domingo, 25 de maio de 2014

Marcos 14

Faltavam apenas dois dias para a Páscoa e para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam procurando um meio de flagrar Jesus em algum erro e matá-lo. Mas diziam: "Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo". Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: "Por que este desperdício de perfume? Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro dado aos pobres". E a repreendiam severamente. "Deixem-na em paz", disse Jesus. "Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. Pois os pobres vocês sempre terão consigo, e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória". Então Judas Iscariotes, um dos Doze, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes a fim de lhes entregar Jesus. A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro. Assim, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: "Aonde queres que vamos e te preparemos a refeição da Páscoa?" Então ele enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: "Entrem na cidade, e um homem carregando um pote de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no e digam ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre pergunta: Onde é o meu salão de hóspedes, no qual poderei comer a Páscoa com meus discípulos?’ Ele lhes mostrará uma ampla sala no andar superior, mobiliada e pronta. Façam ali os preparativos para nós". Os discípulos se retiraram, entraram na cidade e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. E prepararam a Páscoa. Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze. Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: "Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo". Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: "Com certeza não sou eu!" Afirmou Jesus: "É um dos Doze, alguém que come comigo do mesmo prato. O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não haver nascido". Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo: "Tomem; isto é o meu corpo". Em seguida tomou o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e todos beberam. E lhes disse: "Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. Eu lhes afirmo que não beberei outra vez do fruto da videira, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus". Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras. Disse-lhes Jesus: "Vocês todos me abandonarão. Pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas’. Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galiléia". Pedro declarou: "Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei!" Respondeu Jesus: "Asseguro-lhe que ainda hoje, esta noite, antes que duas vezes cante o galo, três vezes você me negará". Mas Pedro insistia ainda mais: "Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei". E todos os outros disseram o mesmo. Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: "Sentem-se aqui enquanto vou orar". Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado. E lhes disse: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem". Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. E dizia: "Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres". Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. "Simão", disse ele a Pedro, "você está dormindo? Não pôde vigiar nem por uma hora? Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." Mais uma vez ele se afastou e orou, repetindo as mesmas palavras. Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer. Voltando pela terceira vez, ele lhes disse: "Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantem-se e vamos! Aí vem aquele que me trai!" Enquanto ele ainda falava, apareceu Judas, um dos Doze. Com ele estava uma multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos. O traidor havia combinado um sinal com eles: "Aquele a quem eu saudar com um beijo, é ele: prendam-no e levem-no em segurança". Dirigindo-se imediatamente a Jesus, Judas disse: "Mestre!", e o beijou. Os homens agarraram Jesus e o prenderam. Então, um dos que estavam por perto puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha. Disse Jesus: "Estou eu chefiando alguma rebelião, para que vocês venham me prender com espadas e varas? Todos os dias eu estava com vocês, ensinando no templo, e vocês não me prenderam. Mas as Escrituras precisam ser cumpridas". Então todos o abandonaram e fugiram. Um jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo a Jesus. Quando tentaram prendê-lo, ele fugiu nu, deixando o lençol para trás. Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei. Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Sentando-se ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo. Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte, mas não encontravam nenhum. Muitos testemunharam falsamente contra ele, mas as declarações deles não eram coerentes. Então se levantaram alguns e declararam falsamente contra ele: "Nós o ouvimos dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos de homens’". Mas, nem mesmo assim, o depoimento deles era coerente. Depois o sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: "Você não vai responder à acusação que estes lhe fazem?" Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu. Outra vez o sumo sacerdote lhe perguntou: "Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?" "Sou", disse Jesus. "E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu". O sumo sacerdote, rasgando as próprias vestes, perguntou: "Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês ouviram a blasfêmia. Que acham? " Todos o julgaram digno de morte. Então alguns começaram a cuspir nele; vendaram-lhe os olhos e, dando-lhe murros, diziam: "Profetize! " E os guardas o levaram, dando-lhe tapas. Estando Pedro em baixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali. Vendo Pedro a aquecer-se, olhou bem para ele e disse: "Você também estava com Jesus, o Nazareno". Contudo ele o negou, dizendo: "Não o conheço, nem sei do que você está falando". E saiu para o alpendre. Quando a criada o viu lá, disse novamente aos que estavam por perto: "Esse aí é um deles". De novo ele negou. Pouco tempo depois, os que estavam sentados ali perto disseram a Pedro: "Certamente você é um deles. Você é galileu!" Ele começou a se amaldiçoar e a jurar: "Não conheço o homem de quem vocês estão falando!" E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: "Antes que duas vezes cante o galo, você me negará três vezes". E se pôs a chorar.


O capítulo começa com a mulher que entrega todo o perfume a Jesus, derramando nele. Provavelmente podemos ver como um ato de imensa gratidão provavelmente por tudo o que Jesus teria feito por ela. Temos também que ver que como o perfume era caro, talvez fosse o maior bem que ela teria. Jesus então manda seus discípulos para prepararem a festa da pascoa. Na pascoa temos a lição de que devemos comemorar a morte de Jesus, pois seu sangue e seu corpo foram entregues por nós. A festa não é somente um memorial do que Ele fez por nós, mas, também, nos remete a promessa que fez de que a próxima ceia dEle será no céu conosco. Pedro, pouco depois de Jesus dizer que todos o deixariam, afirma que manterá seu compromisso de seguir a Jesus a qualquer custo e fica triste quando ocorre a profecia. Jesus no Getsemani não fica aflito somente pelo fato de que morrerá pouco depois, mas com a ira divina que sobrevirá sobre Ele. Na chance que tiveram os fariseus prenderam a Jesus e tentaram incriminá-lo, mas não havia crime cometido e muito menos testemunha de algo errado. Quando Pedro percebeu que negara a Jesus o texto diz que começou a chorar. Quando viu que abandonou seu mestre e para salvar a própria pele preferiu negá-lo entristeceu-se profundamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário