as vinhas e os olivais. Então perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansão, o genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher, e a deu a seu companheiro. Então subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e a seu pai. Então lhes disse Sansão: É assim que fazeis? Pois, havendo-me vingado eu de vós, então cessarei. E feriu-os com grande ferimento, pernas juntamente com coxa; e desceu, e habitou na fenda da rocha de Etã. Então os filisteus subiram, e acamparam-se contra Judá, e estenderam-se por Leí. E perguntaram-lhes os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles responderam: Subimos para amarrar a Sansão, para lhe fazer a ele como ele nos fez a nós. Então três mil homens de Judá desceram até a fenda da rocha de Etã, e disseram a Sansão: Não sabias tu que os filisteus dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse: Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles. E disseram-lhe: Descemos para te amarrar e te entregar nas mãos dos filisteus. Então Sansão lhes disse: Jurai-me que vós mesmos não me acometereis. E eles lhe falaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos nas mãos deles; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-no com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha. E, vindo ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém o Espírito do SENHOR poderosamente se apossou dele, e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho que se queimaram no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos. E achou uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens. Então disse Sansão: Com uma queixada de jumento, montões sobre montões; com uma queixada de jumento feri a mil homens. E aconteceu que, acabando ele de falar, lançou a queixada da sua mão; e chamou aquele lugar Ramate-Leí. E como tivesse grande sede, clamou ao SENHOR, e disse: Pela mão do teu servo tu deste esta grande salvação; morrerei eu pois agora de sede, e cairei na mão destes incircuncisos? Então Deus fendeu uma cavidade que estava na queixada; e saiu dela água, e bebeu; e recobrou o seu espírito e reanimou-se; por isso chamou aquele lugar: A fonte do que clama, que está em Leí até ao dia de hoje. E julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.



Deus usou a Sansão para enfrentar o povo filisteu e para julgar o povo de Israel. Da mesma forma que cuidou do povo por meio de Sansão, também supriu as necessidades deste dando água. Assim é Deus conosco, nos usando para fazer o bem aos outros e suprindo as nossas necessidades.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Juízes 14

E desceu Sansão a Timnate; e, vendo em Timnate uma mulher das filhas dos filisteus, subiu, e declarou-o a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timnate, das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. Porém seu pai e sua mãe lhe disseram: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos. Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do SENHOR; pois buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel. Desceu, pois, Sansão com seu pai e com sua mãe a Timnate; e, chegando às vinhas de Timnate eis que um filho de leão, rugindo, lhe saiu ao encontro. Então o Espírito do SENHOR se apossou dele tão poderosamente que despedaçou o leão, como quem despedaça um cabrito, sem ter nada na sua mão; porém nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que tinha feito. E desceu, e falou àquela mulher, e ela agradou aos olhos de Sansão. E depois de alguns dias voltou ele para tomá-la; e, apartando-se do caminho para ver o corpo do leão morto, eis que nele havia um enxame de abelhas com mel. E tomou-o nas suas mãos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua mãe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leão. Descendo, pois, seu pai àquela mulher, fez Sansão ali um banquete; porque assim os moços costumavam fazer. E sucedeu que, como o vissem, trouxeram trinta companheiros para estarem com ele. Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos darei um enigma para decifrar; e, se nos sete dias das bodas o decifrardes e descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis e trinta mudas de roupas. E, se não puderdes decifrar, vós me dareis a mim trinta lençóis e as trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram: Dá-nos o teu enigma a decifrar, para que o ouçamos. Então lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o enigma. E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansão: Persuade a teu marido que nos declare o enigma, para que porventura não queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes do que é nosso, não é assim? E a mulher de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me desprezas, e não me amas; pois deste aos filhos do meu povo um enigma para decifrar, e ainda não o declaraste a mim. E ele lhe disse: Eis que nem a meu pai nem a minha mãe o declarei, e to declararia a ti? E chorou diante dele os sete dias em que celebravam as bodas; sucedeu, pois, que ao sétimo dia lho declarou, porquanto o importunava; então ela declarou o enigma aos filhos do seu povo. Disseram, pois, a Sansão os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma. Então o Espírito do SENHOR tão poderosamente se apossou dele, que desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou as suas roupas, e deu as mudas de roupas aos que declararam o enigma; porém acendeu-se a sua ira, e subiu à casa de seu pai. E a mulher de Sansão foi dada ao seu companheiro que antes o acompanhava.



Quando as pessoas falam de Sansão mencionam que ele era o homem mais forte do mundo. O que as pessoas esquecem é que, como diz o texto, seus atos somente eram possíveis quando o Espírito de Deus agia por meio dele. A força não era de Sansão, mas do Senhor. Assim, devemos lembrar que em nós não há força, mas em Deus.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Juízes 13

E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e o SENHOR os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos. E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher, sendo estéril, não tinha filhos. E o anjo do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás, e terás um filho. Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus. Então a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja aparência era semelhante de um anjo de Deus, terribilíssima; e não lhe perguntei donde era, nem ele me disse o seu nome. Porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora pois, não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas coisa imunda; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até ao dia da sua morte. Então Manoá orou ao SENHOR, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer. E Deus ouviu a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez à mulher, e ela estava no campo, porém não estava com ela seu marido Manoá. Apressou-se, pois, a mulher, e correu, e noticiou-o a seu marido, e disse-lhe: Eis que aquele homem que veio a mim o outro dia me apareceu. Então Manoá levantou-se, e seguiu a sua mulher, e foi àquele homem, e disse-lhe: És tu aquele homem que falou a esta mulher? E disse: Eu sou. Então disse Manoá: Cumpram-se as tuas palavras; mas qual será o modo de viver e o serviço do menino? E disse o anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto eu disse à mulher guardará ela. De tudo quanto procede da videira não comerá, nem vinho nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará. Então Manoá disse ao anjo do SENHOR: Ora deixa que te detenhamos, e te preparemos um cabrito. Porém o anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei de teu pão; e se fizeres holocausto o oferecerás ao SENHOR. Porque não sabia Manoá que era o anjo do SENHOR. E disse Manoá ao anjo do SENHOR: Qual é o teu nome, para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos? E o anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso? Então Manoá tomou um cabrito e uma oferta de alimentos, e os ofereceu sobre uma penha ao SENHOR: e houve-se o anjo maravilhosamente, observando-o Manoá e sua mulher. E sucedeu que, subindo a chama do altar para o céu, o anjo do SENHOR subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seus rostos. E nunca mais apareceu o anjo do SENHOR a Manoá, nem a sua mulher; então compreendeu Manoá que era o anjo do SENHOR. E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus. Porém sua mulher lhe disse: Se o SENHOR nos quisesse matar, não aceitaria da nossa mão o holocausto e a oferta de alimentos, nem nos mostraria tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste tempo. Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou. E o Espírito do SENHOR começou a incitá-lo de quando em quando para o campo de Maané-Dã, entre Zorá e Estaol.



Aqueles que eram nazireus, separados para o serviço do Senhor, deviam abster-se do vinho, não cortar o cabelo (permitido apenas de tempo em tempo, exceto para Sansão) e não deviam tocar nos mortos (o que não foi imposto a Sansão). Desta forma, quando o anjo diz a mulher de Manoá que ela conceberá, significa que já está grávida, e, portanto, deve abster-se do vinho por causa da criança que carrega em seu ventre. Com isso podemos tirar a seguinte lição: quem é separado para o serviço do Senhor deve ter um padrão de vida diferente dos demais. Nos nossos dias, servir ao Senhor não é algo que somente alguém com um chamado específico, mas todo cristão é convocado para esta missão.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Juízes 12

Então se convocaram os homens de Efraim, e passaram para o norte, e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os filhos de Amom, e não nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo. E Jefté lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom; e chamei-vos, e não me livrastes da sua mão; e, vendo eu que não me livráveis, arrisquei a minha vida, e passei contra os filhos de Amom, e o SENHOR mos entregou nas mãos; por que, pois, subistes vós hoje, para combater contra mim? E ajuntou Jefté a todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim; e os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este dissera-lhe: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manassés, porque tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; então os gileaditas perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não, então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete; porque não o podia pronunciar bem; então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim naquele tempo quarenta e dois mil. E Jefté julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu, e foi sepultado numa das cidades de Gileade. E depois dele julgou a Israel Ibzã de Belém. E tinha este trinta filhos, e trinta filhas que casou fora; e trinta filhas trouxe de fora para seus filhos; e julgou a Israel sete anos. Então faleceu Ibzã, e foi sepultado em Belém. E depois dele julgou a Israel Elom, o zebulonita; e julgou a Israel dez anos. E faleceu Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom. E depois dele julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita. E tinha este quarenta filhos, e trinta netos, que cavalgavam sobre setenta jumentos; e julgou a Israel oito anos. Então faleceu Abdom, filho de Hilel, o piratonita; e foi sepultado em Piratom, na terra de Efraim, no monte dos amalequitas.



Quando o povo da tribo de Efraim viu que Jefté tinha vencido a batalha sem o convocar iraram-se pois desejavam ter o reconhecimento daquele feito. A resposta de Jefté foi apenas que lutou pelo povo de Israel, já que Efraim não quis os ajudar. Vale lembrar que como ele disse, Deus deu a vitória, assim, a honra não era do povo, mas de Deus. A quem é dada a honra da vitória das nossas batalhas?

terça-feira, 10 de julho de 2012

Juízes 11

Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos, e, sendo os filhos desta mulher já grandes, expulsaram a Jefté, e lhe disseram: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher. Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe; e homens levianos se ajuntaram a Jefté, e saíam com ele. E aconteceu que, depois de algum tempo, os filhos de Amom pelejaram contra Israel. E sucedeu que, como os filhos de Amom pelejassem contra Israel, foram os anciãos de Gileade buscar a Jefté na terra de Tobe. E disseram a Jefté: Vem, e sê o nosso chefe; para que combatamos contra os filhos de Amom. Porém Jefté disse aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes a mim, e não me expulsastes da casa de meu pai? Por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto? E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: Por isso tornamos a ti, para que venhas conosco, e combatas contra os filhos de Amom; e nos sejas por chefe sobre todos os moradores de Gileade. Então Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me levardes de volta para combater contra os filhos de Amom, e o SENHOR mos der diante de mim, então eu vos serei por chefe? E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: O SENHOR será testemunha entre nós, e assim o faremos conforme a tua palavra. Assim Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por chefe e príncipe sobre si; e Jefté falou todas as suas palavras perante o SENHOR em Mizpá. E enviou Jefté mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo: Que há entre mim e ti, que vieste a mim a pelejar contra a minha terra? E disse o rei dos filhos de Amom aos mensageiros de Jefté: É porque, saindo Israel do Egito, tomou a minha terra, desde Arnom até Jaboque, e ainda até ao Jordão: Restituí-ma agora, em paz. Porém Jefté prosseguiu ainda em enviar mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo-lhe: Assim diz Jefté: Israel não tomou, nem a terra dos moabitas, nem a terra dos filhos de Amom. Porque, subindo Israel do Egito, andou pelo deserto até ao Mar Vermelho, e chegou até Cades. E Israel enviou mensageiros ao rei dos edomitas, dizendo: Rogo-te que me deixes passar pela tua terra. Porém o rei dos edomitas não lhe deu ouvidos; enviou também ao rei dos moabitas, o qual igualmente não consentiu; e assim Israel ficou em Cades. Depois andou pelo deserto e rodeou a terra dos edomitas e a terra dos moabitas, e veio do nascente do sol à terra dos moabitas, e alojou-se além de Arnom; porém não entrou nos limites dos moabitas, porque Arnom é limite dos moabitas. Mas Israel enviou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, rei de Hesbom; e disse-lhe Israel: Deixa-nos, peço-te, passar pela tua terra até ao meu lugar. Porém Siom não confiou em Israel para este passar nos seus limites; antes Siom ajuntou todo o seu povo, e se acamparam em Jasa, e combateu contra Israel. E o SENHOR Deus de Israel deu a Siom, com todo o seu povo, na mão de Israel, que os feriu; e Israel tomou por herança toda a terra dos amorreus que habitavam naquela região. E por herança tomaram todos os limites dos amorreus, desde Arnom até Jaboque, e desde o deserto até ao Jordão. Assim o SENHOR Deus de Israel desapossou os amorreus de diante do seu povo de Israel; e os possuirias tu? Não possuirias tu aquilo que Quemós, teu deus, desapossasse de diante de ti? Assim possuiremos nós todos quantos o SENHOR nosso Deus desapossar de diante de nós. Agora, pois, és tu ainda melhor do que Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas? Porventura contendeu ele em algum tempo com Israel, ou pelejou alguma vez contra ele? Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e nas suas vilas, e em Aroer e nas suas vilas, em todas as cidades que estão ao longo de Arnom, por que o não recuperastes naquele tempo? Tampouco pequei eu contra ti! Porém tu usas mal comigo em pelejar contra mim; o SENHOR, que é juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e entre os filhos de Amom. Porém o rei dos filhos de Amom não deu ouvidos às palavras que Jefté lhe enviou. Então o Espírito do SENHOR veio sobre Jefté, e atravessou ele por Gileade e Manassés, passando por Mizpá de Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até aos filhos de Amom. E Jefté fez um voto ao SENHOR, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto. Assim Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o SENHOR os deu na sua mão. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel. Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem filha. E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ah! filha minha, muito me abates-te, e estás entre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca ao SENHOR, e não tornarei atrás. E ela lhe disse: Meu pai, tu deste a palavra ao SENHOR, faze de mim conforme o que prometeste; pois o SENHOR te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom. Disse mais a seu pai: Conceda-me isto: Deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então foi ela com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes. E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu homem; e daí veio o costume de Israel, que as filhas de Israel iam de ano em ano lamentar, por quatro dias, a filha de Jefté, o gileadita.



Dependendo de como se olhar esta história podemos considerá-la triste, pois Jefté prometeu a Deus consagrar o primeiro que saísse de sua casa, ao retorno da batalha. Sua filha era a única descendente para dar continuidade a sua linhagem. Mas ainda assim ele não abriu mão de cumprir o que prometeu a Deus. Isto representaria uma grande dor, tanto pela saudade, tanto pela impossibilidade de dar continuidade a seus descendentes, o que na época era de extrema importância. Nós devemos ser assim, fazendo valer nossas palavras, custe o que custar, pois é testemunho do que Deus faz por nós.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Juízes 10

E depois de Abimeleque, se levantou, para livrar a Israel, Tola, filho de Puá, filho de Dodo, homem de Issacar; e habitava em Samir, na montanha de Efraim. E julgou a Israel vinte e três anos; e morreu, e foi sepultado em Samir. E depois dele se levantou Jair, gileadita, e julgou a Israel vinte e dois anos. E tinha este trinta filhos, que cavalgavam sobre trinta jumentos; e tinham trinta cidades, a que chamaram Havote-Jair, até ao dia de hoje; as quais estão na terra de Gileade. E morreu Jair, e foi sepultado em Camom. Então tornaram os filhos de Israel a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e serviram aos baalins, e a Astarote, e aos deuses da Síria, e aos deuses de Sidom, e aos deuses de Moabe, e aos deuses dos filhos de Amom, e aos deuses dos filisteus; e deixaram ao SENHOR, e não o serviram. E a ira do SENHOR se acendeu contra Israel; e vendeu-os nas mãos dos filisteus, e nas mãos dos filhos de Amom. E naquele mesmo ano oprimiram e vexaram aos filhos de Israel; dezoito anos oprimiram a todos os filhos de Israel que estavam além do Jordão, na terra dos amorreus, que está em Gileade. Até os filhos de Amom passaram o Jordão, para pelejar também contra Judá, e contra Benjamim, e contra a casa de Efraim; de modo que Israel ficou muito angustiado. Então os filhos de Israel clamaram ao SENHOR, dizendo: Contra ti havemos pecado, visto que deixamos a nosso Deus, e servimos aos baalins. Porém o SENHOR disse aos filhos de Israel: Porventura dos egípcios, e dos amorreus, e dos filhos de Amom, e dos filisteus, e dos sidônios, e dos amalequitas, e dos maonitas, que vos oprimiam, quando a mim clamastes, não vos livrei das suas mãos? Contudo vós me deixastes a mim, e servistes a outros deuses; pelo que não vos livrarei mais. Ide, e clamai aos deuses que escolhestes; que eles vos livrem no tempo do vosso aperto. Mas os filhos de Israel disseram ao SENHOR: Pecamos; faze-nos conforme a tudo quanto te parecer bem aos teus olhos; tão-somente te rogamos que nos livres nesta vez. E tiraram os deuses alheios do meio de si, e serviram ao SENHOR; então se angustiou a sua alma por causa da desgraça de Israel. E os filhos de Amom se reuniram e se acamparam em Gileade; e também os de Israel se congregaram, e se acamparam em Mizpá. Então o povo e os príncipes de Gileade disseram uns aos outros: Quem será o homem que começará a pelejar contra os filhos de Amom? Ele será por cabeça de todos os moradores de Gileade.



Neste texto podemos ver que Deus diz ao povo que por diversas vezes eles O buscam, mas depois O esquecem e adoram a outros deuses. Com isso, devem buscar esses deuses que escolheram para os salvar. Claro que esses deuses não tem esse poder, mas fica o ensino para que o povo saiba que, ou serve a Deus ou aos deuses que se apresentam mundo afora.

domingo, 8 de julho de 2012

Juízes 9

E Abimeleque, filho de Jerubaal, foi a Siquém, aos irmãos de sua mãe, e falou-lhes e a toda a geração da casa do pai de sua mãe, dizendo: Falai, peço-vos, aos ouvidos de todos os cidadãos de Siquém: Qual é melhor para vós, que setenta homens, todos os filhos de Jerubaal, dominem sobre vós, ou que um homem sobre vós domine? Lembrai-vos também de que sou osso vosso e carne vossa. Então os irmãos de sua mãe falaram acerca dele perante os ouvidos de todos os cidadãos de Siquém todas aquelas palavras; e o coração deles se inclinou a seguir Abimeleque, porque disseram: É nosso irmão. E deram-lhe setenta peças de prata, da casa de Baal-Berite; e com elas alugou Abimeleque uns homens ociosos e levianos, que o seguiram. E veio à casa de seu pai, a Ofra e matou a seus irmãos, os filhos de Jerubaal, setenta homens, sobre uma pedra. Porém Jotão, filho menor de Jerubaal, ficou, porque se tinha escondido. Então se ajuntaram todos os cidadãos de Siquém, e toda a casa de Milo; e foram, e constituíram a Abimeleque rei, junto ao carvalho alto que está perto de Siquém. E, dizendo-o a Jotão, foi e pôs-se no cume do monte de Gerizim, e levantou a sua voz, e clamou e disse-lhes: Ouvi-me, cidadãos de Siquém, e Deus vos ouvirá a vós; foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria pairar sobre as árvores? Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós. E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano. Agora, pois, se é que em verdade e sinceridade agistes, fazendo rei a Abimeleque, e se bem fizestes para com Jerubaal e para com a sua casa, e se com ele usastes conforme ao merecimento das suas mãos (porque meu pai pelejou por vós, e desprezou a sua vida, e vos livrou da mão dos midianitas; porém vós hoje vos levantastes contra a casa de meu pai, e matastes a seus filhos, setenta homens, sobre uma pedra; e a Abimeleque, filho da sua serva, fizestes reinar sobre os cidadãos de Siquém, porque é vosso irmão); pois, se em verdade e sinceridade usastes com Jerubaal e com a sua casa hoje, alegrai-vos com Abimeleque, e também ele se alegre convosco. Mas, se não, saia fogo de Abimeleque, e consuma aos cidadãos de Siquém, e a casa de Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém, e da casa de Milo, que consuma a Abimeleque. Então partiu Jotão, e fugiu e foi para Beer; e ali habitou por medo de Abimeleque, seu irmão. Havendo, pois, Abimeleque dominado três anos sobre Israel, enviou Deus um mau espírito entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém; e estes se houveram aleivosamente contra Abimeleque; para que a violência feita aos setenta filhos de Jerubaal viesse, e o seu sangue caísse sobre Abimeleque, seu irmão, que os matara, e sobre os cidadãos de Siquém, que fortaleceram as mãos dele para matar a seus irmãos; e os cidadãos de Siquém puseram contra ele quem lhe armasse emboscadas sobre os cumes dos montes; e a todo aquele que passava pelo caminho junto a eles o assaltavam; e contou-se isso a Abimeleque. Veio também Gaal, filho de Ebede, com seus irmãos, e passaram a Siquém; e os cidadãos de Siquém confiaram nele. E saíram ao campo, e vindimaram as suas vinhas, e pisaram as uvas, e fizeram festas; e foram à casa de seu deus, e comeram, e beberam, e amaldiçoaram a Abimeleque. E disse Gaal, filho de Ebede: Quem é Abimeleque, e quem é Siquém, para que o sirvamos? Não é porventura filho de Jerubaal? E não é Zebul o seu mordomo? Servi antes aos homens de Hamor, pai de Siquém; pois, por que razão serviríamos nós a ele? Ah! se este povo estivera na minha mão, eu expulsaria a Abimeleque. E diria a Abimeleque: Multiplica o teu exército, e sai. E, ouvindo Zebul, o maioral da cidade, as palavras de Gaal, filho de Ebede, se acendeu a sua ira; e enviou astutamente mensageiros a Abimeleque, dizendo: Eis que Gaal, filho de Ebede, e seus irmãos vieram a Siquém, e eis que eles estão sublevando esta cidade contra ti. Levanta-te, pois, de noite, tu e o povo que tiveres contigo, e põe emboscadas no campo. E levanta-te pela manhã ao sair o sol, e dá de golpe sobre a cidade; e eis que, saindo contra ti, ele e o povo que tiver com ele, faze-lhe como puderes. Levantou-se, pois, Abimeleque, e todo o povo que com ele havia, de noite, e puseram emboscadas a Siquém, com quatro tropas. E Gaal, filho de Ebede, saiu, e pôs-se à entrada da porta da cidade; e Abimeleque, e todo o povo que com ele havia, se levantou das emboscadas. E, vendo Gaal aquele povo, disse a Zebul: Eis que desce gente dos cumes dos montes. Zebul, ao contrário, lhe disse: As sombras dos montes vês como se fossem homens. Porém Gaal ainda tornou a falar, e disse: Eis ali desce gente do meio da terra, e uma tropa vem do caminho do carvalho de Meonenim. Então lhe disse Zebul: Onde está agora a tua boca, com a qual dizias: Quem é Abimeleque, para que o sirvamos? Não é este porventura o povo que desprezaste? Sai pois, peço-te, e peleja contra ele. E saiu Gaal à vista dos cidadãos de Siquém, e pelejou contra Abimeleque. E Abimeleque o perseguiu porquanto fugiu de diante dele; e muitos feridos caíram até à entrada da porta da cidade. E Abimeleque ficou em Aruma. E Zebul expulsou a Gaal e a seus irmãos, para que não pudessem habitar em Siquém. E sucedeu no dia seguinte que o povo saiu ao campo; disto foi avisado Abimeleque. Então tomou o povo, e o repartiu em três tropas, e pôs emboscadas no campo; e olhou, e eis que o povo saía da cidade, e levantou-se contra ele, e o feriu. Porque Abimeleque, e as tropas que com ele havia, romperam de improviso, e pararam à entrada da porta da cidade; e as outras duas tropas deram de improviso sobre todos quantos estavam no campo, e os feriram. E Abimeleque pelejou contra a cidade todo aquele dia, e tomou a cidade, e matou o povo que nela havia; e assolou a cidade, e a semeou de sal. O que ouvindo todos os cidadãos da torre de Siquém, entraram na fortaleza, na casa do deus Berite. E contou-se a Abimeleque que todos os cidadãos da torre de Siquém se haviam congregado. Subiu, pois, Abimeleque ao monte Salmom, ele e todo o povo que com ele havia; e Abimeleque tomou na sua mão um machado, e cortou um ramo de árvore, e o levantou, e pô-lo ao seu ombro, e disse ao povo, que com ele havia: O que me vistes fazer apressai-vos a fazê-lo assim como eu. Assim, pois, cada um de todo o povo, também cortou o seu ramo e seguiu a Abimeleque; e pondo os ramos junto da fortaleza, queimaram-na a fogo com os que nela estavam, de modo que todos os da torre de Siquém morreram, uns mil homens e mulheres. Então Abimeleque foi a Tebes e a sitiou, e a tomou. Havia, porém, no meio da cidade uma torre forte; e todos os homens e mulheres, e todos os cidadãos da cidade se refugiaram nela, e fecharam após si as portas, e subiram ao eirado da torre. E Abimeleque veio até à torre, e a combateu; e chegou-se até à porta da torre, para a incendiar. Porém uma mulher lançou um pedaço de uma mó sobre a cabeça de Abimeleque; e quebrou-lhe o crânio. Então chamou logo ao moço, que levava as suas armas, e disse-lhe: Desembainha a tua espada, e mata-me; para que não se diga de mim: Uma mulher o matou. E o moço o atravessou e ele morreu. Vendo, pois, os homens de Israel que Abimeleque já era morto, foram-se cada um para o seu lugar. Assim Deus fez tornar sobre Abimeleque o mal que tinha feito a seu pai, matando a seus setenta irmãos. Como também todo o mal dos homens de Siquém fez tornar sobre a cabeça deles; e a maldição de Jotão, filho de Jerubaal, veio sobre eles.



Deus tinha um plano para o povo de Israel, fazer com que este voltasse a servi-lo, todavia, como Abimeleque não servia a Deus e era um líder do povo, usou-o como exemplo a não ser seguido. Desta forma fez seus liderados se dispersarem para que então, depois, pudesse vir um novo juiz para liderar o povo.

sábado, 7 de julho de 2012

Juízes 8

Então os homens de Efraim lhes disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente. Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu agora do que vós? Não são porventura os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer? Deus vos deu na vossa mão os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu fazer do que vós? Então a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra. E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo. E disse aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, alguns pedaços de pão ao povo, que segue as minhas pisadas; porque estão cansados, e eu vou ao encalço de Zeba e Salmuna, reis dos midianitas. Porém os príncipes de Sucote disseram: Estão já, Zeba e Salmuna, em tua mão, para que demos pão ao teu exército? Então disse Gideão: Pois quando o SENHOR der na minha mão a Zeba e a Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto, e com os abrolhos. E dali subiu a Penuel, e falou-lhes da mesma maneira; e os homens de Penuel lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido. Por isso também falou aos homens de Penuel, dizendo: Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre. Estavam, pois, Zeba e Salmuna em Carcor, e os seus exércitos com eles, uns quinze mil homens, todos os que restaram do exército dos filhos do oriente; e os que caíram foram cento e vinte mil homens, que puxavam da espada. E subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, para o oriente de Nobá e Jogbeá; e feriu aquele exército, porquanto o exército estava descuidado. E fugiram Zeba e Salmuna; porém ele os perseguiu, e tomou presos a ambos os reis dos midianitas, a Zeba e a Salmuna, e afugentou a todo o exército. Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja, antes do nascer do sol, tomou preso a um moço dos homens de Sucote, e lhe fez perguntas; o qual lhe deu por escrito os nomes dos príncipes de Sucote, e dos seus anciãos, setenta e sete homens. Então veio aos homens de Sucote, e disse: Vede aqui a Zeba e a Salmuna, a respeito dos quais desprezivelmente me escarnecestes, dizendo: Estão já, Zeba e Salmuna, na tua mão, para que demos pão aos teus homens, já cansados? E tomou os anciãos daquela cidade, e os espinhos do deserto, e os abrolhos; e com eles ensinou aos homens de Sucote. E derrubou a torre de Penuel, e matou os homens da cidade. Depois perguntou a Zeba e a Salmuna: Que homens eram os que matastes em Tabor? E disseram: Como és tu, assim eram eles; cada um parecia filho de rei. Então disse ele: Meus irmãos eram, filhos de minha mãe; vive o SENHOR, que, se os tivésseis deixado com vida, eu não vos mataria. E disse a Jeter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. Porém o moço não puxou da sua espada, porque temia; porquanto ainda era jovem. Então disseram Zeba e Salmuna: Levanta-te, e acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua valentia. Levantou-se, pois, Gideão, e matou a Zeba e a Salmuna, e tomou os ornamentos que estavam nos pescoços dos seus camelos. Então os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu, como teu filho e o filho de teu filho; porquanto nos livraste da mão dos midianitas. Porém Gideão lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o SENHOR sobre vós dominará. E disse-lhes mais Gideão: Uma petição vos farei: Dá-me, cada um de vós, os pendentes do seu despojo (porque tinham pendentes de ouro, porquanto eram ismaelitas). E disseram eles: De boa vontade os daremos. E estenderam uma capa, e cada um deles deitou ali um pendente do seu despojo. E foi o peso dos pendentes de ouro, que pediu, mil e setecentos siclos de ouro, afora os ornamentos, e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço. E fez Gideão dele um éfode, e colocou-o na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel prostituiu-se ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa. Assim foram abatidos os midianitas diante dos filhos de Israel, e nunca mais levantaram a sua cabeça; e sossegou a terra quarenta anos nos dias de Gideão. E foi Jerubaal, filho de Joás, e habitou em sua casa. E teve Gideão setenta filhos, que procederam dele, porque tinha muitas mulheres. E sua concubina, que estava em Siquém, lhe deu à luz também um filho; e pôs-lhe por nome Abimeleque. E faleceu Gideão, filho de Joás, numa boa velhice; e foi sepultado no sepulcro de seu pai Joás, em Ofra dos abiezritas. E sucedeu que, como Gideão faleceu, os filhos de Israel tornaram a se prostituir após os baalins; e puseram a Baal-Berite por deus. E assim os filhos de Israel não se lembraram do SENHOR seu Deus, que os livrara da mão de todos os seus inimigos ao redor. Nem usaram de beneficência com a casa de Jerubaal, a saber, de Gideão, conforme a todo o bem que ele havia feito a Israel.



Muitas vezes fazemos como o povo de Israel, que ao invés de desejar que Deus governasse suas vidas colocamos outras coisas para governá-la. Pode não ser uma pessoa, como Israel faria com Gideão, se este não tivesse negado, mas colocamos coisas a serem mais importantes e, assim, regentes nossos. Na maioria das vezes vemos o dinheiro, como governante. Quem tem dominado nossas vidas?

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Juízes 7

Então Jerubaal (que é Gideão) se levantou de madrugada, e todo o povo que com ele havia, e se acamparam junto à fonte de Harode, de maneira que tinha o arraial dos midianitas para o norte, no vale, perto do outeiro de Moré. E disse o SENHOR a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram. E disse o SENHOR a Gideão: Ainda há muito povo; faze-os descer às águas, e ali os provarei; e será que, daquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém de todo aquele, de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá. E fez descer o povo às águas. Então o SENHOR disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas. E disse o SENHOR a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar. E o povo tomou na sua mão a provisão e as suas buzinas, e enviou a todos os outros homens de Israel cada um à sua tenda, porém os trezentos homens reteve; e estava o arraial dos midianitas embaixo, no vale. E sucedeu que, naquela mesma noite, o SENHOR lhe disse: Levanta-te, e desce ao arraial, porque o tenho dado na tua mão. E, se ainda temes descer, desce tu e teu moço Purá, ao arraial; e ouvirás o que dizem, e então, fortalecidas as tuas mãos descerás ao arraial. Então desceu ele com o seu moço Purá até ao extremo das sentinelas que estavam no arraial. E os midianitas, os amalequitas, e todos os filhos do oriente jaziam no vale como gafanhotos em multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na praia do mar. Chegando, pois, Gideão, eis que estava contando um homem ao seu companheiro um sonho, e dizia: Eis que tive um sonho, eis que um pão de cevada torrado rodava pelo arraial dos midianitas, e chegava até à tenda, e a feriu, e caiu, e a transtornou de cima para baixo; e ficou caída. E respondeu o seu companheiro, e disse: Não é isto outra coisa, senão a espada de Gideão, filho de Joás, varão israelita. Deus tem dado na sua mão aos midianitas, e todo este arraial. E sucedeu que, ouvindo Gideão a narração deste sonho, e a sua explicação, adorou; e voltou ao arraial de Israel, e disse: Levantai-vos, porque o SENHOR tem dado o arraial dos midianitas nas nossas mãos. Então dividiu os trezentos homens em três companhias; e deu-lhes a cada um, nas suas mãos, buzinas, e cântaros vazios, com tochas neles acesas. E disse-lhes: Olhai para mim, e fazei como eu fizer; e eis que, chegando eu à extremidade do arraial, será que, como eu fizer, assim fareis vós. Tocando eu a buzina, eu e todos os que comigo estiverem, então também vós tocareis a buzina ao redor de todo o arraial, e direis: Espada do SENHOR, e de Gideão. Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, ao extremo do arraial, ao princípio da vigília da meia noite, havendo sido de pouco trocadas as guardas; então tocaram as buzinas, e quebraram os cântaros, que tinham nas mãos. Assim tocaram as três companhias as buzinas, e quebraram os cântaros; e tinham nas suas mãos esquerdas as tochas acesas, e nas suas mãos direitas as buzinas, para tocarem, e clamaram: Espada do SENHOR, e de Gideão. E conservou-se cada um no seu lugar ao redor do arraial; então todo o exército pôs-se a correr e, gritando, fugiu. Tocando, pois, os trezentos as buzinas, o SENHOR tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, que fugiu para Zererá, até Bete-Sita, até aos limites de Abel-Meolá, acima de Tabate. Então os homens de Israel, de Naftali, de Aser e de todo o Manassés foram convocados, e perseguiram aos midianitas. Também Gideão enviou mensageiros a todas as montanhas de Efraim, dizendo: Descei ao encontro dos midianitas, e tomai-lhes as águas até Bete-Bara, e também o Jordão. Convocados, pois, todos os homens de Efraim, tomaram-lhes as águas até Bete-Bara e o Jordão. E prenderam a dois príncipes dos midianitas, a Orebe e a Zeebe; e mataram a Orebe na penha de Orebe, e a Zeebe mataram no lagar de Zeebe, e perseguiram aos midianitas; e trouxeram as cabeças de Orebe e de Zeebe a Gideão, além do Jordão.



Podemos ver neste capítulo que Deus mandou que Gideão levasse apenas alguns do povo de Israel para que eles reconhecessem que a vitória não era do povo, mas de Deus. Da mesma forma, hoje devemos reconhecer que nossas vitória não são por nosso mérito, mas Deus as concede para nós.