terça-feira, 5 de agosto de 2014

1 Samuel 15

Samuel disse a Saul: "Eu sou aquele a quem o Senhor enviou para ungi-lo como rei de Israel, o povo dele; por isso escute agora a mensagem do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Castigarei os amalequitas pelo que fizeram a Israel, atacando-os quando saíam do Egito. Agora vão, ataquem os amalequitas e consagrem ao SENHOR para destruição tudo o que lhes pertence. Não os poupem; matem homens, mulheres, crianças, recém-nascidos, bois, ovelhas, camelos e jumentos’". Então convocou Saul os homens e os reuniu em Telaim: duzentos mil soldados de infantaria e dez mil homens de Judá. Saul foi à cidade de Amaleque e armou uma emboscada no vale. Então disse aos queneus: "Retirem-se, saiam do meio dos amalequitas para que eu não os destrua junto com eles; pois vocês foram bondosos com os israelitas, quando eles estavam vindo do Egito". Então os queneus saíram do meio dos amalequitas. E Saul atacou os amalequitas por todo caminho desde Havilá até Sur, a leste do Egito. Capturou vivo Agague, rei dos amalequitas, e exterminou o seu povo. Mas Saul e o exército pouparam Agague e o melhor das ovelhas e dos bois, os bezerros gordos e os cordeiros. Pouparam tudo que era bom, mas a tudo que era desprezível e inútil destruíram por completo. Então o Senhor falou a Samuel: "Arrependo-me de ter constituído a Saul rei, pois ele me abandonou e não seguiu as minhas instruções". Samuel ficou irado e clamou ao Senhor toda aquela noite. De madrugada Samuel foi ao encontro de Saul, mas lhe disseram: "Saul foi para o Carmelo, onde ergueu um monumento em sua própria honra e depois foi para Gilgal". Quando Samuel o encontrou, Saul disse: "O Senhor o abençoe! Segui as instruções do Senhor". Samuel, porém, perguntou: "Então que balido de ovelhas é esse que ouço com meus próprios ouvidos? Que mugido de bois é esse que estou ouvindo?" Respondeu Saul: "Os soldados os trouxeram dos amalequitas; eles pouparam o melhor das ovelhas e dos bois para o sacrificarem ao Senhor seu Deus, mas destruímos totalmente o restante". Samuel disse a Saul: "Fique quieto! Eu lhe direi o que o Senhor me falou esta noite". Respondeu Saul: "Diga-me". E Samuel disse: "Embora pequeno aos seus próprios olhos, você não se tornou o líder das tribos de Israel? O Senhor o ungiu como rei sobre Israel e o enviou numa missão, ordenando: ‘Vá e destrua completamente aquele povo ímpio, os amalequitas; guerreie contra eles, até que os tenha eliminado’. Por que você não obedeceu ao Senhor? Por que se lançou sobre os despojos e fez o que o Senhor reprova?" Disse Saul: "Mas eu obedeci ao Senhor! Cumpri a missão que o Senhor me designou. Trouxe Agague, o rei dos amalequitas, mas exterminei os amalequitas. Os soldados tomaram ovelhas e bois do despojo, o melhor do que estava consagrado a Deus para destruição, a fim de os sacrificarem ao Senhor seu Deus, em Gilgal". Samuel, porém, respondeu: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei". "Pequei", disse Saul. "Violei a ordem do Senhor e as instruções que você me deu. Tive medo dos soldados e lhes atendi. Agora eu lhe imploro, perdoe o meu pecado e volte comigo, para que eu adore o Senhor". Samuel, contudo, lhe disse: "Não voltarei com você. Você rejeitou a palavra do Senhor, e o Senhor o rejeitou como rei de Israel!" Quando Samuel se virou para sair, Saul agarrou-se à barra do manto dele, e o manto se rasgou. E Samuel lhe disse: "O Senhor rasgou de você, hoje, o reino de Israel, e o entregou a alguém que é melhor que você. Aquele que é a Glória de Israel não mente nem se arrepende, pois não é homem para se arrepender". Saul repetiu: "Pequei. Agora, honra-me perante as autoridades do meu povo e perante Israel; volte comigo, para que eu possa adorar o Senhor seu Deus". E assim Samuel voltou com ele, e Saul adorou o Senhor. Então Samuel disse: "Traga-me Agague, o rei dos amalequitas". Agague veio confiante, pensando: "Com certeza já passou a amargura da morte". Samuel, porém, disse: "Assim como a sua espada deixou mulheres sem filhos, também sua mãe ficará sem o seu filho, entre as mulheres". E Samuel despedaçou Agague perante o Senhor, em Gilgal. Então Samuel partiu para Ramá, e Saul foi para sua casa, em Gibeá de Saul. Nunca mais Samuel viu a Saul, até o dia de sua morte, embora se entristecesse por causa dele porque o Senhor arrependeu-se de ter estabelecido Saul como rei de Israel.


Deus deu uma missão a Saul, todavia ele resolveu fazer da forma que achou mais conveniente. Com isso desobedeceu às ordens de Deus. Samuel quando o encontrou lhe mostrou que não são as boas intenções que agradam a Deus, mas a obediência. Além disso, no versículo 12 vemos que Saul resolveu erguer um monumento em sua honra, como se a destruição dos amalequitas fosse obra de suas próprias mãos e Deus não tivesse parte nisto. Por causa dos pecados de Saul o Senhor decidiu passar seu trono para outro, as consequências dos pecados tem que ser suportadas, apesar de recebermos o perdão de Deus. Quando o texto fala que Deus se arrependeu, significa não arrependimento efetivamente, pois só se arrepende quem peca, mas é uma forma de compreendermos o sentimento de tristeza de Deus com aquele que começou o servindo fielmente, mas no meio do caminho o deixa por crer em sua auto-suficiência. Deus já sabia de tudo o que aconteceria muito antes sequer de Saul nascer, mas ainda assim Deus o escolheu e o usou para cumprir seus planos.

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