terça-feira, 7 de agosto de 2012

Jó 17

O meu espírito se vai consumindo, os meus dias se vão apagando, e só tenho perante mim a sepultura. Deveras estou cercado de zombadores, e os meus olhos contemplam as suas provocações. Promete agora, e dá-me um fiador para contigo; quem há que me dê a mão? Porque aos seus corações encobriste o entendimento, por isso não os exaltarás. O que denuncia os seus amigos, a fim de serem despojados, também os olhos de seus filhos desfalecerão. Porém a mim me pôs por um provérbio dos povos, de modo que me tornei uma abominação para eles. Pelo que já se escureceram de mágoa os meus olhos, e já todos os meus membros são como a sombra. Os retos pasmarão disto, e o inocente se levantará contra o hipócrita. E o justo seguirá o seu caminho firmemente, e o puro de mãos irá crescendo em força. Mas, na verdade, tornai todos vós e vinde; porque sábio nenhum acharei entre vós. Os meus dias passaram, e malograram os meus propósitos, as aspirações do meu coração. Trocaram a noite em dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas. Se eu esperar, a sepultura será a minha casa; nas trevas estenderei a minha cama. À corrupção clamo: Tu és meu pai; e aos vermes: Vós sois minha mãe e minha irmã. Onde, pois, estaria agora a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver? As barras da sepultura descerão quando juntamente no pó teremos descanso.



O apelo de Jó se intensifica a medida que percebe estar mais perto da morte. Jó virou motivo de insulto. Novamente Jó torna a se desesperançar, desejando a morte que já aceitou como destino.

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