terça-feira, 10 de julho de 2012

Juízes 11

Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos, e, sendo os filhos desta mulher já grandes, expulsaram a Jefté, e lhe disseram: Não herdarás na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher. Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe; e homens levianos se ajuntaram a Jefté, e saíam com ele. E aconteceu que, depois de algum tempo, os filhos de Amom pelejaram contra Israel. E sucedeu que, como os filhos de Amom pelejassem contra Israel, foram os anciãos de Gileade buscar a Jefté na terra de Tobe. E disseram a Jefté: Vem, e sê o nosso chefe; para que combatamos contra os filhos de Amom. Porém Jefté disse aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes a mim, e não me expulsastes da casa de meu pai? Por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto? E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: Por isso tornamos a ti, para que venhas conosco, e combatas contra os filhos de Amom; e nos sejas por chefe sobre todos os moradores de Gileade. Então Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me levardes de volta para combater contra os filhos de Amom, e o SENHOR mos der diante de mim, então eu vos serei por chefe? E disseram os anciãos de Gileade a Jefté: O SENHOR será testemunha entre nós, e assim o faremos conforme a tua palavra. Assim Jefté foi com os anciãos de Gileade, e o povo o pôs por chefe e príncipe sobre si; e Jefté falou todas as suas palavras perante o SENHOR em Mizpá. E enviou Jefté mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo: Que há entre mim e ti, que vieste a mim a pelejar contra a minha terra? E disse o rei dos filhos de Amom aos mensageiros de Jefté: É porque, saindo Israel do Egito, tomou a minha terra, desde Arnom até Jaboque, e ainda até ao Jordão: Restituí-ma agora, em paz. Porém Jefté prosseguiu ainda em enviar mensageiros ao rei dos filhos de Amom, dizendo-lhe: Assim diz Jefté: Israel não tomou, nem a terra dos moabitas, nem a terra dos filhos de Amom. Porque, subindo Israel do Egito, andou pelo deserto até ao Mar Vermelho, e chegou até Cades. E Israel enviou mensageiros ao rei dos edomitas, dizendo: Rogo-te que me deixes passar pela tua terra. Porém o rei dos edomitas não lhe deu ouvidos; enviou também ao rei dos moabitas, o qual igualmente não consentiu; e assim Israel ficou em Cades. Depois andou pelo deserto e rodeou a terra dos edomitas e a terra dos moabitas, e veio do nascente do sol à terra dos moabitas, e alojou-se além de Arnom; porém não entrou nos limites dos moabitas, porque Arnom é limite dos moabitas. Mas Israel enviou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, rei de Hesbom; e disse-lhe Israel: Deixa-nos, peço-te, passar pela tua terra até ao meu lugar. Porém Siom não confiou em Israel para este passar nos seus limites; antes Siom ajuntou todo o seu povo, e se acamparam em Jasa, e combateu contra Israel. E o SENHOR Deus de Israel deu a Siom, com todo o seu povo, na mão de Israel, que os feriu; e Israel tomou por herança toda a terra dos amorreus que habitavam naquela região. E por herança tomaram todos os limites dos amorreus, desde Arnom até Jaboque, e desde o deserto até ao Jordão. Assim o SENHOR Deus de Israel desapossou os amorreus de diante do seu povo de Israel; e os possuirias tu? Não possuirias tu aquilo que Quemós, teu deus, desapossasse de diante de ti? Assim possuiremos nós todos quantos o SENHOR nosso Deus desapossar de diante de nós. Agora, pois, és tu ainda melhor do que Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas? Porventura contendeu ele em algum tempo com Israel, ou pelejou alguma vez contra ele? Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e nas suas vilas, e em Aroer e nas suas vilas, em todas as cidades que estão ao longo de Arnom, por que o não recuperastes naquele tempo? Tampouco pequei eu contra ti! Porém tu usas mal comigo em pelejar contra mim; o SENHOR, que é juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e entre os filhos de Amom. Porém o rei dos filhos de Amom não deu ouvidos às palavras que Jefté lhe enviou. Então o Espírito do SENHOR veio sobre Jefté, e atravessou ele por Gileade e Manassés, passando por Mizpá de Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até aos filhos de Amom. E Jefté fez um voto ao SENHOR, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que, saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto. Assim Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o SENHOR os deu na sua mão. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel. Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem filha. E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ah! filha minha, muito me abates-te, e estás entre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca ao SENHOR, e não tornarei atrás. E ela lhe disse: Meu pai, tu deste a palavra ao SENHOR, faze de mim conforme o que prometeste; pois o SENHOR te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom. Disse mais a seu pai: Conceda-me isto: Deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então foi ela com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes. E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu homem; e daí veio o costume de Israel, que as filhas de Israel iam de ano em ano lamentar, por quatro dias, a filha de Jefté, o gileadita.



Dependendo de como se olhar esta história podemos considerá-la triste, pois Jefté prometeu a Deus consagrar o primeiro que saísse de sua casa, ao retorno da batalha. Sua filha era a única descendente para dar continuidade a sua linhagem. Mas ainda assim ele não abriu mão de cumprir o que prometeu a Deus. Isto representaria uma grande dor, tanto pela saudade, tanto pela impossibilidade de dar continuidade a seus descendentes, o que na época era de extrema importância. Nós devemos ser assim, fazendo valer nossas palavras, custe o que custar, pois é testemunho do que Deus faz por nós.

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