segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Jó 33

Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões, e dá ouvidos a todas as minhas palavras. Eis que já abri a minha boca; já falou a minha língua debaixo do meu paladar. As minhas razões provam a sinceridade do meu coração, e os meus lábios proferem o puro saber. O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida. Se podes, responde-me, põe em ordem as tuas razões diante de mim, e apresenta-te. Eis que vim de Deus, como tu; do barro também eu fui formado. Eis que não te perturbará o meu terror, nem será pesada sobre ti a minha mão. Na verdade tu falaste aos meus ouvidos; e eu ouvi a voz das tuas palavras. Dizias: Limpo estou, sem transgressão; puro sou, e não tenho iniqüidade. Eis que procura pretexto contra mim, e me considera como seu inimigo. Põe no tronco os meus pés, e observa todas as minhas veredas. Eis que nisso não tens razão; eu te respondo; porque maior é Deus do que o homem. Por que razão contendes com ele, sendo que não responde acerca de todos os seus feitos? Antes Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão noturna, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama. Então o revela ao ouvido dos homens, e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem daquilo que faz, e esconder do homem a soberba. Para desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada. Também na sua cama é castigado com dores; e com incessante contenda nos seus ossos; de modo que a sua vida abomina até o pão, e a sua alma a comida apetecível. Desaparece a sua carne a olhos vistos, e os seus ossos, que não se viam, agora aparecem. E a sua alma se vai chegando à cova, e a sua vida aos que trazem a morte. Se com ele, pois, houver um mensageiro, um intérprete, um entre milhares, para declarar ao homem a sua retidão, então terá misericórdia dele, e lhe dirá: Livra-o, para que não desça à cova; já achei resgate. Sua carne se reverdecerá mais do que era na mocidade, e tornará aos dias da sua juventude. Deveras orará a Deus, o qual se agradará dele, e verá a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça. Olhará para os homens, e dirá: Pequei, e perverti o direito, o que de nada me aproveitou. Porém Deus livrou a minha alma de ir para a cova, e a minha vida verá a luz. Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, para desviar a sua alma da perdição, e o iluminar com a luz dos viventes. Escuta, pois, ó Jó, ouve-me; cala-te, e eu falarei. Se tens alguma coisa que dizer, responde-me; fala, porque desejo justificar-te. Se não, escuta-me tu; cala-te, e ensinar-te-ei a sabedoria.



Eliú diz a Jó que neste momento não deveria temer pois agora contendia com um homem e não com Deus. Também repreende Jó por afirmar sua integridade, lhe dizendo que sem arrependimento sua alma e sua alegria não mais restariam. Caso se arrependesse Jó teria sua alma e saúde restaurados.

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