terça-feira, 14 de agosto de 2012

Jó 23

Respondeu, porém, Jó, dizendo: Ainda hoje a minha queixa está em amargura; a minha mão pesa sobre meu gemido. Ah, se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. Exporia ante ele a minha causa, e a minha boca encheria de argumentos. Saberia as palavras com que ele me responderia, e entenderia o que me dissesse. Porventura segundo a grandeza de seu poder contenderia comigo? Não: ele antes me atenderia. Ali o reto pleitearia com ele, e eu me livraria para sempre do meu Juiz. Eis que se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. Se opera à esquerda, não o vejo; se se encobre à direita, não o diviso. Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro. Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu caminho, e não me desviei dele. Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção. Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará. Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo. Por isso me perturbo perante ele, e quando isto considero, temo-me dele. Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou. Porquanto não fui desarraigado por causa das trevas, e nem encobriu o meu rosto com a escuridão.



Jó não protesta sem motivos, muito pelo contrário, suportou o que pôde para conter seus gritos. Jó procurava conhecer o Deus da graça, depois revelado em Jesus. Para ele se Deus estivesse ao seu alcance declararia que ele era justo, não perfeito, mas não o transgressor das leis divinas como pintado por seus amigos.

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