terça-feira, 28 de agosto de 2012

Jó 34

Respondeu mais Eliú, dizendo: Ouvi, vós, sábios, as minhas razões; e vós, entendidos, inclinai os ouvidos para mim. Porque o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a comida. O que é direito escolhamos para nós; e conheçamos entre nós o que é bom. Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. Apesar do meu direito sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão. Que homem há como Jó, que bebe a zombaria como água? E caminha em companhia dos que praticam a iniqüidade, e anda com homens ímpios? Porque disse: De nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus. Portanto vós, homens de entendimento, escutai-me: Longe de Deus esteja o praticar a maldade e do Todo-Poderoso o cometer a perversidade! Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz a cada um segundo o seu caminho. Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo. Quem lhe entregou o governo da terra? E quem fez todo o mundo? Se ele pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó. Se, pois, há em ti entendimento, ouve isto; inclina os ouvidos ao som da minha palavra. Porventura o que odiasse o direito se firmaria? E tu condenarias aquele que é justo e poderoso? Ou dir-se-á a um rei: Oh! Vil? Ou aos príncipes: Oh! ímpios? Quanto menos àquele, que não faz acepção das pessoas de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre; porque todos são obras de suas mãos. Eles num momento morrem; e até à meia noite os povos são perturbados, e passam, e os poderosos serão tomados não por mão humana. Porque os seus olhos estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos. Não há trevas nem sombra de morte, onde se escondam os que praticam a iniqüidade. Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante dele. Quebranta aos fortes, sem que se possa inquirir, e põe outros em seu lugar. Ele conhece, pois, as suas obras; de noite os transtorna, e ficam moídos. Ele os bate como ímpios que são, à vista dos espectadores; porquanto se desviaram dele, e não compreenderam nenhum de seus caminhos, de sorte que o clamor do pobre subisse até ele, e que ouvisse o clamor dos aflitos. Se ele aquietar, quem então inquietará? Se encobrir o rosto, quem então o poderá contemplar? Seja isto para com um povo, seja para com um homem só, para que o homem hipócrita nunca mais reine, e não haja laços no povo. Na verdade, quem a Deus disse: Suportei castigo, não ofenderei mais. O que não vejo, ensina-me tu; se fiz alguma maldade, nunca mais a hei de fazer? Virá de ti como há de ser a recompensa, para que tu a rejeites? Faze tu, pois, e não eu, a escolha; fala logo o que sabes. Os homens de entendimento dirão comigo, e o homem sábio que me ouvir: Jó falou sem conhecimento; e às suas palavras falta prudência. Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos. Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.




Eliú afirma que Jó estaria acusando Deus de ter cometido injustiça contra ele, por ser injusto por puro capricho. Assim, Jó estaria zombando de Deus. Prossegue dizendo que o homem colhe o que planta, e que Deus não cometeria um ato de egoísmo, e isto sequer pode ser dito de um monarca humano. Por fim, fala da atuação divina na história e que deseja que Jó seja convencido de seus pecados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário