sábado, 4 de agosto de 2012

Jó 15

Então respondeu Elifaz o temanita, e disse: Porventura proferirá o sábio vã sabedoria? E encherá do vento oriental o seu ventre, argüindo com palavras que de nada servem, e com razões, de que nada aproveita? E tu tens feito vão o temor, e diminuis os rogos diante de Deus. Porque a tua boca declara a tua iniqüidade; e tu escolhes a língua dos astutos. A tua boca te condena, e não eu, e os teus lábios testificam contra ti. És tu porventura o primeiro homem que nasceu? Ou foste formado antes dos outeiros? Ou ouviste o secreto conselho de Deus e a ti só limitaste a sabedoria? Que sabes tu, que nós não saibamos? Que entendes, que não haja em nós? Também há entre nós encanecidos e idosos, muito mais idosos do que teu pai. Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus, e da suave palavra que te dirigimos? Por que te arrebata o teu coração, e por que piscam os teus olhos? Para virares contra Deus o teu espírito, e deixares sair tais palavras da tua boca? Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para ser justo? Eis que ele não confia nos seus santos, e nem os céus são puros aos seus olhos. Quanto mais abominável e corrupto é o homem que bebe a iniqüidade como a água? Escuta-me, mostrar-te-ei; e o que tenho visto te contarei (O que os sábios anunciaram, ouvindo-o de seus pais, e o não ocultaram; aos quais somente se dera a terra, e nenhum estranho passou por entre eles): Todos os dias o ímpio é atormentado, e se reserva, para o tirano, um certo número de anos. O sonido dos horrores está nos seus ouvidos; até na paz lhe sobrevém o assolador. Não crê que tornará das trevas, mas que o espera a espada. Anda vagueando por pão, dizendo: Onde está? Bem sabe que já o dia das trevas lhe está preparado, à mão. Assombram-no a angústia e a tribulação; prevalecem contra ele, como o rei preparado para a peleja; porque estendeu a sua mão contra Deus, e contra o Todo-Poderoso se embraveceu. Arremete contra ele com a dura cerviz, e contra os pontos grossos dos seus escudos. Porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura, e criou gordura nas ilhargas. E habitou em cidades assoladas, em casas em que ninguém morava, que estavam a ponto de fazer-se montões de ruínas. Não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda, nem se estenderão pela terra as suas possessões. Não escapará das trevas; a chama do fogo secará os seus renovos, e ao sopro da sua boca desaparecerá. Não confie, pois, na vaidade, enganando-se a si mesmo, porque a vaidade será a sua recompensa. Antes do seu dia ela se consumará; e o seu ramo não reverdecerá. Sacudirá as suas uvas verdes, como as da vide, e deixará cair a sua flor como a oliveira, porque a congregação dos hipócritas se fará estéril, e o fogo consumirá as tendas do suborno. Concebem a malícia, e dão à luz a iniqüidade, e o seu ventre prepara enganos.



Elifaz, em suas palavras deixa a entender que Jó recusou a sabedoria de Deus que lhe fora entregue por meio dos amigos. Na verdade, ele está com o orgulho ferido. Outra afirmação incorreta que faz é que os ímpios gozam de segurança, todavia, estes sofrem o pavor da desgraça que está por vir e não a conhecem, assim como não têm esperança.

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