segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Jó 39

Sabes tu o tempo em que as cabras montesas têm filhos, ou observastes as cervas quando dão suas crias? Contarás os meses que cumprem, ou sabes o tempo do seu parto? Quando se encurvam, produzem seus filhos, e lançam de si as suas dores. Seus filhos enrijam, crescem com o trigo; saem, e nunca mais tornam para elas. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, ao qual dei o ermo por casa, e a terra salgada por morada? Ri-se do ruído da cidade; não ouve os muitos gritos do condutor. A região montanhosa é o seu pasto, e anda buscando tudo que está verde. Ou, querer-te-á servir o boi selvagem? Ou ficará no teu curral? Ou com corda amarrarás, no arado, ao boi selvagem? Ou escavará ele os vales após ti? Ou confiarás nele, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo o teu trabalho? Ou fiarás dele que te torne o que semeaste e o recolha na tua eira? A avestruz bate alegremente as suas asas, porém, são benignas as suas asas e penas? Ela deixa os seus ovos na terra, e os aquenta no pó, e se esquece de que algum pé os pode pisar, ou que os animais do campo os podem calcar. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, mas ela está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria, e não lhe deu entendimento. A seu tempo se levanta ao alto; ri-se do cavalo, e do que vai montado nele. Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço com crinas? Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Terrível é o fogoso respirar das suas ventas. Escava a terra, e folga na sua força, e sai ao encontro dos armados. Ri-se do temor, e não se espanta, e não torna atrás por causa da espada. Contra ele rangem a aljava, o ferro flamante da lança e do dardo. Agitando-se e indignando-se, serve a terra, e não faz caso do som da buzina. Ao soar das buzinas diz: Eia! E cheira de longe a guerra, e o trovão dos capitães, e o alarido. Ou voa o gavião pela tua inteligência, e estende as suas asas para o sul? Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho? Nas penhas mora e habita; no cume das penhas, e nos lugares seguros. Dali descobre a presa; seus olhos a avistam de longe. E seus filhos chupam o sangue, e onde há mortos, ali está ela.



Deus mostra a Jó sua ignorância e o faz aprender que não pode comparar-se com Deus. Também lhe mostra sua impotência ao falar do jumento selvagem que somente Deus é capaz de dominar. Além disso ao falar do avestruz ensina que só Deus é capaz de explicar o motivo de abandonar o ovo que o próprio animal pôs. Por fim fala da migração das aves que o homem não tem como explicar.

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